O Labirinto de Amor romance Capítulo 182

Que homem ridículo! É um erro amá-lo e também é um erro não o amar.

Eu passei a subir, achando que não tinha nada mais para conversar com ele.

- Você terminou toda a nossa história com essa frase simples? - Ele disse em voz indiferente, que quase não demonstrou a emoção.

Eu pausei os passos mas não virei a cabeça.

- Kaira, se você realmente tiver ódio, não fica ressentida me liberando assim? A melhor retaliação é deixar alguém viver pior do que morrer. O seu ato trata-se de uma retaliação ou uma tolerância?

Eu virei a cabeça para ele, pois não sabia o que é que fez Guilherme, um homem tão altivo, falar de tal maneira.

Eu franzi a testa levemente:

- Guilherme, você sabe que eu nunca fico irritada com provocações!

Ele ergueu a cabeça e disparou um olhar afiado:

- Volte comigo, assim você tem onde para desabafar as reclamações.

- Você não teme que eu te mate à meia-noite? - Antigamente eu não faria isso, mas agora era diferente. Com o ódio suficiente, até o matar não dava para tirar o ódio.

Ele comprimiu os lábios, cujo olhar ficou brilhante e escurecido de vez em quando:

- Vou esperar para ver!

Eu levantei a cabeça e vi a iluminação ligada na casa. A figura alta e endireitada de Simão se viu perto da janela francesa.

Eu não enxerguei a expressão dele por causa da distância, mas podia imaginar mais ou menos.

Obviamente, Guilherme viu o meu movimento, franziu as sobrancelhas ligeiramente mas não disse nada.

Após muito tempo, eu olhei para ele e disse em voz bem acalmada:

- Guilherme, eu posso voltar com você, mas quero que você faça uma coisa.

- Diga lá!

- Quero que toda a Capital Imperial saiba a minha identidade e que você corte os laços com Lúcia. Qualquer coisa que eu fizer no futuro, você não pode interferir!

Ele afrouxou as sobrancelhas e acenou a cabeça:

- Combinado!

Depois de pausar um pouco, ele acrescentou:

- Eu venho te buscar amanhã.

- OK!

Na entrada.

Simão aguardou à porta de braços cruzados e prestou uma olhada pacífica em mim:

- Fecharam o acordo?

Eu acenei a cabeça e passei a trocar os sapatos:

- Já que eu decidi aguentar tudo sozinha, não é uma solução sempre me esconder atrás de você.

- KKK! - ele zombou. - Você teme que alguém manche a Família Aguiar e Sanches se aproveitando da nossa relação?

Eu franzi as sobrancelhas, achando essa fala espinhosa:

- Simão, eu ainda sou a esposa de Guilherme até o momento. A preocupação da sua mãe tem razão.

Ele é bom em todos os aspetos, mas eu não posso ficar tão egoísta. Guilherme já é suficiente para me torturar e eu não posso suportar mais um homem. 

Enfrentando o rosto assombrado dele, eu erguei os olhos para o homem:

- Muito obrigada pela sua ajuda nesses dias. Mas eu não posso continuar o autoengano de tal maneira. Simão, peço desculpas!

Sem observar mais a expressão dele, eu fui ao quarto diretamente. A pessoa não vai ser bem à outra sem razão. Sempre existe algum motivo. Eu não sou estúpida e sei o que significa a simpatia de Simão para mim.

Às vezes também quero fingir tonta e continuar ficando aqui. Porém, a pessoa é um animal complexo e não posso ficar tola por toda a vida.

Já não para falar de que não tenho direito a ser tola hoje em dia!

- Kaira! - ele abriu a boca reprimindo muito a voz. - Você…gostou de mim?

Com um choque desse, eu não sabia como falar em um momento e só respondi após pausar um pouco:

- Simão, perdão!

Veio a risada baixa dele de trás:

- OK! Ciente.

Eu ouvi algo pesado nessas poucas palavras.

No entanto, só podia ficar assim.

Eu abri a boca e queria dizer mais algo. Mas por fim, não disse uma palavra sequer.

Voltando para o quarto, eu me sentia muito abafada e não conseguia dormir.

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