°Davi°
O domingo passou rapidamente. Ontem jantamos em um restaurante simples, mas bastante acolhedor no centro da cidade. Depois voltamos para o hotel pois ouvimos pessoas avisando que iria cair um temporal.
Foi divertido, admito. Os olhos de Marina brilharam ao ver a presilha que eu escolhi em seu cabelo.
Enfim, já são quase cinco horas da tarde e eu estou preparando os objetos que irei vender afim de encontrar o Felipe.
Depois de pesquisar e observar bastante a cidade, vi que ela é composta por misturas de culturas de diversos lugares. E pelo que li, se aproxima o festival das luzes. Tive a ideia de vender lâmpadas japonesas artesanais pois é o que mais se vê pelas casas e nesse período é o que mais vende. Encomendei algumas pela internet numa loja na cidade vizinha e elas chegaram hoje pela manhã. Também encomendei materiais pois tenho interesse em aprender a fazê-las.
Escuto meu celular tocando, retiro do bolso e logo atendo.
_Oi, pai.
_Sua mãe está realmente preocupada com você, Davi. Quanto tempo você pretende ficar aí?
_Irei começar as minhas buscas amanhã. Não tenho previsão pra voltar ainda._Suspiro._Peça pra mamãe se acalmar. Ela não tem por quê ficar dessa forma. Eu não estou fazendo nada demais.
_Davi, não entendemos onde foi que erramos com você._Ele respira pesadamente._Fomos muito presentes em sua vida, te tratamos com amor e carinho, procuramos sempre te entender e você reage dessa forma? O que fizemos de errado, Davi?
_Vocês estão procurando erro onde não tem. Eu só quero encontrar com ele, quero esclarecer certas coisas. Já falei mil vezes que não quero relação afetiva com o Felipe. Entendam, por favor.
Nos falamos por mais um tempo e depois encerramos a ligação. É tão difícil fazê-los entender que eu não estou procurando o Felipe pra tomar chazinho na varanda e jogar conversa fora.
É algo mais complexo do que isso, e bem mais direto. É difícil explicar, mas eu vou atrás dele. E não há muita coisa que me faça desistir.
Ouço alguém bater na porta e logo vou abri-la.
_Oi. Vim saber se você não quer assistir um filme comigo._Marina diz colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha.
Sorrio encarando seu rosto avermelhado de vergonha. Não sei porque ultimamente ela sempre está assim, envergonhada.
_O que é aquilo?
Ela invade o quarto indo diretamente para a cama. Ou melhor, para ver os objetos em cima da cama. Cocei a cabeça tentando encontrar uma explicação bastante convincente.
_Perdeu a língua?_Ela insiste._Pra quê você quer todas essas lâmpadas?
_Hum..._Caminho em sua direção._Bom, é que eu soube que está chegando o festival das luzes e achei interessante a ideia de vender lâmpadas japonesas. Servirá como terapia e assim eu conheço bem a cidade.
_Hum._Ela segura uma lâmpada._Posso ir com você?
Droga!
_É que eu realmente queria fazer isso sozinho, baixinha._Respondo vendo seu sorriso morrer._Mas quando der, eu te chamo pra ir comigo uma vez.
_Tá ok. Bom, estou te esperando no meu quarto daqui duas horas. Tchau.
Ela vai embora sem ao menos me encarar. Eu não posso colocá-la nessa história que é só minha. Eu, apenas eu tenho a missão de encontrar o Felipe. E eu não quero que ela sinta pena de mim ao saber da minha história, ao saber que meu pai quase me matou.
Terminei de arrumar as coisas em uma bolsa e fui pro banho.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Destino de Isabella (completo com mais um bônus )
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