O Amor Perdido romance Capítulo 81

A dor fez os lábios de Dorothy ficarem dormentes. Ela tremia e lutou para conseguir apoiar-se nos cotovelos para levantar-se. Suas mãos estavam trémulas, quando foi pegar o celular na mesa de cabeceira. Assim que atendeu, ouviu Linda repreendê-la: “Dorothy, sua v*dia, por que ainda não se divorciou do Credence?”

Em seguida, veio uma torrente de xingamentos, martelando dolorosamente os ouvidos de Dorothy.

Embora ela tivesse se acostumado com isso ao longo dos anos, ela só conseguia esboçar um sorriso amargo, enquanto segurava o celular com força. “Mãe, eu também quero o divórcio, mas ele não quer concordar.”

Linda ficou quieta por um momento. Então, ela voltou a xingar. “Credence te odeia. Como ele pode ser contra o divórcio? Você deve ter planejado tudo isso, sua megera maldita! Você deve estar tentando confundi-lo de novo, não é?”

“Dorothy, estou lhe dizendo, a mulher que Credence ama é a Rosie. Ele nunca amaria uma mulher perversa, que é responsável pelo estado trágico de seu pai! Você tem que se divorciar o quanto antes. Se não, vai saber o quão cruel eu posso ser com você...”

Antes de Linda terminar de falar, Dorothy a interrompeu: “Mãe, eu realmente não posso me divorciar. Se quiser, é melhor falar sobre este assunto diretamente com Credence.”

“Falar com ele sobre isso?! Credence interrompeu todo o acordo de cooperação com o Grupo Fisher. Agora, seu pai não tem mais capital para investir em outros projetos. Por causa da pressão de Credence, nenhuma outra empresa está disposta a fazer negócios conosco. Nossa família está a beira de falência, e sua irmã ainda está no hospital, nem quero pesar nas taxas! Se não pagarmos o que devemos, ele... v*dia, está feliz agora? Finalmente Credence parece estar do seu lado, satisfeita?”

Dorothy não esperava que Credence fosse impor sanções às empresas de seus pais adotivos. Ela ficou perplexa ao tomar conhecimento da situação.

Credence, que já tinha se levantado, olhou para a tela do celular. Quando viu a palavra ‘mamãe’, ele sorriu de maneira debochada.

"Mãe, eu..."

Quando Dorothy estava prestes a falar, Credence arrancou o seu celular com força. Então atirou-o no sofá, “O que você quer saber? Vamos, pode me perguntar!”

Dorothy cabisbaixa mordiscou o lábio. Depois de hesitar por alguns instantes, ela procurou o olhar dele para encará-lo. “Por que você fez isso, Credence?”

“Por qual motivo você acha?”

“Sinceramente, eu não tenho a menor ideia do porquê você está fazendo tudo isso! Credence somos muitos diferentes um do outro, e este divórcio é um assunto que só cabe a nós dois. Por que envolver os Fisher? Eles podem ter sido ruins comigo, nunca me deram o afeto de uma família de verdade, mas ainda são meus pais, sem eles eu não seria quem sou hoje. É bem provável que o destino se encarregasse de mim, caso permanecesse no orfanato...”

“Só estou pedindo para deixar os Fisher fora disso. Por favor, eu imploro.”

“Muito diferentes? Dorothy, você me traiu com Juelz! Como você ousa dizer que somos incompatíveis?”

Os olhos sombrios de Credence estreitaram-se ligeiramente, cheios de escárnio, “A família Fisher não lhe tratou como deveria. Então, estou ajudando você a dar o troco, não é ótimo?”

Dorothy admitia que quando conheceu aquele homem, sentia muito medo dele. Mas agora, ela não se considerava mais com alguém inferior a ele.

Amá-lo não era motivo para deixá-lo fazer o que quisesse com ela.

“Pelo menos, eu preciso ser minimamente grata, afinal eles me criaram! Não quero que fiquem falando pelas minhas costas! Também não quero que pensem que fui uma criança ingrata!”

Ela diminuiu o tom de voz e prosseguiu, “Credence, francamente, nosso relacionamento foi apenas uma aventura. Qual o motivo de tanta seriedade? Ou você jura que nunca prometeu se casar com Rosalie?

Apenas uma aventura?

Credence comprimiu os lábios até formar uma linha fina ameaçadora. Ele se levantou e caminhou na direção de Dorothy, pressionando-a contra a parede, seus olhos eram fulminantes, “Quem lhe deu coragem para falar comigo nesse tom? Foi Juelz?”

O nariz de Dorothy se contraiu em um pequeno espasmo, então ela desviou o olhar. “Deixe-me ir, ok? Eu sei que você ama minha irmã. Eu sei disso. Por que não posso simplesmente deixá-lo para ser feliz junto de Rosalie?! Eu imploro, me deixe ir e Juelz também...”

Antes que ela pudesse completar a sentença, novamente ele a beijou com ferocidade.

Seu hálito parecia ligeiramente alcoólico. Um dia, este já fora seu sabor favorito, mas agora...

Dorothy se debateu desesperada e tentando afastá-lo, mas não esperava que isso irritasse Credence. Com um puxão, ele fez os botões da camisa dela se esparramarem pelo chão, tilintando quando caiam. Por fim, sobrou apenas o silêncio...

Ao notar o que ia fazer, Dorothy empalideceu. Ela estava à beira das lágrimas quando disse: “Não, Credence!”

Ele sorriu friamente e colocou as mãos dela acima da cabeça.

"Lembre-se, é isso que você me deve."

Sua voz diabólica reverberou pelo quarto, como se ele a estivesse puxando para as profundezas do inferno.

Foi muito doloroso, as lágrimas apenas escorriam dos olhos de Dorothy. Não deveria ter sido daquele jeito. Ele amava Rosalie. Por quê? Por que ele estava agindo assim?

Depois de algum tempo, Credence se abaixou e a questionou: “Você está apaixonada por Juelz? Diga! Admita de uma vez, e eu a deixarei em paz.”

Ela disse: "Sim, eu amo Juelz!"

Ela mordeu os lábios e acenou com a cabeça, dizendo isso contra sua vontade.

Os olhos de Credence ficaram ainda mais afiados. Ele a agarrou e jogou na cama. “Dorothy, a noite é uma criança.”

......

Quando Dorothy acordou, a suíte estava vazia e Credence havia desaparecido. Ela sentia-se zonza e sem forças para levantar-se da cama.

De repente, ela sentiu algo e rapidamente tirou os cobertores de cima de si. Na brancura do lençol havia uma grande mancha seca de sangue, aquilo a atravessou dolorosamente.

Ela correu para sair da cama e vestir suas roupas. Seu corpo doía tanto que ela não conseguia parar de tremer.

Será…será que ela sangrou muito?

A caminho do hospital, a dor de cabeça de Dorothy só se agravou e ela quase caiu várias vezes.

Com algum esforço, ela conseguiu pegar uma senha. Quando ia entrar no consultório médico, sua visão ficou turva. Depois de alguns passos, ela desabou desacordada no chão...

Dorothy podia sentir o cheiro acentuado do desinfetante hospitalar... Isso a fez recobrar os sentidos.

Pouco depois que Dorothy acordou, um médico veio à enfermaria. A médica examinou o prontuário e disse seriamente: “Você desmaiou por causa de um forte resfriado, mas a criança em seu útero está bem por enquanto. Mas, você deve ficar mais atenta. Não pode ter relações sexuais nos primeiros três meses de gravidez. Se isso acontecer novamente, você pode não ter tanta sorte. Eu sei que você é jovem e apaixonada, mas tente se controlar.”

Dorothy atônita, não sabia o que falar e, portanto, apenas assentiu. Seu coração estava agitado. Seus lábios perderam a cor e ela tremia ao perguntar incrédula: “Doutora, não consegui entender nada do que você disse. Pode repetir, por favor?”

Grávida?

Credence não a obrigou interromper a gravidez? O embrião estava em um recipiente no hospital. Credence até tinha usado o feto para fazer um teste de paternidade! Como ela ainda podia estar carregando um filho em seu ventre?

Dorothy estava estarrecida, não conseguia se controlar. Seu corpo delicado não parava de tremer. Primeiro ela desabou em lágrimas, mesmo que em silêncio, depois começou a rir e chorar ao mesmo tempo.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O Amor Perdido