O Amor Perdido romance Capítulo 129

Inclinando-se no banco do passageiro, Dorothy sentia os movimentos travessos do filho em sua barriga enquanto falava com Juelz sobre deixar a cidade.

Ela baixou as janelas do carro e aproveitou a brisa fresca do outono soprando em seu rosto. O Juelz animado procurava no mapa um novo lugar para eles se mudarem.

Enquanto eles estavam conversando e se divertindo, nenhum do dois percebeu que um carro preto os seguia. Ivana, usando seu uniforme completo, estava no banco do copiloto, ela colocou seus óculos escuros, os quais cobriam quase metade do rosto. Ela escutava a conversa de Dorothy e Juelz, mergulhada em pensamentos, ela deu bateu suavemente no volante.

Enfim, Juelz ajudou Dorothy a traçar seu novo destino. Ele pegou um objeto e o entregou a Dorothy com um sorriso: “Dory, isso é para você. É um rosário benzido. Uma oração para que seu filho possa ter uma vida boa, e nós nunca mais vamos ter que pôr os pés em um lugar asqueroso, como a cadeia.”

"Ah, obrigada, Juelz."

Dorothy assentiu com um sorriso, olhando para frente com esperança. Embora seu futuro ainda fosse incerto, ela estava repleta de expectativas.

Mesmo se o mundo inteiro tivesse lhe abandonado, ela ainda teria seu filho. E Juelz e Germaine para cuidar dela. Eles eram os responsáveis por a encorajar e enfrentar as adversidades de seu caminho.

"Dory, não precisa me agradecer, por favor. Estou disposto a fazer tudo por você."

Juelz dirigia o carro com entusiasmo. Eles não foram  na direção de Talco City. Ao invés disso, ele acelerou tomou o caminho do aeroporto nos subúrbios.

Ele estava embriagado de alegria, o que o fez baixar a guarda, ou seja, ele nem mesmo percebera o par de olhos calmos, mas fixos, que os observava.

......

Na sede do Grupo Scott.

Depois de receber a ligação de Ivana, Benjamin correu imediatamente para o gabinete do presidente, no último andar, ignorou todos os clientes e contratos importantes que estavam prestes a receber para realizar as negociações.

Já havia se passado mais de quatro meses. Embora Credence não tenha voltado a mencionar Dorothy ou ido visitá-la na prisão, Benjamin sabia a profundidade dos sentimentos que ele nutria por ela. Ele podia escondê-los dentro si, sem esboçar um pingo de emoção, mas Dorothy deve ter se tornado prioridade número um no coração de Credence.

Sua casca de aço era difícil de quebrar, pois ele alimentara aquela armadura durante muito tempo, ele não sabia mais como ser humilde ou agir de maneira gentil.

Além disso, seu ego também desempenhou um papel importante na construção de sua personalidade.

Dorothy estava grávida de um filho de Juelz. Qualquer um se sentiria desconfortável sempre que se deparasse com uma situação dessas.

No entanto, se Credence de fato a amasse, ele seria capz de passar por cima de tudo e de todos por ela.

Benjamin parou na frente da porta e bateu suavemente.

Lá dentro, Credence, Jonathan e Marvin discutiam a questão da transferência de Sheldon para Monticello.

Uma forte luz incandescente iluminava as belas feições de Credence, evidenciando uma expressão complicada de ser decifrada. Contudo, vislumbres de expectativa podiam ser vistos no fundo de seus olhos.

"O que está acontecendo com meu pai? Os dedos dele realmente se mexeram? Isso significa que ele vai acordar logo?"

Jonathan balançou a cabeça e mencionou a condição atual de Sheldon. Naquele momento, toda a alegria que dava luz a seu rosto esvaiu-se para dar lugar a uma expressão grave. Então, ele reportou o que lhe fora dito: “Não sei todos os detalhes. O meu hospital não é o lugar mais adequado para se tratar de um paciente em coma. O médico responsável me informou sobre o quadro de Sheldon. Podemos considerar enviá-lo para este hospital em Monticello, onde há os maiores especialistas em pacientes em coma profundo. Com uma equipe médica qualificada, talvez seu pai possa finalmente acordar.”

Ele queria aproveitar a ligeira melhora de Sheldon para encaminhá-lo para Monticello, em busca de um novo tratamento. Ainda havia um fio de esperança de que ele pudesse despertar.

Marvin entregou a Credence uma xícara de café. Apesar, dele ser um homem robusto e treinado pelas forças especiais, quando eles estavam falando sobre Sheldon, que ficou em uma cama de hospital por dois anos por causa do coma, franzindo a testa ele não se conteve e suspirou: "Ele está em coma há dois anos .  E agora seus dedos se moveram repentinamente, isso significa que sua vontade de viver é mais forte. Ele nunca pensou em desistir, então não devemos entregar os pontos. Precisamos ser mais otimistas do que nunca. "

"Isso mesmo, ainda há esperança. E se ele simplesmente acordar de repente um dia?" Jonathan acenou com a cabeça em concordância.

"Tudo bem então, vamos fazer os preparativos e mandar meu pai para Monticello."

Credence ergueu a cabeça e bebeu um gole do café amargo, engolindo os soluços que ameaçavam escapar de sua garganta.

A mãe dele faleceu quanto ele era pequeno. Seu pai foi quem o criou e lhe ensinou como lutar e sobreviver no mundo dos negócios, como fazer negociações comerciais e lucrar sem chamar a atenção dos holofotes.

Quando ele era criança, chegou a ouvir uma vez que Sheldon tinha encontrado sua alma gêmea, até mesmo a engravidou. Contudo, ele nunca mais ouviu nada a respeito, nem mesmo seu pai mencionou esta história.

Desde que sua mãe faleceu, Sheldon sempre esteve sozinho. Ele investiu toda sua energia e inteligência na expansão do Grupo Scott, dando o sangue pela empresa. A suposta amante era como gotas de orvalho nas folhas em uma manhã de verão. Assim que o sol nasceu, ela desapareceu sem deixar vestígios.

Sheldon sempre foi um homem honesto e nunca houve uma mulher ao seu redor. Credence não encontrou uma mulher adequada para estar ao lado de seu pai.

Houve um momento em que Credence ficou imerso em suas memórias. Só quando Benjamin bateu na porta ele foi retornou de seu torpor. Ele encarou Benjamin entrando apressado e perguntou em voz baixa: "Qual é o problema?"

Benjamin respirou fundo antes de falar: "Sr. Scott, Ivana acabou de me ligar. Ela disse que a Sra. Scott saiu da prisão hoje, mas o Sr. Juelz foi buscá-la. Ela não vai voltar para a cidade, eles estão indo direto para o aeroporto de Talco City."

"Maldição, eles vão deixar Talco City!"

Credence e Marvin não tinham se pronunciado, mas Jonathan se adiantou. Ele disse: "Credence, Juelz é um idiota. Isso só pode ser ideia de Dorothy. Ela quer deixar Talco City imediatamente, aqui a deixa triste, ela quer ir para algum lugar onde ninguém possa encontrá-la."

“Bom, você tem alguma ideia para onde ela está indo? Você não sabe, não é? Então, já que não sabe, corra atrás dela e a impeça de partir! Se ela conseguir escapar desta vez, provavelmente você não a irá vê-la nunca mais. Está disposto a deixá-la partir de sua vida?”

Marvin disse: "Credence, Jonathan está certo."

Era raro Marvin concordar com as bobagens de Jonathan, mas ele tinha razão, então assentiu em acordo.

Credence, sentado na cadeira executiva tinha os olhos fixos neles, enquanto os escutava conversar. Porém, algo parecia estar errado, ele ouvia apenas um zumbido em seu cérebro. Não conseguia entender o que estavam falando.

Depois de um algum tempo, lentamente sua audição voltou ao normal. Credence permaneceu imerso em um silêncio mórbido.

Ele ergueu a cabeça e fixou o olhar nas nuvens brancas que deslizavam pelo céu. De repente, ele riu em voz baixa, uma voz tão gélida que o frio penetrava até os ossos.

Ele zombou de si mesmo: "Ela realmente não me quer mais!"

Benjamin olhou para a ponta de seus sapatos de couro preto, envolvido em desconforto

Jonathan gritou: "Ei, Credence, agora não é hora de você ser sentimental! Entre no carro e vá atrás dela. Se continuarmos a perder tempo, Dorothy e Juelz vão realmente acabar fugindo juntos".

Ao ouvir isso, Credence sentiu uma pontada agonizante no coração.

De repente, uma sensação terrível cresceu em seu peito. Se ele deixasse Dorothy ir desta vez, ele poderia não ser capaz de vê-la por muito tempo, talvez até pelo resto de sua vida.

Então, ele se levantou e saiu correndo do escritório como um louco. Ao chegar no estacionamento, ligou o carro o mais rápido possível e dirigiu até o aeroporto de Talco City. Ele queria tentar impedir Dorothy no pouco tempo que lhe restava.

No caminho para o aeroporto, Credence agarrou o volante com as duas mãos e olhava para as ruas em frente com uma expressão sombria. Ele estava dirigia a espantosos duzentos quilômetros por hora.

Naquele momento, um enorme caminhão vinha em alta velocidade e colidiu frontalmente com o carro de Credence, causando um barulho ensurdecedor.

Crash!

Com a visão embaçada, Credence viu um homem bonito que tinha um rosto envolto em sombras e sinistro. Ele era mais jovem do que Credence, em torno de 26 ou 27 anos de idade. Vestia um terno e sapatos de couro e um relógio de última geração no pulso. Uma personalidade notável e extraordinária, ninguém o confundiria com um caminhoneiro comum.

O homem pareceu reconhecer Credence quando se virou e lançou-lhe um sorriso malicioso!

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