O Amor Perdido romance Capítulo 92

Na sala de interrogatório.

A luz incandescente acima de Dorothy arrepiava seus cabelos. Suas mãos ainda estavam algemadas quando ela se sentou em uma cadeira preta e tinha a altura de um homem adulto. Sentada à sua frente estava a delegada encarregada do caso, Ivana Godfrey.

Inicialmente ela estava responsável por um caso de roubo. No entanto, ela recebeu um telefonema repentina de outro colega, o qual a designou como encarregada do caso de Dorothy.

"Dorothy Fisher, o que você tem para nos dizer?"

Ivana sabia o motivo para ter sido designada para o caso, por seus superiores de maneira súbita. O marido da bela mulher à sua frente deve ter falado com um contato ou outro.

Credence Scott era um nome bem conhecido em Talco City.

Se ela não assumisse o caso, provavelmente um policial chamado Kyle Fisher seria o responsável, ele tinha a fama de ser implacável.

Além disso, aparentemente Kyle e Caleb eram bastante próximos um do outro.

Se Kyle fosse o responsável pelo caso de Dorothy, ela tinha grandes chances de sofrer abusos físicos durante o interrogatório. Essas eram as regras não ditas, mas que todos conheciam.

Dorothy não fazia ideia de quanto Credence interveio para ajudá-la. Ela sentou-se na cadeira em silêncio, até sua respiração tornou-se mais lenta e superficial.

Já havia se passado uma hora e meia. Além de repetir que era a vítima, Dorothy não disse mais nada.

“Oficial Godfrey, tudo isso faz parte dos planos de Rosalie. Você precisa acreditar em mim. Eu sou a única vítima aqui!”

Os olhos de Dorothy estavam vidrados na tela que reproduzia a cena em que ela empurrava Rosalie pela janela do terceiro andar. Não importava o que Ivana dissesse, ela apenas repetiria a mesma afirmação, de que era a vítima.

“Dorothy, por que você não me conta toda a história? Se você é culpada ou não e independente das acusações, não sou eu ou você quem vai decidir, a sua inocência, mas o juiz.”

“Olhe para o vídeo. Todas as evidências apontam para você. Havia muitas testemunhas no local. Só isso, já é o suficiente para você pegar pelo menos vinte anos de prisão.”

“Escuta, se você não cooperar comigo, ninguém vai conseguir ajudá-la.”

Ivana suspirou. Era tudo o que ela podia fazer, mas Dorothy ainda não se mexia.

Quem mais poderia ajudá-la naquele momento desesperador?

Seria Credence ou Rosalie?

Dorothy sorriu gentilmente e fechou os olhos: "Sim, as evidências são conclusivas. É inútil eu dizer qualquer outra coisa."

Como ela poderia dizer que perdeu o controle de si mesma, após inalar um perfume adocicado? Como dizer que não tinha domínio de suas ações e tinha instintos assassinos?

A sua história soava muito absurda.

Ninguém acreditaria nela!

Ivana, com seu tom sério, falou por um longo tempo, o interrogatório voltou à estava zero. Ela respirou fundo e sentiu que era inútil continuar fazendo mais perguntas.

Ela apontou para os dois policiais que estava de guarda atrás de Dorothy, então franziu o cenho e disse: “Vocês, levem-na lá para baixo e a deixem em uma cela sozinha.”

"Sim, senhora."

Imediatamente, os dois policiais levaram Dorothy embora e saíram da sala de interrogatório.

Dorothy caminhava na frente deles, com uma postura ereta e altiva.

Ela mordeu os lábios, mas seu rosto pálido estava tranquilo. Ela era muito magra e esguia, que poderia sair voando apenas com uma brisa suave.

Após o interrogatório, Dorothy não foi encaminhada para a prisão feminina de Talco City. Ao invés disso, ela foi levada para uma cela de detenção separada, a qual tinha uma cama, mesas e bancos, e até um banheiro privativo.

Ela não sabia como eram as acomodações dos outros presos, mas estava satisfeita com o que tinha.

Dorothy estava almoçando quando Ivana foi fazer sua inspeção de rotina. O almoço era sopa e pão. Ela comia com uma expressão de prazer e calmaria.

Como uma mulher tão elegante como ela poderia ser uma assassina?

Ivana olhou para Dorothy, que comia elegantemente o pão e a sopa. Ela parecia estar se deleitando com as mais deliciosas iguarias. Ela admirava Dorothy por dentro e perguntou quase sussurrando: “Você não tem medo de morrer?”

“Claro que tenho. Como eu poderia não ter medo da morte?”

Dorothy ergueu a cabeça e encarou a jovem policial, bem-vestida em seu uniforme, que estava do lado de fora das barras de ferro. Ela sorriu e disse: “Já que estou aqui, do que adianta sentir medo da morte?”

De repente, Ivana sentiu que as palavras de Dorothy faziam tanto sentido que ela não conseguia refutar.

Depois de pensar um pouco, ela tirou o celular do bolso e o entregou entre as duas barras de ferro: "Quer ligar para o Sr. Scott? Ele está com muita saudade!"

Após tomar a última colherada da sopa, Dorothy tocou sem querer sua barriga achatada. Ela virou-se para olhar Ivana, que já hesitava há algum tempo. Então, ela balançou a cabeça lentamente.

“Obrigada, mas acho que não é preciso.”

Seu relacionamento com Credence tinha terminado!

"Tudo bem então, tenha um bom descanso."

Ela sussurrou algumas palavras antes de se virar e sair. Como Dorothy estava de costas, Ivana não percebeu que ela acariciava a barriga.

Dorothy levantou-se e foi até o banheiro. Depois de se lavar, ela sentou-se na cama. Em silêncio, ela inclinou-se e encostou-se na parede branca como a neve. Seu rosto calmo não estava nem triste nem feliz. Também não havia qualquer sinal de medo.

Enquanto o bebê estivesse consigo, ela ainda teria seu porto seguro, um paraíso particular, mesmo que ela estivesse atravessando o inferno!

......

Ivana saiu da sala de detenção, procurou um lugar mais afastado e ligou para Credence.

“Sr. Scott, sou eu! A Sra. Scott é uma mulher elegante e calma. Minha intuição me diz que é muito provável que ela não tinha a pretensão de matar Rosalie, mas aquele vídeo ainda é irrefutável. Se não conseguirmos qualquer outra evidência, de alguém que quisesse incriminar a Sra. Scott, temo que ela seja acusada de homicídio.”

Credence deu um passo à frente, pronto para entrar no pronto-socorro, mas seu celular tocou. Na entrada da emergência, ele olhou friamente para as roupas higienizadas e a máscara entregue pela médica. Porém, ele não estendeu a mão para pegar a roupa.

Depois de escutar as teorias de Ivana, as sobrancelhas de Credence pareceram relaxar, “Ok, entendo. Em breve vou ter as evidências de que precisa.”

Antes que Ivana pudesse falar novamente, ele rolou a tela e desligou rapidamente.

Agora, ele tinha certeza de que a principal evidência estava nas mãos de Rosalie.

Linda parou quase ao lado de Credence e observou as suas complexas expressões faciais. Ela estava com tanto medo que não ousou se aproximar. No entanto, quando o viu entrando sem usar o avental esterilizado e a máscara, ela correu para impedi-lo: “Credence, a Rosie acabou de passar por uma cirurgia. Seu corpo ainda está muito fraco. Você não pode simplesmente ir entrando. Ela pode contrair alguma infecção...”

Se ela tinha que atuar, ela daria tudo de si.

Mesmo que a operação de Rosalie fosse uma farsa, ela ainda tinha que mencionar os pequenos detalhes com clareza.

Em muitas ocasiões, os pequenos detalhes determinavam se o plano seria bem-sucedido.

Credence contraiu levemente os lábios, seu rosto cheio de sarcasmo, "Tem certeza que sua filha vai realmente morrer em breve?"

“Credence, o que você quer dizer? Dorothy empurrou Rosie do terceiro andar. Seu corpo estava coberto de sangue e duas de suas costelas quase quebraram. Você não soube?”

Linda estava tão assustada que seu rosto empalideceu.

Mas, a única resposta que Linda obteve foi o som ensurdecedor da porta se fechando.

Linda olhou para a porta que acabara de fechar, ela e a média se entreolharam aterrorizadas. O sentimento de temor cresceu dentro de cada uma.

Será que ela tinha dito algo que não deveria?

Não, isso era impossível!

Credence era muito assustador. Ela só rezava para que Rosie fosse capaz de lidar com ele!

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