O Amor Perdido romance Capítulo 88

Na ala VIP do hospital, Dorothy ainda olhava para suas mãos atordoada, ela ainda estava do lado de fora da janela. Não conseguia compreender como ela, uma mulher que pesava apenas cinquenta quilos, foi capaz de empurrar Rosalie, que tinha o mesmo peso, para fora da janela com tanta facilidade.

Ela nunca tinha pensado em matar uma pessoa. Nunca!

Enquanto Dorothy estava aturdida, Caleb correu furioso até a filha adotiva. Ele ergue o braço e lhe deu um tapa sonoro em Dorothy. Seu rosto contraiu-se e ele a amaldiçoava cm ferocidade, “Dorothy, Rosie é sua irmã. Como você pôde empurrá-la? Sua v*dia, como eu pude criar um monstro como você...”

O tapa forte deixou o lado esquerdo do rosto de Dorothy formigando de dor. Um fio de sangue escorria no canto de sua boca. Ela sentiu o cheiro de algo queimando. À medida que o odor ficava mais intendo, seu cérebro caótico começava a recuperar a clareza gradualmente.

"Pai, você tem que acreditar em mim. Eu não tive a intenção de matá-la. Nunca quis fazer isso!"

Parecia que sua cabeça havia recebido centenas de marteladas. Contudo, sua racionalidade voltou ao normal. Ela imediatamente entendeu que não foi uma ilusão, não era um sonho tudo realmente aconteceu. Todos a viram empurrar Rosalie da janela!

Ela era uma assassina.

Quando Dorothy olhou pela janela, viu uma multidão de espectadores. Um homem se destacou no meio de tanta gente. Credence. Ele a encarou sem esboçar qualquer expressão. Ela sentiu um calafrio percorrer sua espinha, ao encontrar os olhos profundos e indiferentes dele.

Dorothy não fazia ideia de como Rosalie orquestrara tudo, para fazer Credence chegar no instante exato em que o crime aconteceu.

Naquele momento, o rosto de Dorothy estava entorpecido pela dor e sua cabeça zumbia. Porém, sua visão e audição permaneciam muito nítidas.

Ela podia ver Credence se esgueirando apressado, indo em direção ao local onde Rosalie caiu. Uma expressão de preocupação, a qual ele não disfarçou, tomou conta de suas feições perfeitas.

Rosalie foi empurrada do terceiro andar e caiu direto no gramado do primeiro andar. Foi uma queda de cerca de 16 metros de altura. Mesmo à distância, Dorothy conseguia enxergar os cabelos desgrenhados de Rosalie, seu rosto sujo e o corpo coberto de sangue. Ao avistar o homem que apareceu repentinamente, seus olhos faiscaram.

Ela conseguia escutar a respiração ofegante de Rosalie. Ela soluçou fracamente e disse: “Credence, você está mesmo aqui? Estou com dor, muita dor. O que eu fiz de errado? Por que Dorothy me atirou pela janela...”

“Por favor, me ajude... por favor! Eu não quero morrer, não quero ficar aleijada. Quero me casar com você, quero ser a noiva mais linda!”

O corpo de Dorothy estremeceu violentamente ao ouvir aquelas palavras. Ela cobriu a boca com a mão, enquanto aguardava a resposta de Credence, com os ouvidos bem atentos. Ela nem percebeu que Caleb se esgueirou para fora do quarto.

Ela esperou um bom tempo, até que ouvir a voz grave e cavernosa de Credence. Sua voz era clara e dava para entender cada uma de suas palavras.

Seu tom suave e gentil parecia incrivelmente estranho. Era um tom que Dorothy nunca tinha ouvido antes.

Ele disse: "Não tenha medo. Estou aqui!"

Essas palavras românticas não foram ditas para sua esposa, mas para a irmã dela, Rosalie.

Desde que se casaram, Dorothy sempre foi a amante.

Por um segundo, Dorothy pensou que o sol estava muito forte. Do contrário, por que seus olhos ardiam até as lágrimas?

Ela ficou imóvel perto da janela. Então, abaixou a cabeça e observou o casal, que estava se abraçando no gramado lá embaixo. Ela não se mexeu e seu rosto esquálido expressava uma calmaria incomum.

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