O Despertar da Rainha Militar Divorciada romance Capítulo 317

Harlan soltou uma risada curta e frágil que quebrou o silêncio. “O que há de errado, Sr. Whitethorn? O gato comeu sua língua, ou você simplesmente prefere tramar no escuro?”

Julius nem sequer olhou para ele. Sua atenção permaneceu fixa em Quinn, o apelo em seus olhos silencioso, porém urgente. “Você me concederia um momento, por favor?”

Quinn apertou os lábios, ponderando as possibilidades, e então deu um único aceno. “Está bem.”

Ela se virou para Harlan, suavizando o tom. “Volte para o hotel. Uma vez que Julius e eu terminarmos, eu me juntarei a você.”

Harlan não mostrou surpresa; ele havia antecipado sua decisão no instante em que Julius se adiantou. Afinal, Julius os havia resgatado de um beco sem saída mais cedo naquele dia, e a gratidão carrega sua própria gravidade.

“Certo. Eu vou primeiro. Me ligue assim que qualquer coisa mudar,” disse Harlan, oferecendo a Quinn um aceno rápido antes de caminhar pelo corredor.

Ela retribuiu o aceno. “Eu ligarei.”

A porta se fechou atrás de Harlan com um clique abafado, e o quarto privado de repente pareceu cavernoso, como se cada superfície polida estivesse esperando por esse silêncio preciso.

Quinn respirou fundo lentamente. “O que você quer dizer?”

Julius hesitou — uma rara fissura em sua compostura — e então falou. “Se o homem que encontramos hoje realmente é seu irmão, então quando o dia da reunião chegar... Poderíamos... voltar a ser como éramos?”

“O quê?” Quinn piscou, despreparada para a pergunta.

Ele se aproximou, fechando o último metro de distância. “Você terminou comigo porque eu escondi que havia encontrado seu irmão — e pior, porque quando eu poderia ter salvado ele, escolhi não fazer. Agora estou pronto para gastar cada pedaço de influência que possuo para trazê-lo para casa. Se eu conseguir, você será capaz de me perdoar?”

Esperança brilhou em seus olhos, feroz e explícita.

“Se você me ajudar a encontrar Rowan, serei grata — verdadeiramente. Mas nosso relacionamento... isso é uma questão à parte.”

Ele franziu a testa. “Questão à parte?”

“Sim,” ela disse, mantendo o olhar dele. “Julius, a principal razão pela qual terminei conosco foi porque não posso mais confiar em você — não da maneira que o amor exige. Daqui para frente, cada palavra que você falar me faria questionar se é verdade ou estratégia. Eu começaria a perseguir sombras até me enlouquecer. Esse não é o tipo de amor que eu quero. Eu te disse antes — eu preciso de algo em que possa me apoiar, alguém que esteja ao meu lado sem reservas, todas as vezes.”

“Então deixe-me reconquistá-la. Eu reconstruirei essa confiança, não importa quanto tempo leve,” Julius insistiu.

O sorriso de resposta de Quinn foi tingido de tristeza; se a confiança fosse tão facilmente restaurada, o mundo não sangraria por tantas traições imprevistas.

“Não.”

Alívio passou pelo rosto de Harlan, então a culpa o afastou. “Bom. Ainda assim, a bagunça de hoje é minha culpa. Se eu tivesse me preparado melhor, Julius não teria precisado intervir.”

“Vamos ser honestos — foi minha imprudência que começou isso,” respondeu Quinn.

Qualquer coisa relacionada a Rowan queimava sua cautela; o perigo não significava nada se pudesse levá-la até ele.

A noite se aprofundou. Quinn jazia rígida no colchão, pálpebras cerradas, suor frio perlava em sua testa.

De repente, ela se sentou, um grito se libertando. “Não! Rowan!”

A escuridão saudou seus olhos bem abertos. Só então ela percebeu que tinha sido um pesadelo. Em seu pesadelo, Rowan estava sendo intimidado repetidamente enquanto ela estava impotente para intervir.

Um arrepio agudo percorreu sua espinha. Havia mais alguém no quarto.