O marido misterioso romance Capítulo 164

Steven saiu da casa de chá e voltou para casa. Assim que chegou, foi recebido por Deborah: "Por que você voltou tão cedo hoje?"

Steven bufou: "Cadê a Lily?"

"Tá dormindo lá em cima."

"Já é meio dia. Por que ela ainda tá dormindo? Manda ela descer. Tenho uma coisa pra perguntar." A expressão de Steven ficou sombria.

Deborah subiu as escadas na mesma hora e abriu a porta do quarto de Lily. Ela falou em voz baixa: "Escuta, o seu pai quer perguntar sobre o Edric. Faz o que a Marie disse e não comete erros, entendeu?"

"Tudo bem." Depois de se arrumar, Lily saiu do quarto.

Vendo como o pai estava emburrado na sala de estar, Lily se sentiu um tanto nervosa. Ela nem sabia por que tinha medo dele. "Pai, você tava me procurando?" Perguntou ela, fingindo não saber o que ele queria.

Steven bufou e gesticulou para que a filha se sentasse diante dele. "O que tá acontecendo entre você e o Edric?"

"Nada de especial, pai", respondeu Lily, fingindo ser inocente.

"É mesmo?" Steven continuou encarando a filha. "Deixa eu perguntar, então: você se encontrou com ele em particular?"

"Sim." Lily baixou a voz.

"Então você é a razão pela qual a Irene e o Edric tão brigados agora?" Acusou o homem.

"Pai, isso não tem nada a ver comigo." Lily balançou a cabeça.

"Você tá falando a verdade?" Sem demonstrar emoções, Steven olhava para ela. Lily ficou surpresa com o olhar firme dele. "Pai, eu juro! Foi tudo culpa do Edric... Ele tava bêbado, aí... Eu não contei pra ninguém, nem pra mamãe. Eu não tenho nada a ver com a briga dele e da Irene."

A garota basicamente admitiu que havia dormido com Edric. Steven esperava que Marie estivesse apenas falando bobagens, então estava furioso de verdade agora.

Ele pegou o copo em cima da mesa e o tacou no chão. "Eu não te avisei pra não chegar perto do Edric? Então você simplesmente me ignorou?!"

"Eu não queria que aquilo tivesse acontecido, pai... Juro que não sabia que as coisas iriam acabar assim", soluçou Lily.

"Aquela Rowane me ligou e me disse que o Edric tava bêbado. Então, me pediu pra levar ele pra casa. Eu não pensei que tivesse alguma coisa errada, e não sabia que... ele ia me atacar como um louco. Foi inútil lutar; ele era bem mais forte do que eu. Aí... o Edric adormeceu, e eu... levei ele pra casa. A tia Margaret é a única que sabe disso. Juro que não contei pra mais ninguém."

"Se você não queria que as pessoas ficassem sabendo, não deveria ter feito isso em primeiro lugar. Não consegue nem entender essa lógica simples?" Rugiu Steven.

"O que tá acontecendo?" Desconcertada, Deborah se aproximou.

"Você fez um ótimo trabalho criando a sua filha!" Steven fulminou Deborah com o olhar, como se quisesse engoli-la viva.

"Pai, a culpa é minha. A mamãe não tem nada a ver com isso; ela não sabia de nada. Pode descontar toda a raiva em mim!" Lily se ajoelhou no chão e disse: "Eu vou explicar pra Irene... A culpa não foi do Edric!"

"Explicar o quê? Você acha que isso vai ajudar ela a voltar com o Edric?" Steven lançou um olhar a Lily, que chorava com amargura. "De agora em diante, é melhor você ser obediente. Fica em casa e não vai pra lugar nenhum!"

Após gritar com ela, ele entrou no escritório e bateu a porta. Deborah estendeu a mão para ajudar a filha a se levantar. As duas se entreolharam, ambas com uma expressão de orgulho no rosto.

Depois que Kinsey foi embora da casa de chá, ela voltou para a mansão de Jordan. No meio do caminho, comprou alguns doces para Eden. O menino ficou muito feliz quando viu a mulher chegar. "Kinsey, você me trouxe alguma coisa gostosa?"

"Meu fofinho, sabia que você iria estar com fome, então te trouxe alguns dos doces que você mais gosta." Enquanto falava, ela tirou de dentro da sacola o que havia comprado no caminho de volta e entregou a Eden.

"Ei, você tá mimando ele demais." Irene acariciou a cabeça do filho. Vendo como ele estava alegre, ela sorriu e acrescentou: "E aí, o que você fala quando alguém te dá alguma coisa?"

"Obrigado, Kinsey!" Agradeceu Eden com doçura.

"Você pode dar licença pra gente e ir comer ali? Preciso conversar com a sua mãe." Depois que Eden obedeceu e foi para o outro cômodo, a mulher foi conversar em particular com Irene. "Eu vi a Marie e o seu pai em uma casa de chá agora há pouco. Por que você acha que eles se encontraram?"

"E eu lá vou saber?" Irene balançou a cabeça.

"A Marie é muito bonita, além de ser solteira. Você acha que tem alguma coisa acontecendo entre ela e o seu pai?" Kinsey coçou o queixo.

"De jeito nenhum." Irene sacudiu a cabeça de novo.

"Por que não? Ela se parece muito com a sua mãe. E se ele ver ela como uma substituta da Myra?" Kinsey riu da própria imaginação.

"É nesse tipo de coisa que você normalmente pensa?" Irene ficou em silêncio por alguns segundos, e explicou: "A Marie é a amante do pai do Jordan".

"P*ta m*rda!" Kinsey ficou chocada. "A amante do pai do Jordan? Ele sabe disso?"

"Claro!" Elas ouviram a voz de um homem de repente, e Jordan apareceu diante delas.

"Eu..." Kinsey corou. Embora não estivesse fofocando sobre ele, ainda ficou com vergonha por ter sido pega.

"Hipoteticamente, se tivesse sido a Deborah quem seduziu o seu pai e separou a sua família, você se vingaria?" Perguntou Jordan com uma certa hesitação.

"Se isso fosse verdade, eu com certeza vingaria a minha mãe!" Respondeu Irene. "Mas o tio Thomas me disse que ela sofreu um acidente de carro enquanto atravessava a rua, então foi puro azar."

Jordan ficou em silêncio outra vez. Não havia como descobrir a verdade sobre o que aconteceu naquela época, mas ele tinha certeza de que Deborah estava envolvida de alguma forma.

Será que deveria contar a Irene? Vendo como a mulher parecia desamparada, ele não conseguiu fazê-lo. Ela estava certa; Eden era a pessoa mais importante nesse momento, e era com ele que todos deveriam se preocupar. Talvez fosse melhor deixar esse assunto para outra hora. Quando Jordan reunisse evidências suficientes, ele faria questão de contar tudo a ela.

Ele estava indo embora, e Kinsey se ofereceu para acompanhá-lo até a saída. Quando chegaram à porta, ela sussurrou: "Jordan, o que você quis dizer agora há pouco?"

"Que hora?" Perguntou o homem.

"Quando disse que foi a Deborah quem separou a família da Irene. Você encontrou alguma prova?" Como Irene estava pensando no filho, ela não havia dado muita atenção ao que Jordan tinha dito. Mas a situação de Kinsey era outra. Ela percebeu que o homem estava insinuando algo. Considerando que Irene estava junto com eles antes, a mulher ficou quieta. Mas, agora que os dois estavam sozinhos, ela não podia deixar de perguntar a ele.

"Não existem provas, porque eu não tava querendo dizer nada com isso; foi só um pensamento aleatório." Claro, Jordan não contaria nada a Kinsey sem ter provas concretas.

"Ah, pensei que você soubesse de algo." Kinsey ficou um pouco desapontada.

"A Deborah era a melhor amiga da mãe da Irene, mas teve a coragem de seduzir o marido da pessoa que mais confiava nela. Que mulher sem-vergonha e horrível. Fico ainda mais irritada por saber que a Lily tentou seduzir o Edric. Eu só quero dar uma porrada nas duas pela Irene. Tudo o que eu disse antes era a verdade. Eu espero mesmo que o Steven esteja tendo um caso, pra aquela mulher horrível provar do próprio veneno."

O sangue de Kinsey estava fervendo, pois ela também guardava rancor de Deborah e Lily. Nesse sentido, ela e Jordan eram semelhantes.

"Eu entendo a sua raiva pela Irene, mas é melhor a gente dar um passo de cada vez. Vamos ficar de olho nelas, que um dia as duas vão escorregar", disse ele.

"Isso significa que você tá observando elas?" Kinsey ficou animada, pois sempre quis pegar Deborah cometendo um erro, mas era impotente demais para fazer algo do tipo. Se Jordan estivesse disposto a ajudá-la, seria muito melhor do que trabalhar sozinha.

"Sim", confirmou o homem. "Eu não ligo muito pro Steven. Afinal, ele é o pai da Irene e nunca faria nada contra ela. Já a Deborah... Tenho que prestar mais atenção nela."

"Concordo, também acho que a gente devia ficar de olho nela. Tenho mais uma coisa pra te contar. Da última vez que fui jantar com a Irene, a gente ficou presa no engarrafamento. Aí, a Deborah passou pela gente dentro de um carro. Ela tava com outro homem, e os dois tavam de mãos dadas", disse Kinsey.

"Você tá falando sério?" Isso despertou o interesse de Jordan.

"Não tenho muita certeza. Naquele momento, a gente tava um pouco longe, e a mulher tava usando chapéu e óculos escuros. A Irene também não soube dizer se era ela mesmo, mas, quando ligamos pra casa dos Cook, a Maisy disse que a Deborah não tava em casa. Aparentemente, ela tinha ido no salão de beleza. A Maisy também disse que a Deborah só ia naquele salão quando o Steven tava ocupado, e passava muito tempo lá. Achei isso um pouco estranho, então..."

Jordan a interrompeu no mesmo instante: "Entendi. Vou ficar de olho na Deborah e te aviso se descobrir alguma coisa!"