O Duque que me amava - Série Capman's, Livro 1 romance Capítulo 26

Willian não entendia como, numa situação de tanto perigo e pressão, Brista continuava silenciosa e com os olhos afiados sobre ele. Já havia ouvido falar na insubordinação e no orgulho da Capman do meio,mas jamais imaginou que ela seria tão firme.

— Todas as moças dessa família são frutas podres — ele resmungou, segurando o rosto de Charlotte e olhando-a com irritação. — E você é a pior de todas… Mas mesmo sendo uma fruta seca, ainda é minha.

— A única fruta seca aqui é você — Charlotte respondeu, o olhando com um ar desafiador. — Os boatos já chegaram até mim.

— Não Tente tornar sua incompetência culpa minha! — ele gritou, já completmentetranstornado.— Você destruiu minha vida e minha reputação na coorte! É tudo culpa sua, Charlotte!

Enquanto Willian se ocupava em irritar-se, Brista pensava com clareza e precisão. Sempre acreditou que o Griffin fosse um idiota, mas, naquela tarde, a estupidez dele lhe surpreendeu. Depois que conseguiu ajudar Chelsea a fugir usando algumas coisas que havia aprendido com suas amigas de outrora, ela se deixou,mais uma vez, ser pêga. Poderia ter fugido, salvado sua própria vida, mas se recusava a deixar Charlotte nas mãos do crápula Griffin.

Ele agira exatamente como ela imaginou, a levou até onde sua irmã estava e tentou, em vão, usá-la para afetar Charlotte. Mas por mais que tivessem seus desentendimentos, as duas se conheciam e, enquanto sua irmã mais velha tirava a atenção de seu captor com um escândalo cheio de gritos, insultos e provocações, Brista sentia, lentamente, a corda em seus pulsos se afrouxar.

— Clare a boca! — Willian grifou, tentando fazer Charlotte parar, mas a ruiva continuava pedindo, chorando, implorando por sua vida. — Por que não fica calada? Se continuar eu vou…Eu vou...

Ele não conseguia, de forma alguma, organizar suas ideias ou formar uma linha de raciocínio com todo aquele barulho. Willian nunca a havia visto assim, talvez aquela fosse a pior versão de sua ex-esposa para ele, a histérica, que gritava em notas tão agudas que chegava a fazer seus ouvidos doerem e sua cabeça girar.

Brista se apetecia do escândalo, apesar de sentir seus ouvidos reclamarem, enquanto Willian gritava de volta para sua irmã como uma criança mimada, ela soltava suas mãos. Havia observado todo o cômodo enquanto estava ali, não havia nada além da cama, de uma cadeira e um pequeno móvel que estava dela, com um candelabro com espaço para três velas nele.

Ela sabia que logo chegariam, havia deixado muito pelo caminho e, conhecendo seu irmão como conhecia, sabia que ele saberia identificar seus sinais. Então, tudo o que precisava fazer era agir no momento certo para que conseguissem ganhar tempo suficiente.

— Acha que dar esse maldito escândalo vai mudar alguma coisa? — Willian se aproximou de Charlotte e agarrou seus fios ruivos, puxando sua cabeça com força para cima. — Ninguém irá te ouvir aqui!

— Não ficarei aqui como um cordeiro abatido! — ela falou, e só então Willian percebeu o brilho desconhecido no olhar da jovem Capman. — Se vai continuar, quero que saiba que não terá nada além de gritos e desprezo. Nada!

Charlotte sabia que Brista faria algo, então, assumiu como seu papel tirar toda a atenção de Willian da loira e tomar para si, assim Brista teria tempo para pôr suas ideias em prática sem risco. Conhecendo-o como ninguém mais, Charlotte Capman sabia exatamente onde atacar. Pouco depois de se casarem, ela notou o grande ego que Willian ostentava e, ali, aquela informação seria-lhe muito útil. Oferecer a Willian nada além de desprezo e rebeldia era o que mais o tirava do sério e, longe da razão, sua cabeça nunca funcionava bem, então, ele cometia deslizes.

E o primeiro deles foi arrancar as cordas das mãos de Charlotte, soltando-a somente para poder puxá-la para si e tomar seus lábios com volúpia e desejo, que não foi correspondido em nivel algum. O corpo em suas mãos estava completamente tenso, os lábios cerrados e até o cheiro dela era diferente, não havia nada da mulher que conheceu.

Mas, por um momento, um mísero segundo que inflou um pouco seu peito e o fez ter esperanças de tê-la novamente, ele sentiu os dedos delicados subindo por seus braços com um toque de carinho. Sentiu a boca dela se movendo, abrindo-se devagar para ele e, quando Willian voltou a beijá-la, mergulhando sua língua nos lábios doces e quentes, todas as suas esperanças se desfizeram, trazendo à tona uma dor aguda que se alastrou por sua boca.

Charlotte segurou fortemente a língua dele com os dentes e até chegou a sentir o gosto de sangue em sua boca, tamanha a força da mordida. Enquanto ele a empurrava, Bristra se ergueu e, alcançando o candelabro, correu até o homem, acertando-o com toda força que conseguia.

Willian estava atônito.

Jamais imaginou que duas mulheres o levariam ao chão um dia, mas, lá estava ele, caído e estarrecido, sentindo sua nuca dolorida e vendo, mesmo que de forma levemente embaçada, as duas passarem pela pequena porta do quarto. Griffin levou alguns minutos para se recompor e,quando o fez, se ergueu rapidamente, correndo para fora.

Não podia permitir que as duas mulheres fossem muito longe, isso não estava nos seus planos e, aquela altura, ele já estava sozinho. Havia mandado que os homens que havia contratado fossem embora depois de deixarem a irmã mais nova fugir, mas agora reconhecia seu erro, Brista Capman era um furacão.

Quando chegou à sala, a porta estava escancarada e a floresta escura se erguia do lado de fora. Willian pegou sua espada, saindo dali e parando por alguns instantes, prestando atenção ao silêncio da floresta somente para ouvir o que desejava.

Não muito longe dali, as duas moças corriam ofegantes e com passadas pesadas em direção a qualquer lugar que as mantivesse seguras. Não foi difícil ouvir,em meio ao silencio noturno, os galhos se quebrando e as folhas secas estalando sob o peso dos pés das garotas, sendo assim, não foi difícil para ele seguir o som e descobrira direção para onde iam.

— Não vão escapar de mim! — ele gritou, tão alto que, mesmo abafado a longínquo, o grito chegou aos ouvidos das duas.

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