O estrangeiro Capítulo 65

sprite

Observo Charlie ainda adormecida em minha cama. Me perguntava se era algo da minha cabeça, pois após anos a mulher cujo amei estava novamente na minha cama. Ela desmaiou nos meus braços ontem, não sabia se estava sozinha ou acompanhada, mas de qualquer forma eu não a deixaria ali. Observo seu peito descer e subir, parecia um anjo dormindo.

O cabelo castanho deixou os olhos azuis dela ainda mais selvagens, nunca esquecerei de como ela me olhou ontem.

Aproximo-me sentando em uma poltrona ao lado da cama quando a vejo despertar. Charlie esfrega os olhos, quando os abre por completo seu cenho franze automaticamente. Ela olha para o lado, percebe minha presença então se encolhe na cama. Não lembrava que seu rosto era tão belo ao despertar.

— Não pode ser verdade, devo estar sonhando. — Resmungou desviando seu olhar.

— Me sinto bem em você dizer ser um sonho me ver. — Pisco para ela.

Charlie esfrega as mãos no rosto, o rímel borrou ainda mais em sua bochecha.

— Você não era tão convencido assim. — Ela olha ao redor — onde estou?

— No meu apartamento. Você desmaiou ontem, procurei, mas não sabia com quem veio então a trouxe para cá.

Ela tira o lençol de cima do seu corpo e abre a boca, mas não diz nada.

— Onde está minha roupa? — Perguntou confusa.

— Essa é a parte divertida — encosto a costa na poltrona —, você vomitou nela.

— Você… trocou minha roupa?

Dou de ombros.

Ontem tive que tirar sua roupa suja, não atrevi em tocá-la daquela forma, mas observei as poucas tatuagens em seu corpo.

— Não, você mesma vestiu. — Minto.

Charlie leva os dedos até as têmporas.

— Estou confusa.

— Acredite, estou mais confuso que você.

— Eu não sabia que voltou pra cá.

Dessa vez desvio o olhar.

Charlie me olhava da mesma forma de quando fui embora para a Alemanha, quase 5 anos atrás. Mesmo que eu tivesse me preparado para vê-la de novo, não podia negar minha vontade avassaladora de beijá-la.

— Não tive escolhas. Alemanha não me fazia tão bem como eu pensava.

Ela assentiu como se me entendesse.

— O bar é seu? — Perguntou.

Levanto da poltrona e pego um copo com água para ela. Estendo o copo para a mesma e ela aceita relutantemente.

— Deveríamos jantar hoje á noite. Assim como eu, você deve ter muito a dizer. — Sugiro.

Charlie pisca algumas vezes.

— Não pode simplesmente reaparecer assim e pensar que eu sairia com você. — Disse.

Solto um sorriso nasal.

— Eu não reapareci, você me encontrou.

Pela primeira vez nossos olhos estão fixos um no outro. Não sabia que encará-la faria meu coração bater tão forte.

— Devo ir, Emma está preocupada comigo.

Ela levanta da cama e começa a procurar pelos seus pertences espalhados pelo chão, sem ao menos olhar para mim.

uma carona? — Seguro ligeiramente seu pulso.

Pude perceber sua respiração ressaltando.

Os lábios carmim abriram-se, e os olhos azuis pareciam perdidos e brilhantes. Seu rosto ficou mais maduro, mas ela continuava com àquela aura de menina.

Uma onda de calor instaurou-se na minha barriga, podia sentir meu membro ganhando vida e o ritmo do meu coração acelerando.

— Não. — Sua voz saiu fraca.

Charlie passa por mim quase correndo, abri a porta para ela e a mesma foi embora ainda vestida com minha camisa.

Fechei a porta atrás de mim.

Me perguntei se seria uma boa ideia jantar depois disso, mas eu não me contentaria apenas com essa conversa, queria saber mais sobre ela, como foram os anos na faculdade ou saber se seu gosto era o mesmo.

Balanço a cabeça.

Continuava não podendo tocá-la, as coisas tinham que ser diferentes agora.

[…]

saída da Charlie eu não conseguia me concentrar no trabalho.

Encosto minha costa na cadeira e suspirei.

sabia o curso que sua vida havia tomado, na verdade, sabia de tudo sobre ela, mas não a procurei, não ficaria surpreso caso Charlie nunca mais quisesse olhar para

Minha tia adentra meu escritório.

O que está acontecendo com você? Mandou o carregamento para o lugar

Passo as mãos no rosto.

não estou bem

Percebo. — Ela arrasta a cadeira e senta. — Quem era aquela moça saindo do seu quarto hoje

é o que você

não? — Ela arqueia uma

— Não. Ela é uma amiga.

sempre transa com as suas amigas,

Inclino a cabeça para os lados.

— Ela é diferente.

— Diferente?

Dou de ombros.

vai me dizer que é a sua