O Egípcio romance Capítulo 6

Karina

Não me espantei quando Hassan me tirou. Mesmo assim, sinto uma onda de calor esquentar meu pescoço e meu rosto. Os olhos negros me observam como se estivessem fascinados, iguais aos meus para ele. Tento encontrar no meu cérebro bagunçado uma desculpa para não dançar, mas quando ele pega a minha mão ela morre em meus lábios e eu estremeço. A mão quente dele me deixa perturbada. Ele, então, eleva meu braço, segurando forte minha mão, como se nunca mais fosse soltar, e me conduz para o meio do salão.

Deus! Eu nem sabia que eu era capaz de sentir tamanha atração por um homem. Como se eu estivesse à flor da pele, movida por instintos animais.

Não consigo evitar o arrepio que corre todo o meu corpo quando ele olha para mim novamente, com um lindo e iluminado sorriso nos lábios. Os dentes brancos, grandes e perfeitos, contrastando como o rosto moreno. O salão está cheio, mas eu não consigo ver nada a não ser ele. Parece que tudo está congelado ao meu redor.

A música se inicia novamente, envolvente. Hassan começa a bater palmas e sinuosamente começa a dançar para mim, me cortejando. Ora com a mão na cabeça, ora os braços abertos, com grande habilidade nos passos.

Estou hipnotizada por seus olhos negros, que nem me dou conta de que sou agora o centro das atenções, e que um grupinho de mulheres mimadas me olha com inveja.

Toda a minha resolução de ficar longe dele foi esquecida, pelo menos por ora, e eu fico parada, encantada com a maneira sensual que ele dança. Tanto é que nem me sinto eu, é como se eu estivesse fora do meu corpo, olhando para mim mesma, vendo outra Karina ao lado daquele homem envolvente.

Ele, então, se aproxima de mim, e eu estremeço quando ele passa as mãos nos meus cabelos, se inclina e pede no meu ouvido: “Bata palmas, dance!”.

Eu ofego e faço como ele pediu, entro na dança e bato palmas junto com ele. A música começa a povoar minha mente e logo estou dançando timidamente ao lado dele, sorrindo.

Em um momento da dança, ele pega a minha mão e a levanta, me fazendo acompanhá-lo para frente e para trás. Depois com um braço me pega possessivamente pela cintura, e seu rosto se aproxima do meu e me faz virar com ele, direita. Depois é a vez do outro braço me pegar e me virar para a esquerda… e assim por diante.

Percebo que a música está se findando, e me arrepio quando ele para e me puxa para os seus braços. Nossos olhos se encontram, fogo puro. Ele ofega e olha meus lábios por um momento, então me inclina para trás, finalizando a dança.

Todos nos aplaudem. Hassan me puxa novamente, me endireitando em seus braços. Depois pega a minha mão e a ergue. Então se inclina para agradecer os convidados.

Eu aproveito esse momento para me desvencilhar dele e, como uma fugitiva, saio rapidamente do salão. Agora me sinto como a Cinderela, correndo antes que sua carruagem se transforme em abóbora.

Escolho um canto da casa, longe dos olhos de todos, para me recuperar. Fecho os olhos e aperto minha testa.

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