O Amor Perdido romance Capítulo 89

“Credence... para ser sincera, eu não sei por que empurrei Rosalie. Mas, minha intuição me diz que ela planejou tudo isso.”

Diante do homem que parecia frio e inexpressivo, Dorothy sentiu como se tivesse caído em um poço de gelo e água fria. Ela estremeceu e seus olhos estavam marejados de lágrimas.

Ela não sabia por que seus olhos estavam marejados. Tudo aquilo parecia um pesadelo sem fim. Era como se ela estivesse enredada no centro de uma teia de aranha, da qual não podia escapar.

Sua irmã, Rosalie, foi quem armou tudo isso. Seus pais adotivos também eram cúmplices do plano.

O objetivo deles era enquadrá-la como uma assassina.

Uma assassina não poderia ser a esposa de Credence e não poderia mais ser a Sra. Scott.

Mesmo que Credence não quisesse que Dorothy fosse embora, mas ele seria pressionado pelos acionistas do Grupo Scott, bem como os comentários esmagadores da internet. Eventualmente, ele teria que se divorciar dela.

Rosalie realmente traçou um bom plano.

Dorothy havia perdido para uma mulher ardilosa. Ela estava realmente impressionada com as habilidades de Rosalie!

Ela estava em transe quando a luz incandescente do quarto penetrou em seus olhos, fazendo-os arder. Mas, ela podia ver o belo rosto de Credence tomado por uma expressão sombria. Seus olhares estavam fixos um no outro.

“Você estava bem em Palm City, então por que você voltou de repente?”

O que ele de fato queria perguntar era, por que ela veio para Talco City matar Rosalie.

No entanto, observando o rosto pálido e rígido de Dorothy, Credence permaneceu em silêncio por um tempo. Então, enfim ele decidiu questioná-la, com um tom gentil.

Havia muitas testemunhas e vários vídeos que foram compartilhados na internet. Não importa o quão influente ele fosse, ele nunca permitiria Dorothy escapar impune...

Afinal, seus poderes e influência tinham limites!

As têmporas de Credence latejavam e seu coração encheu-se de uma sensação de derrota. Diante de Dorothy, ele suprimiu a amargura no fundo de sua garganta.

"Se você quer que eu acredite em você, então me diga tudo o que aconteceu."

Sua respiração fria e familiar entrou pelas narinas de Dorothy. Ela sentiu uma pontada no peito. A dor intensa a fez perder o ar.

"Você realmente acredita em mim?"

Sua voz tinha um tom incrivelmente suave, com uma pitada de incredulidade quando ela perguntou.

Embora Credence a ouvisse perfeitamente, ele franziu a testa, em uma postura de precisar se concentrar para escutar Dorothy com clareza.

De repente, ele ergueu a mão e gentilmente enxugou, com os dedos um pouco ásperos, as lágrimas do rosto de Dorothy. Ele a olhou com um olhar apaixonado, “Dorothy, me escute. Você é minha esposa, é obstinada, teimosa e forte. Talvez eu não a conheça muito bem, mas tenho certeza de que você não é uma assassina.”

No segundo seguinte, ele se abaixou e apoiou a testa no ombro dela. Ele a abraçou e beijou seu pescoço delicado e alvo, com seus lábios frios e finos. Ele sussurrou: “Dorothy, eu acredito em você!”

O pescoço de Dorothy parecia arder em chamas. Ela estremeceu por ser pega de surpresa, pelo beijo repentino de Credence. Sua pele estava repleta de gotículas de água...

Ele estava chorando?

Ele estava chorando por ela ou pelo estado trágico de Rosalie?

Dorothy ergueu a cabeça e olhou fixamente para Credence. Quando ela olhou para os olhos escuros e tingidos de sangue de Credence, ela pode ver como ele estava abatido e exausto.

“Você acredita mesmo em mim? Acredita que eu nunca quis matar Rosalie?”

Depois de obter uma resposta afirmativa, Dorothy sorriu sinceramente: “Agora sei que você acredita mesmo em mim! Escutei que alguém chamou a polícia. Sei que a polícia chegará em breve no hospital. Não posso ir para a cadeia, você pode me ajudar?”

Ela pensou consigo mesma: “Você não sabe, mas se me salvar da cadeia, vai estar salvando o seu filho também.”

Se ela fosse realmente para a cadeia, seu filho teria uma assassina condenada, como mãe. Uma marca que seria difícil de se livrar, uma marca para o resto da vida!

Dorothy estava falando, quando ouviu o som estridente das sirenes, ao longe. O ruido ficava cada vez mais perto...

"Sinto muito. Não posso atender ao seu pedido!"

Ele já tinha admitido para si que fora derrotado por suas limitações, Credence não teve escolha a não ser balançar a cabeça negativamente para Dorothy.

Ele queria poder ajudá-la, mas ele estava de mãos atadas naquela situação.

Se o assunto já estivesse se espalhando por Horsburg, ele não tinha como encobrir o que Dorothy havia feito, dadas suas influências limitadas apenas a Talco City.

Tudo aconteceu muito repentinamente. Mesmo sendo poderoso, ele não poderia se livrar do fato de Dorothy tentar cometer um assassinato, e o pior, em público.

Credence soltou lentamente a mulher presa em seus braços. Ele cerrou os punhos e com uma expressão calma, desferiu um soco na parede com um grande estrondo. Isso fez a enfermaria tremesse.

O coração de Dorothy contraiu-se. Ela observou a expressão tensa dele, como se de repente percebesse algo, mas conseguia acreditar no que via. “Credence, você acredita em mim, mas não vai me ajudar. É isso que quer dizer?”

Credence enxugou mais uma vez as lágrimas do rosto dela, “Desculpe, só posso conseguir o melhor advogado de Horsburg para você, e tentar solicitar que sua sentença seja reduzida o máximo possível.”

"Vou esperar até que você esteja livre."

A última frase soou profunda na voz grave de Credence. Mas, foi inaudível para Dorothy, que estava atônita.

"Encontrar o melhor advogado para mim?"

"Tentar pedir a redução da minha pena?"

A cada frase, o sorriso frio de Dorothy se intensificou. Ela deu um sorriso suave, com os dedos finos cutucou Credence, altura do coração dele. Ela abriu um sorriso gélido, “Não há lugar para mim aqui, certo? Eu sou muito estúpida por acreditar no que você me disse. Eu pensei que você acreditava em mim. Eu não tinha a intenção de matar Rosalie. Você mesmo disse que eu não sou uma assassina, mas.... eu me enganei. Eu estava profundamente enganada!”

“Você é uma figura poderosa em Talco City. Tudo o que você precisa fazer é ligar para a polícia, mas nem mesmo isso você é capaz de fazer!” Ela pensou consigo mesma.

"Credence, você nunca me amou, nem por um segundo. Disse essas palavras bonitas, apenas para me convencer a ir para a prisão, não é?”

“Para de mentir para mim e para de mentir para si mesmo! Diga-me, é tão difícil admitir que você ama Rosalie?”

O som de passos apressados veio do corredor, estavam cada vez mais perto.

Alguém gritou: “Polícia! Depressa, a assassina está no quarto no final do corredor. Impeçam-na antes que ela cometa outro assassinato. Essa maníaca homicida é terrível!”

Ao ouvir isso, Dorothy ficou desesperada. Seus dedos, que antes cutucavam o peito e Credence, tremiam sem parar. Quando os policiais entraram, ela usou todas as suas forças e deu um tapa em Credence. A expressão dela era um misto de ressentimento e tristeza.

“Credence, eu te odeio! Eu me odeio por ter me apaixonado por você! Agora acabou...”

Estava tudo acabado!

Diante do olhar calmo e pesaroso de Dorothy, o coração de Credence esvaziou-se e sangrava um sangue gelado. Ele estava com tanta dor, que ficou entorpecido e perdeu os sentidos.

O oficial que comandava a equipe cumprimentou Credence com grande respeito. Então, ele avançou e algemou Dorothy, levando-a embora.