O filho secreto do bilionário romance Capítulo 154

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Antonela nunca havia presenciado Benjamim tão fragilizado e emocionado como naquele momento. Ele se aproximou dela com o rosto vermelho, os olhos cheios de lágrimas e a abraçou, afundando o rosto em seu peito.

Era possível ouvir seu gemido. Ele expusera toda a sua dor como se já não suportasse mais a segurar.

Ela suspirou e encostou a cabeça na dele, e foi inevitável também não chorar. Seu próximo passo deveria ser dizer a ele que sentia muito e que eles encontrariam o assassino de Fred, mas Antonela não conseguiu dizer nada. Era reconfortante tê-lo em seus braços. Benjamim demonstrava confiar nela ao ponto de expor seu lado mais fraco.

Depois de alguns minutos, ele se afastou, mas não o suficiente. Os olhos vermelhos, a fragilidade estampada no rosto, fizeram Antonela erguer a mão e enxugar as lágrimas dele com as pontas do dedo. O relacionamento entre eles pareceu ficar mais confuso agora. Ele soltou um suspiro ansioso, com o rosto próximo demais do dela.

— Fiquei com tanto medo de algo pior ter acontecido com você – disse Benjamim.

As palavras dele fizeram o coração dela disparar. É agora que ele me beija de novo e depois vai embora? Ela se questionou e, embora isso parecesse algo ruim, ela não recuou. Seu coração implorava para que seus pensamentos se concretizassem.

— Eu também fiquei com medo de você ter levado um tiro – Antonela está sorrindo, talvez de desespero, medo ou ansiedade - ninguém deveria ter levado um tiro essa noite.

Ela sussurrou porque ele aproximou ainda mais o rosto do seu. Tinha algo intenso acontecendo entre eles, mas que nenhum dos dois parecia ter coragem de assumir.

Benjamim queria beijá-la, mas sabia que primeiro precisava dizer o que sentia para que não pudesse fugir mais uma vez.

— Antonela, eu preciso te contar uma coisa – ela fechou os olhos ao ouvir a voz dele.

Quando ele estava próximo de confessar tudo, uma batida na porta os interrompeu. A expressão no rosto de Antonela ao abrir os olhos foi de puro alarde.

Benjamim bufou decepcionado, quando, girando o pescoço, viu Vladir parado na porta, observando-os como se aquilo fosse uma cena de um filme de terror.

— Lamento interrompê-los – pigarreou, abaixando o olhar – mas preciso interrogá-los.

Benjamim levantou a mão passando sobre o rosto e lamentou ter que se afastar de Antonela sem conseguir dizer a ela o que vinha guardando no coração. Ficando de pé diante de Vladir ele disse com irritação.

— Você não precisa, só quer fazer para mostrar aos outros que é um bom delegado – Vladir sorriu, decidindo não ser afetado pelas palavras dele – podia ter esperado o dia seguinte.

— O corpo do seu amigo precisa ser reconhecido, e precisamos encontrar quem fez isso com ele.

As desculpas de Vladir eram ridículas, mas certeiras. Mas ele não queria ter que falar daquilo naquele momento.

— Algum de vocês dois tem porte de arma? – Vladir disse com cautela, mas não o suficiente para acalmar Benjamim.

— Está insinuando que foi um de nós dois que atirou no Fred? – Antonela o encarou assustada – por qual motivo faríamos isso?

— Não estou insinuando nada, senhorita Bianchi – ele concluiu tentando apagar o fogaréu que ele mesmo acendeu – mas parece que ninguém além de vocês dois viu homens suspeitos entrando no prédio.

— Eu não me lembro de ter contado a você sobre homens suspeitos – os olhos de Benjamim fixaram-se em Vladir, agora frios, sem vida.

— Você não disse – ele concluiu, passando as mãos sobre a barba por fazer – eu só quero que vocês me relatem com detalhes o que aconteceu naquele prédio e como o Fred levou um tiro.

Benjamim sabia que Vladir estava procurando apenas um motivo para terminar sua vingança idiota, que ele vinha alimentando há anos. Se ele encontrasse qualquer vestígio de confiança de que ele estava envolvido no assassinato de Fred, o colocaria atrás das grades e jogaria as chaves no lixo.