O Duque que me amava - Série Capman's, Livro 1 romance Capítulo 25

Judith não sabia o que lhe aconteceria depois daquela explosão em sua sala de estar. O que seria dela? Seu marido iria mesmo repudiá-la? Eram perguntas que ecoavam em sua mente enquanto ela fazia as malas, como George havia mandado. Nunca o viu tão sério e decidido e, por isso, acreditava que sua vida social havia acabado naquele momento.

Pela primeira vez arrependia-se de algo que havia feito, seu ódio cego havia atingido suas duas doces filhas e, agora, Brista estava presa nas mãos do cruel Willian Griffin, e aquilo a apavorava de modo que não conseguia sequer respirar bem.

“Talvez meu marido tenha razão”, ela pensou, olhando pela janela enquanto via os cavaleiros saindo e rumando para longe montados nos cavalos mais velozes da fazenda. “Talvez eu seja mesmo um monstro.”

Enquanto ela se lamentava por si mesma em seu enorme quarto, Marcel cavalgava com Chelsea em direção a grande mansão que ficava nos arredores da cidade, rogando aos céus que houvesse alguém ali, ao menos um homem.

Quando o cavalo parou na entrada, pouco depois dos grandes portões, o garoto que cuidava dos animais logo se aproximou e, dessa vez, ele não tinha tempo para dar-lhe um sorriso simpático e uma moeda como gorjeta, sendo assim, tudo o que fez foi descer do cavalo com sua irmã nos braços e caminhar em direção a grande casa.

Em algum momento do caminho, Chelsea havia desmaiado de cansaço e medo, então, ela não viu quando seu irmão a colocou na cama macia ou quando a deixou no quarto acompanhada por uma jovem empregada, que foi ordenada a velar seu sono. Dois guardas ficaram na porta do quarto, para dar a ele mais segurança de que poderia sair dali sem ter medo de não encontrá-la novamente quando retornar.

Então, quando chegou à sala de reuniões, encontrou Thommas e mais quatro cavaleiros, todos sentados conversando, bebendo e rindo de alguma coisa que, para Marcel, não tinha a menor importância.

Ele sentia raiva, ódio, medo.

Sentia como se tudo estivesse desmoronando, escapando como areia por entre seus dedos, mas não permitiria que suas irmãs sofressem, não mais. Naquela noite, ele tiraria do caminho qualquer um que ousasse tocar em suas irmãs novamente.

Thommas foi o primeiro a notá-lo e logo se ergueu para recebê-lo com alegria, mas, ao ver a expressão de Marcel, seu sorriso se desmanchou em questão de segundos, deixando, pouco a pouco, sua face.

— Marcel… O que houve? — ele perguntou, parando na frente do amigo e chamando a atenção dos demais cavalheiros.

— Levaram minhas irmãs… — ele começou, fazendo todos os presentes arregalar os olhos em surpresa. — Chelsea conseguiu fugir e eu a trouxe para cá, mas Brista e Charlotte ainda estão desaparecidas.

Um silêncio pesado e tenso tomou conta da sala, os cavaleiros olharam uns para os outros, encarando-se sem saber como consolar o amigo. Mas Marcel não precisava de consolo, precisava de vingança.

— Preciso da ajuda da ordem para encontrá-las — ele concluiu caminhando até a parede onde as espadas de todos estavam expostas. — Willian as pegou.

O amargor do arrependimento tomou a boca do Capman mais velho enquanto ele se arrependia de não ter dado um fim a vida miserável de Willian na primeira vez. Arrependeu-se de ter dado a ele o precioso privilégio da misericórdia, afinal, ele o havia usado para causar mais dor às suas irmãs.

“Eu poderia ter evitado”, pensava Marcel, enquanto sentia a mão de seu amigo apertando seu ombro, procurando uma forma de confortá-lo.

— Vamos até a fazenda dos Griffin, tenho certeza que Honoro deve saber onde o rato do filho dele se esconderia — falou Thommas, já pegando sua espada e, junto aos outros quatro, seguindo em direção a saída da casa.

Marcel não esperou por muito mais, somente saiu dali o mais rápido que conseguiu e, montando novamente em seu cavalo, os seis homens seguiram em direção a fazenda dos Griffin, na esperança de encontrar alguma pista sobre as duas moças desaparecidas.

Traçando um caminho muito parecido com o dos cavaleiros, Lucian e George rumavam em direção a fazenda dos Griffin o mais rápido que podiam. George ainda não conseguia acreditar na maldade de sua esposa, ainda não conseguia conceber tamanha crueldade.

Lucian também se mantinha silencioso seus olhos estavam focados na grande estrutura que era a casa central da fazenda dos Griffin, que se formava pouco a pouco. Ele estava disposto a por aquela casa abaixo se necessário fosse para conseguir alguma informação.

Não demorou mais que alguns minutos para que os cavalos parassem em frente a grande casa e para que dois capatazes se aproximassem, desconfiados da presença do senhor Capman ali, afinal, todos sabiam dos pecados de Willian Griffin e ficaram surpresos com a misericórdia do senhor Capman, já que esperaram que ele matasse o ex-genro.

—Posso ajudar, senhores? — um rapaz muito jovem e bem franzino, perguntou.

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