O estrangeiro romance Capítulo 21

Aquela mensagem arruinou meu dia, eu já havia começado uma nova vida aqui justamente para esquecer tudo que aconteceu naquele ano. Realmente, parece que sempre as coisas veem até mim, não dá para fugir sempre disso. Mandei um e-mail respondendo o advogado e logo entramos em contato em redes sociais, ele disse que a minha família tinha descoberto a reabertura no mesmo dia que eu, e que provavelmente eu teria que voltar à Alemanha para mais uma bateria de interrogações. Aquilo era muito chato e estressante, em meio a morte de meus pais eu tinha que ficar falando sempre sobre aquele assunto, pelo menos agora eu estava preparado psicologicamente.

Eu também tinha outro assunto para resolver, eu fiquei tão chateado com a notícia do caso ser reaberto que agi como babaca. Depois que aquelas palavras saíram da minha boca, eu fiquei sem reação, eu não acreditava que realmente tinha dito aquilo. Qual era o meu problema? Eu tinha que me desculpar com ela.

Fui para a faculdade mas eu não estava ligando para o que os professores estavam falando, minha cabeça estava lá, na Alemanha, nos meu pais, nos meus tios.

As aulas passaram incrivelmente lentas, tive vontade de ir embora e não dar satisfações, mas eu não explodiria mais uma vez hoje.

Assim que as primeiras aulas acabaram, fui para a biblioteca e abri meu laptop, em busca de mais informações. Conversei mais um pouco com ele, que era um grande amigo de meus pais. Desde sempre, eu o via frequentando o escritório de meu pai, e ele tinha minha confiança.

Fiquei abalado com tudo e liguei para meus tios.

— Oi querido. — Minha tia respondeu.

— Vocês já estão sabendo?

— Sim, seu tio saiu agora mesmo para resolver alguma coisa a esse respeito.

— Eu estou atordoado aqui, não sei o que faço!

— Querido, mantenha-se. Vamos resolver tudo, se precisar vir você vem e depois volta. — Ela diz com uma voz doce.

Conversamos um pouco mais sobre como estava a vida que eu levava aqui, e como eu estava aqui e logo eu tive que desligar pois estava atrasado para as últimas aulas.

Clark, nosso professor de direito constitucional, anuncia após a aula que haveria um concurso para cinco vagas de estágio em um dos melhores escritórios jurídicos de Manhattan.

— Os teste vão ser mês que vem e só vão valer para os alunos do último ano. Então, estudem muito porque é uma oportunidade de ouro! — Ele diz e sorrir.

Realmente, uma oportunidade de ouro e eu não iria ficar fora dessa. Conseguindo esse estágio eu conseguiria alugar um apartamento só para mim, e conquistar as coisas que queria. No fim do dia, quando eu voltava para casa exausto da faculdade e trabalho, caminhava lentamente enquanto tomava um refrigerante. Pensei em tudo que aconteceu nesse último mês, pensei muito em Charlie, naqueles cabelos com cheiro adorável e aquele rosto esculpido por anjos. Realmente, eu estava encantado com ela e consequentemente meus pensamentos me levaram até o que aconteceu hoje mais cedo, um misto de vergonha e arrependimento surgiu em meu peito, era ridículo. Eu não sou de pedir desculpas, mas agora eu precisava fazer isso, meu pai me ensinou várias coisas, inclusive a ser homem de verdade.

Chegando em casa, fui direto para meu quarto aliviar minha cabeça com uma ducha fria. Assim que saí, olhei meu telefone e tinham mensagens de Denner e mais algumas pessoas, também observei que Maya havia me bloqueado, isso me deixou meio mal mas fazia parte dos términos.

Mais tarde, quando eu percebi que já estava na hora do jantar, desci com lentidão as escadas e Charlie estava colocando os pratos na mesa, mas quando me viu fechou a cara. Assim que terminou, sentou-se de frente para mim na mesa, em seu acento habitual e ignorou completamente minha presença. A família falava alegremente enquanto eu permaneci em silêncio a todo instante.

— Quem era aquele garoto que veio deixar você hoje? — A mãe de Charlie indaga.

— Era o Dylan, um amigo que eu conheci enquanto vocês estavam fora. — Ela fala com ânimo.

Aquilo me subiu com pressão pela cabeça, como os pais dela achavam normal ela sair com aquele garoto? Fora que ele atropelou ele, disso eles ainda não sabem.

— Eu o achei simpático. — Donna fala sorrindo.

— Eu também, ele é bem legal. — Charlie fala.

— Nos apresente ele, não quero você saindo com qualquer um. — O pai de Charlie, por sua vez fala.

Terminei minha refeição mastigando a comida com força. Peguei meu prato e levei para a pia em seguida lavei e subi para meu quarto, assim que subi, sentei no segundo de outra escada que ficava de frente para a porta do meu quarto, que levava para o 3° e último andar. Aquilo não era normal, por que eu sentia raiva em ver Charlie com aquele garoto? Charlie ativava o pior de mim, aquele sentimento não era saudável. Saí de meus pensamentos quando ouvi mais alguém subindo a escada, era Charlie, quando me viu a mesma ficou espantada, mas logo surgiu em sua face a indiferença.

— Preciso falar com você! — Digo sussurrando.

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