O CEO sem coração romance Capítulo 102

RÔMULO

— Você fala primeiro ou eu falo? — perguntei, quando chegamos perto do rio.

— Eu falo. — ela se virou para mim com as mãos no bolso da jaqueta e os cabelos voando com o vento. — Rômulo, eu sei que as coisas mudaram entre a gente. Eu tento fingir que não, mas até os fofoqueiros da internet já enxergaram algo. Nós estamos convivendo o tempo inteiro um perto do outro e toda convivência ou termina em brigas e ódio ou… — ela deu uma pausa e olhou para o chão. — Mas eu não posso simplesmente deixar o que você fez para trás, mesmo que agora eu quisesse que aqueles momentos não tivessem existido. Por isso que eu prefiro pensar que tudo está acontecendo só por causa daquele contrato de namoro. Eu não posso esquecer de que você me machucou física e psicologicamente quando estive na sua casa e eu só estava procurando os direitos do meu pai, mas você não quis me ouvir, logo disse que eu estava tentando te dar um golpe e depois você me machucou. Me jogou daquele jeito, eu desmaiei e acordei do lado de fora dos muros da sua casa, sangrando e quase cega. Depois você continuou me machucando com palavras, saiu me arrastando pelos cabelos escada a baixo, quase me matou enforcada. Eu saí de lá traumatizada. Eu… eu não sei como pareço bem. No dia em que eu te procurei, estava devastada por conta da morte do meu pai. Ele era a única pessoa que eu tinha na vida e parecia que somente eu se importava com a morte dele. E depois de correr atrás de tantas pessoas para de honrar o meu pai, eu resolvi ir atrás de você. Eu tinha esperanças de que você, sendo o chefe, poderia resolver isso. Eu nem fui na polícia porque eu achei que poderia resolver diretamente com vocês sem causar um transtorno maior. E aí você conseguiu me destruir mais ainda. Me deixou mais devastada ainda. — uma lágrima desceu pelo rosto dela e ela passou a mão e limpou. — Quando eu saí da sua casa a última pessoa que eu queria ver na minha frente era você. Eu tentei esquecer tudo o que você fez, mas você apareceu com essa ideia e ainda teve a Ana Cláudia… — ela suspirou. — Eu não sei o que estou fazendo mais. Sinceramente, eu acho que me perdi nessa história. — ela olhou para o rio.

Eu imaginei que ela tinha alguma magoa, mas não imaginava que era dessa forma e ouvindo tudo agora eu não me reconheço nessas atitudes.

— Linda, eu fui um monstro com você e reconheço. — fiquei perto dela. — Não vou mentir dizendo que me arrependi do que fiz logo em seguida, porque eu não me arrependi. Eu só me dei conta de que fui um monstro quando entendi a sua história. Linda, nada justifica o que eu fiz. O ódio gratuito que você recebeu, o que eu fiz com você… eu me envergonho daquelas atitudes. Eu me arrependo, de verdade. — coloquei a mão em seu braço. — Eu quero te pedir desculpas. Independente do que você diga. Se me perdoa ou não, isso é com você e está no seu direito, mas eu te peço desculpas por tudo o que te fiz.

Ela passou a mão no rosto de novo.

Ela estava chorando e eu fiquei ainda mais arrependido do que fiz.

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