O Amor Perdido romance Capítulo 91

Benjamin recebeu o telefonema de Credence e seguiu suas ordens. Ele comprou um terno novo e levou um café da manhã fresquinho para o chefe.

Assim que abriu a porta e entrou, Benjamin sentiu o ar frio de Credence, o qual preenchia o ambiente. Foi impossível conter um estremecimento causado por um calafrio.

"Sr. Scott, aqui estão as roupas que você pediu."

Benjamin apertou a sacola em sua mão e disse com preocupação: "São quase oito horas. Sr. Scott, você ainda está com o estômago irritado. Você deveria comer algo primeiro."

“Não estou com fome.”

A frieza de seus olhos intensificou a atmosfera gélida. Ele pegou a sacola da mão de Benjamin e entrou no banheiro sem dizer uma palavra. Depois de vestir o terno preto, ele não hesitou em jogar fora a calça que havia acabado de tirar.

Ele tinha colocado seu casaco preto em Rosalie, quando fez isso ele sentiu pena dela. Porém, quando ele suspeitou que Dorothy havia sido drogada com Mosemary, fazendo-a perder o controle de si e atacar as pessoas, a pena que ele sentiu por Rosalie desapareceu e transformou-se em repulsa.

Fazia quatro anos. Era verdade que ele raramente se importava com Dorothy, também não aparentava gostar dela, contudo, ele conhecia sua personalidade muito bem.

Ela era uma mulher que relutava matar uma barata e até mesmo uma formiga. Dorothy sofreu e suportou todo tipo de obstáculo em seus quatro anos de casamento. Como uma mulher assim poderia ser cruel ao ponto de matar a própria irmã?

Qualquer individuo que fosse tentar um homicídio em público, ou era idiota ou estava fora de si, um lunático.

Ao abrir a porta, Credence franziu o cenho e encarou Benjamin. Ele ainda segurava o café da manhã. Depois de algum tempo, Credence massageou as têmporas com os dedos e saiu em passos pesados.

Benjamin o alcançou e perguntou: "Sr. Scott, o senhor está indo para a empresa ou ..."

“Estou indo para o pronto-socorro no outro bloco do hospital.”

Após alguns minutos, ele perguntou de maneira inexpressiva: “Como está sendo tratada a questão do vídeo de Dorothy, que está circulando pela Internet?”

“Não se preocupe, Sr. Scott. Quase tudo já foi apagado. Graças às nossas conexões, conseguimos excluir o vídeo da maioria dos portais de notícias importantes, mas ainda estamos lidando com alguns que insistem em fazer o ocorrido viralizar.”

“Espere por mim no carro.”

O rosto bonito de Credence ficou tenso e ele não disse mais nada. Lentamente pegou um cigarro e o isqueiro que estavam em seu bolso. Ele acendeu o cigarro e deu algumas tragadas, suas feições eram taciturnas. Em meio a fumaça branca, seus olhos pareciam ainda mais frios e implacáveis, como um lobo à espreita de sua presa. Aquele era o seu verdadeiro eu.

O Sr. Scott estava duvidando de Rosalie?

Graças aos céus, o Sr. Scott finalmente tinha recobrado o juízo.

Naquele momento, Benjamin sentiu um misto de sentimentos brotar dentro de si.

......

Na sala de emergência do segundo andar...

Rosalie, que deveria estar com a vida por um fio e precisando de uma cirurgia, estava sentada na mesa de operação. Seu rosto suave exibia uma expressão sombria, sem demonstrar qualquer outra emoção.

Ela tirou uma garrafa de vinho tinto e uma taça de um armário. Depois de pensar muito, ela decidiu colocar um pouco de vinho na taça e beber alguns goles.

Rosalie só tomou meio gole, para que não houvesse nenhum vestígio de álcool em seu hálito.

Contudo, seu amor por bebida igualava-se ao amor que sentia por Credence. Uma simples gota a fazia querer mais. Quanto mais ela bebia, mais ela queria continuar bebendo!

Desta vez, Dorothy definitivamente terminaria na prisão.

Ela não seria apenas uma mulher presa, mas uma bela mulher na prisão. Coisas inimagináveis poderiam acontecer a qualquer momento, até mesmo perder a vida!

Quando Dorothy morresse, enfim Credence pertenceria a Rosalie.

Observando o líquido vermelho e encantador no copo, Rosalie sorriu alegremente.

Enquanto ela fazia os preparativos para a armadilha, ela se enrolou em um monte de tecido de algodão macio. Ela até resolveu usar uma roupa larga e ‘feia’ de hospital. Ninguém notaria nada de incomum com sua aparência.

Ela também se certificou que alguém cavasse um buraco no gramado onde ela cairia. Havias muitos colchões reforçados foram colocados na cova, juntamente com várias bolsas de sangue, e por fim, uma camada fina de grama.

Assim, quando ela tivesse conseguido atrair Dorothy para empurrá-la pela janela, nada aconteceria, mesmo depois de uma queda do terceiro andar. Ela ficaria sem um arranhão sequer.

Antes que ela pudesse terminar de beber o vinho, seu celular tocou.

Depois de verificar o identificador de chamadas, Rosalie gesticulou para médica, que estava respeitosamente parada ao seu lado e entregou-lhe o celular.

Assim que ela atendeu a ligação, a voz de Linda soou do outro lado: “Ro... Rosie, eu estava indo comprar um café da manhã para você, quando eu vi Credence caminhando em direção ao pronto-socorro. Ele deve estar a sua procura. É melhor você agir rápido, deite-se na mesa de cirurgia e finja que está sendo preparada para ser operada. Acho que ele não me viu. Depressa, nossa família já trabalhou duro até aqui, não podemos morrer na praia. Não deixe tudo ir por água abaixo!”

"Está tudo bem. Estou pronta."

Rosalie desligou o celular e o jogou nas mãos de um médico assistente, com uma expressão fria. Ela ordenou: “Guarde isso para mim.”

Quando a médica responsável ficou sabendo que Credence estava para entrar na sala do pré-operatório, perguntou com voz assustada: "Srta. Fisher, o que nós devemos fazer?"

Rosalie podia parecer inocente e gentil, mas no fundo, ela era maquiavélica, capaz de elaborar planos de fazer as pessoas tremerem de medo.

Se a médica soubesse a crueldade de sua paciente, ela nunca teria se envolvido naquela situação, nem mesmo pelo dinheiro que receberia.

Era tarde demais para arrependimentos, pois ela não tinha escolha a não ser continuar com a farsa até o fim!

“Mesmo que Credence venha para matar alguém, eu sou a primeira da lista. Do que você com medo?”

Rosalie bufou com desdém, “Apresse-se e informe os outros médicos para vierem e prepararem a cena da minha falsa cirurgia.”

Desde a noite anterior, ela já tinha conseguido diversos vídeos gravados pela câmera escondida no lustre de cristal, no teto da enfermaria.

Na gravação, ela viu com os seus próprios olhos que, apesar de Credence ter visto Dorothy empurrando-a pela janela e ter se tornado uma assassina, ele abraçou Dorothy e beijou seu pescoço. Sua expressão era de dor e afeto.

Até de olhos fechados, Rosalie podia dizer, só de vê-los de relance, que Credence se apaixonara por Dorothy. Ele tinha se apaixonado pela mulher que ela odiava e invejava há tantos anos, mas nunca estaria a sua altura.

Rosalie agarrou a taça de vinho com força e seu rosto ficou terrivelmente pálido.

As coisas tomaram proporções gigantescas e todos já sabia do incidente. Ela não acreditava que Credence pudesse evitar a prisão de Dorothy.

Quando Dorothy já estivesse presa, ele não poderia fazer mais nada para salvá-la.

Rosalie fechou os olhos e permitiu que a médica espalhasse o sangue por seu corpo. A equipe médica fingiu que se esforçavam para salvar a vida de Rosalie.

......

Quando Credence chegou na ala do pronto-socorro, Linda correu até ele horrorizada. Seus olhos estavam avermelhados, “Credence, ela ainda está na sala de emergências. Não sei como ela está.”

Ele franziu a testa impaciente e perguntou abruptamente: "Você já ouviu falar de uma substância chamada Mosemary?"

Observando a expressão carrancuda de Credence, Linda gaguejou e retrucou: “Mose... o quê? Credence, eu... não entendi o que você disse. Pode repetir?”

Além de Caleb, que sabia um pouco mais, Linda fora mantida completamente no escuro a respeito do plano de Rosalie. Ela só tinha feito o que Caleb a instruiu.

"Não é nada."

Percebendo que Linda não sabia de nada, Credence apertou o espaço entre as sobrancelhas. Ele abriu um sorriso tão frio que faria qualquer um sentir um arrepio percorrer a espinha.

Vinte minutos se passaram, então a médica responsável abriu as portas da sala de emergências e convidou Credence para entrar. Ela entregou-lhe um conjunto, o qual consistia em uma bata limpa e desinfetada e uma máscara cirúrgica, enquanto isso a médica falava: “Sr. Scott, o estado da Srta. Fisher é bastante crítico. Ela gostaria de vê-lo uma última vez”

"Que coincidência. Eu também quero vê-la."

Credence espremeu os lábios. Seu sorriso ficou ainda mais sombrio!

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