Na sala de interrogatório.
A luz incandescente acima de Dorothy arrepiava seus cabelos. Suas mãos ainda estavam algemadas quando ela se sentou em uma cadeira preta e tinha a altura de um homem adulto. Sentada à sua frente estava a delegada encarregada do caso, Ivana Godfrey.
Inicialmente ela estava responsável por um caso de roubo. No entanto, ela recebeu um telefonema repentina de outro colega, o qual a designou como encarregada do caso de Dorothy.
"Dorothy Fisher, o que você tem para nos dizer?"
Ivana sabia o motivo para ter sido designada para o caso, por seus superiores de maneira súbita. O marido da bela mulher à sua frente deve ter falado com um contato ou outro.
Credence Scott era um nome bem conhecido em Talco City.
Se ela não assumisse o caso, provavelmente um policial chamado Kyle Fisher seria o responsável, ele tinha a fama de ser implacável.
Além disso, aparentemente Kyle e Caleb eram bastante próximos um do outro.
Se Kyle fosse o responsável pelo caso de Dorothy, ela tinha grandes chances de sofrer abusos físicos durante o interrogatório. Essas eram as regras não ditas, mas que todos conheciam.
Dorothy não fazia ideia de quanto Credence interveio para ajudá-la. Ela sentou-se na cadeira em silêncio, até sua respiração tornou-se mais lenta e superficial.
Já havia se passado uma hora e meia. Além de repetir que era a vítima, Dorothy não disse mais nada.
“Oficial Godfrey, tudo isso faz parte dos planos de Rosalie. Você precisa acreditar em mim. Eu sou a única vítima aqui!”
Os olhos de Dorothy estavam vidrados na tela que reproduzia a cena em que ela empurrava Rosalie pela janela do terceiro andar. Não importava o que Ivana dissesse, ela apenas repetiria a mesma afirmação, de que era a vítima.
“Dorothy, por que você não me conta toda a história? Se você é culpada ou não e independente das acusações, não sou eu ou você quem vai decidir, a sua inocência, mas o juiz.”
“Olhe para o vídeo. Todas as evidências apontam para você. Havia muitas testemunhas no local. Só isso, já é o suficiente para você pegar pelo menos vinte anos de prisão.”
“Escuta, se você não cooperar comigo, ninguém vai conseguir ajudá-la.”
Ivana suspirou. Era tudo o que ela podia fazer, mas Dorothy ainda não se mexia.
Quem mais poderia ajudá-la naquele momento desesperador?
Seria Credence ou Rosalie?
Dorothy sorriu gentilmente e fechou os olhos: "Sim, as evidências são conclusivas. É inútil eu dizer qualquer outra coisa."
Como ela poderia dizer que perdeu o controle de si mesma, após inalar um perfume adocicado? Como dizer que não tinha domínio de suas ações e tinha instintos assassinos?
A sua história soava muito absurda.
Ninguém acreditaria nela!
Ivana, com seu tom sério, falou por um longo tempo, o interrogatório voltou à estava zero. Ela respirou fundo e sentiu que era inútil continuar fazendo mais perguntas.
Ela apontou para os dois policiais que estava de guarda atrás de Dorothy, então franziu o cenho e disse: “Vocês, levem-na lá para baixo e a deixem em uma cela sozinha.”
"Sim, senhora."
Imediatamente, os dois policiais levaram Dorothy embora e saíram da sala de interrogatório.
Dorothy caminhava na frente deles, com uma postura ereta e altiva.
Ela mordeu os lábios, mas seu rosto pálido estava tranquilo. Ela era muito magra e esguia, que poderia sair voando apenas com uma brisa suave.
Após o interrogatório, Dorothy não foi encaminhada para a prisão feminina de Talco City. Ao invés disso, ela foi levada para uma cela de detenção separada, a qual tinha uma cama, mesas e bancos, e até um banheiro privativo.
Ela não sabia como eram as acomodações dos outros presos, mas estava satisfeita com o que tinha.
Dorothy estava almoçando quando Ivana foi fazer sua inspeção de rotina. O almoço era sopa e pão. Ela comia com uma expressão de prazer e calmaria.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Amor Perdido
Bom dia, haverá atualização desse livro?...