O Despertar da Rainha Militar Divorciada romance Capítulo 404

"Como você sabe disso?" Os olhos de Quinn se arregalaram, a surpresa varrendo a fuligem de suas bochechas.

Ele sorriu, mesmo enquanto sombras da cor da morte se espalhavam por sua pele. O suor grudava em seu cabelo, a cinza se agarrava às roupas, mas o sorriso permanecia.

"Claro. Era você. Sempre foi você," ele sussurrou.

A revelação o atingiu como uma explosão silenciosa. A salvadora das ruínas de sua infância estava bem ali, diante dele.

Anos antes de saberem o nome um do outro, seus caminhos já haviam se cruzado.

Ele passou todos esses anos procurando por ela, amando-a, e sempre foi a mesma mulher.

Cada marca indelével em sua vida, cada cicatriz e cada esperança, carregava a assinatura dela.

Do lado de fora do salão de banquete em chamas, Everett se posicionou perto da saída. Bombeiros corriam para dentro e para fora, guiando sobreviventes através de cortinas de ar escurecido.

E ainda assim, por mais vítimas que saíssem, Leander não estava entre elas.

Um nó apertou no peito de Everett, áspero e imediato.

Esse garoto não pode morrer. Se ele morrer, o que vou dizer à mãe? Leander é a única coisa que mantém a mente dela conectada à realidade.

E ele não conseguia afastar o eco das últimas palavras de Leander, ditas antes de o jovem desaparecer no fogo.

Costumavam comentar que, sempre que Leander entrava em uma sala, parecia que o Everett jovem havia saído direto de uma fotografia esquecida.

Decisivo, afiado como uma lâmina, capaz de conectar pontos invisíveis num único instante, mas sempre ancorado em princípios sólidos—tudo no garoto agradava Everett perfeitamente.

Mais de uma vez, Everett se pegou pensando se, caso a vida lhe tivesse dado um filho, esse filho seria exatamente como Leander.

No início, pressionado pela política familiar, ele rotulou o garoto como "ilegítimo" apenas para satisfazer a necessidade de Margaret por um herdeiro.

Mas quanto mais via Leander crescer, mais forte se tornava sua admiração. Ele trouxe o jovem para o Grupo Fane, abriu caminho e silenciosamente o incentivou a subir.

Se a busca de Quinn pelo irmão nunca tivesse começado, Everett talvez tivesse arranjado para que Leander se casasse com uma mulher de sangue puro dos Fane e, com o tempo, comandasse o império da família.

Mas o destino logo renomearia o garoto como Rowan Bridger, cortando todos os laços que o uniam aos Fane.

E assim, o filho que era meu reflexo nunca será realmente nosso, Everett percebeu, um arrependimento morno se espalhando pelo peito.

"O que você disse?" Os olhos de Everett se arregalaram, as íris cinzentas normalmente impenetráveis brilhando sob as luzes de emergência. "Você viu esse colar?"

"Não posso ter certeza, mas o design é quase igual ao da foto que você me mostrou," Harbs explicou, cuidadoso para não prometer demais.

Everett estendeu o celular entre eles, a imagem já aberta. Embora fosse apenas uma foto escaneada e desgastada pelo tempo, os contornos do colar se destacavam nitidamente.

"É esse colar?" Everett sussurrou, a pergunta saindo áspera, como se cada palavra tivesse que lutar para sair da garganta.

Harbs se inclinou, apertando os olhos sob a luz âmbar do poste. "O design é quase idêntico—pelo menos para mim parece o mesmo," disse, analisando cada curva e pedra. "A mulher que o usou hoje disse que pertencia à mãe dela."

Everett se sobressaltou como se tivesse levado um choque oculto. "A... mãe dela?" A palavra carregava o peso de décadas de orações sem resposta.

Se sua irmã mais nova ainda estivesse viva, já teria filhos. Pelo cálculo de Everett, qualquer filho ou filha dela já teria chegado à idade adulta.

"A pessoa—quem estava usando o colar—quem é ela?" A pergunta saiu trêmula, esperança e medo entrelaçados em cada sílaba.

Será que finalmente encontrei minha irmã?

"Quinn," Harbs respondeu. "O nome dela é Quinn Bridger."