"A alegria torna o homem sociável, a dor individualiza-o."
• 06:00 AM – BARI X CUNEO •
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• ALESSA AMATTO •
Despertei um pouco enjoada. Vendo que Domenico ainda dormia, fiquei sem jeito de acordá-lo. — Meu Deus! — Murmurei baixinho, sentindo o mal-estar arrepiar minha pele.
Sentei-me e uma grande vontade de vomitar se fez presente. Respirei fundo algumas vezes, e levantei. — Nossa, estão demais... nunca tive um enjoo intenso assim — Fui para o banheiro e a tontura foi tão forte que tive que abaixar para colocar para fora o que eu não tenho em meu estômago. Estava tão concentrada em fazer a ânsia parar, que não vi Domenico em pé na porta, e acabei tomando um susto com ele todo apavorado.
" Penso que minha ânsia deve tê-lo despertado "
— Ei! O que aconteceu? — neguei com a cabeça sem ter como pronunciar qualquer coisa, pois minha boca não para de produzir saliva — Quer ir ao médico?
Neguei novamente por saber que é apenas pelo enjoo. Tornei a sentir o meu estômago embrulhar, induzi mais uma tentativa de botar para fora o que não tenho. Assim que a vontade foi diminuindo consegui respirar um pouco melhor, e consequentemente me senti mais aliviada, com a ajuda dele fiquei de pé e fui até à pia para lavar meu rosto.
— A obstetra avisou que seria normal os enjoos matinais Dom... já havia sentido, mas igual a esse é a primeira vez — após escovar meus dentes, e finalizar minhas necessidades, dei passagem para que Domenico fizesse o mesmo — Estou com fome!
Comentei indo para a cama, vi que Dália estava enrolada na cabeceira a peguei com cuidado e a coloquei sobre minha barriga.
— Amor, preciso ir à adega, você quer ir comigo? — disse que sim, o admirando se deitar ao meu lado — De lá iremos para casa.
— Que ótima notícia. Só de mencionar nossa partida para Cuneo me deu uma grande vontade de comer bolo de aniversário. — Declarei e em seguida minha barriga roncou alto.
— Nosso Vincenzo quer comer bolo, pedirei para Emilia preparar um delicioso para nós... — me virei para beijá-lo, e Dália saiu de cima da minha barriga se esgueirando por cima da cama — Aproveitando que está de fácil acesso devemos colocá-la na caixinha e alimentá-la na mesma.
Fiquei de acordo, e desci para providenciar a refeição da Dália enquanto Dom arrumava nossas coisas para a viagem.
— Ainda bem que vamos para casa... — Balbuciei seguindo para a despensa.
Assim que coloquei os meus pés na cozinha escutei Andrea em uma ligação, inicialmente não entendi a aflição dele, que se encontra distraído parado na porta da cozinha.
— Como ele ficou sabendo do bebê da patroa Alessa? — fiquei parada para ver se conseguia obter um pouco mais de detalhes — O chefe já sabe disso Ângelo? Se ele desconfiar que Vittorio quer esse menino, matará esse filho da puta com as próprias mãos.
Escutar essas informações simplesmente me congelaram no lugar.
— Meu pai não pode fazer isso, meu filho não pode passar por tudo que eu passei. — Murmurei, sentindo algo se enrolar no meu pé.
— La mora, acredita que pela primeira vez a Dália fugiu. — senti as mãos do Domenico em meus braços — Alessa!
— Chefe! — me sinto como se estivesse presa dentro do meu próprio corpo, pois tenho vontade de caminhar ou até mesmo de abraçar o meu Dom, porém não consigo dar um passo sequer — Merda!
— O que aconteceu Andrea? — Sinto as lágrimas rolarem no meu rosto.
— Chefe... suponho que a patroa ouviu coisas demais, lamento muito. — o pânico está me dominando só de imaginar meu pequeno Vincenzo sob os cuidados do meu pai — vamos colocá-la sentada.
Escutei o barulho da Dália, e ambos se afastaram. Tenho vontade de olhar para baixo, mas não consigo mover o meu corpo, fiquei como uma hospedeira sem reação, e minha agonia me consumiu, sendo que Domenico e Andrea se afastaram ainda mais.
— Ele não pode... ele não pode... não pode! — repetia a curta frase diversas vezes — ELE NÃO PODE! — Minha respiração exagerada começou a zunir em meu ouvido.
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