O marido misterioso romance Capítulo 42

Pensando que havia dormido com esse homem nojento e até feito sexo com ele, Irene se sentiu envergonhada. Ela ficou desesperada e estendeu a mão para afastá-lo, enquanto se debatia e o xingava.

Mas onde ela arrumaria a força para tirar Edric de cima dela? Ele a abraçava com cada vez mais força. Irene conseguia sentir o corpo dele mudando e a dureza do homem pressionada contra a perna dela.

A mulher começou a chorar de constrangimento e raiva. Quando Edric viu as lágrimas nos olhos dela, não pôde evitar soltá-la. A pessoa em quem ele pensava dia e noite estava em seus braços, mas ele só podia cobiçá-la sem fazer nada além disso. Dava para imaginar quanta dor isso causava nele.

Não era que ele não a desejasse, mas tinha medo de que ela o odiasse ainda mais. Por isso, tinha feito o que podia para conter o próprio desejo e passou a noite toda abraçado com ela.

Assim que ele a soltou, Irene aproveitou a oportunidade para dar um tapa na cara dele. "Pá!" O tapa foi tão forte que, na mesma hora, deixou uma marca vermelha no rosto do homem. Chocado, Edric a encarava. "Você me deu um tapa? Você teve a coragem de fazer isso?"

"E daí se eu fiz?" Irene lançou a ele um olhar feroz. "Seu tarado maldito! Não vou só te dar um tapa, mas também chamar a polícia pra te prender!"

"Você tá doida?" O rosto bonito de Edric mostrou alguns sinais de raiva.

Como essa mulher podia ser tão ingrata? Na noite passada, se ele não tivesse chegado a tempo, não dava nem para imaginar o que poderia ter acontecido.

"Você que tá doido!" Irene o empurrou com força. Pego de surpresa, ele caiu da cama. Quando ela olhou para o homem no chão, viu que ele estava pelado.

"Pervertido! Sai daqui!" A mulher corou de vergonha.

Edric se levantou e, ainda nu, fitou-a. "Você parece ter cometido um erro. Essa casa é minha. Se alguém tiver que sair daqui, vai ter que ser você."

Irene olhou feio para ele. "Myers, por que eu tô aqui? Você jogou sujo pra me trazer pra cá?"

Os belos olhos do homem demonstraram que ele estava começando a ficar irritado. "Eu te trouxe pra cá? Irene, você ficou maluca? Não acredito que você não se lembra de nada que aconteceu ontem à noite?"

A mulher ficou calada de repente. Ainda se lembrava vividamente das caras feias dos homens de ontem, mas não conseguia ligá-los a Edric.

"Você se lembra de algo?" Ele ergueu um pouco as sobrancelhas, mas não era possível notar emoções em seus olhos escuros.

"Eu..." Os olhos de Irene se encheram de medo quando ela pensou no que aconteceu na noite anterior. Lembrava-se de que saiu correndo daquela casa e a deixaram inconsciente no beco. Como foi parar do lado de Edric?

"Se você não consegue se lembrar, eu te conto. Seu namoradinho era um agente intermediário da indústria de pornografia. Ele te vendeu e eu te resgatei!"

"Como você sabia?"

"Como eu sabia?" Edric pareceu triste de repente. Já havia percebido que algo estava errado quando viu Bert e Irene caírem no jogo naquele dia. Naquele momento, qualquer pessoa normal teria se preocupado primeiro consigo mesma, a menos que os dois fossem um casal que se amasse a ponto de estarem dispostos a morrer um pelo outro.

Bert e Irene não se conheciam antes daquilo. E ele também havia dito que não acreditava em amor à primeira vista, então por que tinha tanto carinho pela mulher?

A única possibilidade era que o homem estivesse fingindo. Aquela "queda" aconteceu somente para ganhar a simpatia dela, para que ela tivesse mais chance de escolhê-lo.

Então Edric pediu que John investigasse o homem. A verdadeira identidade de Bert estava muito bem escondida. Seu nome real era Li Bing e Bert era apenas uma identidade falsa. John demorou bastante para descobrir isso. Quando ele enviou as verdadeiras informações do homem para o chefe, Edric de imediato saiu de carro para encontrar Irene. No entanto, ela havia desaparecido com aquele cara.

Ele rastreou o celular de Bert e logo descobriu a localização dele. O homem havia, na verdade, levado Irene para fora da cidade. Edric informou a polícia e foi atrás dos dois o caminho inteiro. Eles encontraram o carro de Bert em uma antiga área residencial. A polícia revistou casa por casa até enfim ouvirem os pedidos de ajuda da mulher.

No final, eles resgataram Irene e pegaram quatro pessoas que estavam no local. Contudo, Bert, o cérebro por trás do crime, havia desaparecido. A polícia estava procurando o homem pela cidade inteira para prendê-lo. Edric levou Irene de volta para os aposentos dele.

"Por que ele fez isso comigo?" Irene não entendia o motivo de Bert tê-la tratado daquele jeito. Qual era o motivo de criar uma armadilha em um programa de TV só para fazê-la participar de um vídeo pornográfico? Por que ela achava que a questão não era tão simples assim?

Edric zombou: "Não tá sabendo o quanto você vale?"

Irene olhou feio para ele e até se esqueceu de que estava nua. Ela ergueu o lençol e ia se levantar. Quando viu como o homem parecia perplexo, resolveu puxar o lençol para cobrir o próprio corpo.

A expressão de Edric tornou-se sombria e ele deu um sorriso triste ao ver como ela agia. "Você precisa fazer isso? Tem alguma parte do seu corpo que eu ainda não tenha visto antes?"

O rosto de Irene ficou muito vermelho. "Seu tarado!"

Ficando sério, ele explicou: "Suas roupas tavam molhadas, então tirei elas pra você. Não tenho nenhuma roupa de mulher aqui. Espera um pouco. Mandei alguém trazer umas pra você." Depois de dizer isso, ele vestiu o pijama e saiu do quarto.

Ela entregou o celular de volta para o homem e agradeceu. Ele bufou, "Por que ainda tá de pé? Preciso pedir pra você se sentar?"

Irene não queria ficar nem mais um minuto na frente daquele homem, ainda mais depois de ter passado por aquilo. Já havia sido completamente humilhada, mas ainda queria manter a dignidade o máximo possível.

"Obrigada por ter me ajudado ontem. Preciso ir embora!" Após dizer isso, ela se virou.

Sentindo-se impotente, Edric observou a mulher saindo. Ela ainda era tão teimosa e não dava o braço a torcer. Será que morreria por demonstrar um pouco de fraqueza? Ele perguntou: "Você vai embora assim mesmo?"

Irene virou a cabeça. "Depois eu te devolvo as roupas."

Vendo a indiferença no rosto dela, Edric ficou muito bravo. A mulher agia com frieza depois de passar por uma situação tão séria. Como conseguia ser tão indiferente? Ela sabia o que teria acontecido se ele tivesse chegado tarde demais? Por dentro, o homem estava furioso. "Vai devolver pra quê? Pode só jogar fora!"

Irene sentiu-se sufocada com as palavras dele e não conseguiu respirar por um momento. Estava muito tonta e a cabeça doía. A visão escureceu e ela não tinha forças para discutir com Edric. Sendo assim, cambaleou até a porta e a abriu.

Sentia que estava prestes a desmaiar, mas acreditava de coração que Kinsey saiu para buscá-la assim que recebeu a ligação. Ela só precisava aguentar até a amiga chegar.

Agarrando-se à parede, caminhou bem devagar até o elevador. Era uma distância muito curta. Normalmente, em apenas alguns passos se chegaria lá, mas, para Irene, parecia tão longe. Cada passo exigia muito esforço, como se as pernas dela pesassem uma tonelada. Quando ela enfim chegou à porta do elevador, levantou a mão para apertar o botão e chamá-lo, mas o corpo dela não aguentou.

Olhando para as costas de Irene e pensando na frieza dela, Edric suspirou, deprimido. Exasperado, colocou a mão na cabeça. Ele sabia como ela era teimosa, mas sempre a provocava.

Toda vez que se lembrava de como a mulher não lhe tinha dado uma chance de se explicar e de como ela havia desaparecido por três anos sem dizer uma única palavra, ele sentia que não podia perdoá-la e não conseguia controlar as próprias palavras.

Mas, quando ouviu os passos dela do lado de fora da sala, ele não aguentou mais ficar parado ali, então se levantou e foi atrás de Irene. De longe, viu uma pessoa deitada na frente do elevador. As pupilas dele se dilataram. Ele correu em direção a ela, levantou-a do chão e a carregou para fora.

Ela havia tomado um grande susto e ficado encharcada de chuva, então tinha uma febre alta. Edric olhou para o rosto corado da mulher e se sentiu bastante angustiado. Ele se culpou por ser tão ganancioso pelo afeto dela. Se não o fosse, poderia tê-la enviado para um hospital na noite anterior.

Kinsey dirigiu até o endereço que Irene disse, mas não conseguiu encontrá-la em lugar algum, então ligou de volta para o número que a amiga usou. Ao ouvir a voz de Edric, ela ficou sem reação e pensou que tivesse cometido um erro. Ele contou a ela que Irene estava com febre e que ele a mandaria para o hospital. Depois de desligar, Kinsey foi direto para lá.