Passo os olhos pelo seu rosto. Os cílios são tão longos e negros, de dar inveja a muitas mulheres que usam cílios postiços. As sobrancelhas têm a medida certa, bem desenhadas, seus lábios são irresistíveis.
De maneira mansa, equilibro-me e pairo sobre ele. Dou um beijo na sua boca. Quando me afasto, dou com os olhos negros de Hassan nos meus. Fico vermelha como um pimentão.
Ele sorri e ergue a mão, pega minha nuca e me puxa, e, sem quebrar contato de nossos olhos, seus lábios pousam sobre os meus, e então fechamos nossos olhos juntos, refletindo o desejo que sentimos um pelo outro, e em um encaixe perfeito unimos nossas bocas. Hassan ofega e aprofunda o beijo. Ele me puxa gentilmente. Minha mão passa em seu peito de pelos macios enquanto retribuo o beijo com grande intensidade, mais e mais.
Gemo baixinho quando ele escorrega seus lábios úmidos e quentes e beija meu pescoço. Lá no salão há falatórios dos bandidos, mas nós estamos alheios a tudo. Só ouvimos nossas respirações agitadas.
Quando nos afastamos, ele me olha como se me visse pela primeira vez.
— Eu sonhei muito com sua entrega, mas eu não contava em sentir o que estou sentindo agora.
Meu coração se agita no peito enquanto olho para ele.
— É? E o que está sentindo agora?
Ele me olha atentamente.
— A vontade de, finalmente, levar alguém a sério.
Meu coração se agita com as palavras dele, mas eu ainda me sinto insegura com relação a isso.
— Você deve estar com febre — eu brinco com ele e o toco na testa. — Ou tudo isso te deixou sensível. Fale comigo depois que tudo passar.
Hassan bufa exasperado, movendo-se. Ele se senta e leva a mão ao ombro ao sentir dor. Já sentado, ele me encara, está pálido. Seu cabelo negro está deliciosamente bagunçado, e, quando ele me fita com esse olhar quente, tudo se agita dentro de mim.
— Eu nunca falei tão sério em toda a minha vida.
O silêncio enche o espaço entre nós por alguns minutos.
— Hassan, somos tão diferentes.
Ele está olhando fixamente para mim, me estudando com uma espécie de profundidade a que eu nunca tinha sido sujeita.
— Somos, não nego. Mas quem disse que não pode dar certo?
Minha respiração se agita.
— Você precisa melhorar muito seu jeito.
Hassan ri e leva a mão ao ombro quando sente dor novamente, e diz:
— Que jeito?
— De querer me mudar, ditar o que eu visto.
— Quem quer mudar quem? E eu sou egípcio, é natural que eu veja as coisas diferente de você.
Eu levanto uma sobrancelha em minha confusão.
— E eu sou inglesa, e você está no meu país, como ficamos? — digo, em contrapartida.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Egípcio
Muito bom, amei....