O marido misterioso romance Capítulo 62

Edric nunca esperava que ela fosse ficar em San Fetillo e ter um filho com um camponês. Se, naquela época, ele não a tivesse forçado, será que a mulher ainda teria recorrido a isso?

Eles passaram três anos juntos sem Irene conseguir engravidar, mas ela teve um filho em tão pouco tempo depois de deixá-lo. Isso era um grande tapa na cara de Edric. O homem sabia que uma das razões da infertilidade era o estresse, cuja causa era provavelmente Margaret.

Ele se arrependia muito de não ter se mudado com Irene mais cedo. Se tivesse sido mais decidido e determinado, as coisas com certeza teriam acabado melhor. Talvez os dois tivessem até tido um filho juntos.

E, nesse caso, Margaret teria parado de importunar a nora. Mas já era tarde demais. Toda essa bagunça ocorreu devido a indecisão dele.

Edric não queria ir para casa, então foi sozinho ao bar e começou a beber. O celular dele não parava de tocar, mas o homem não se deu o trabalho de ver quem estava ligando.

Depois de beber muito vinho, ele enfim ligou para um motorista e voltou para casa.

Era meia-noite, mas as luzes ainda estavam acesas na sala de estar. Margaret estava esperando pelo filho porque ele não havia atendido o celular; ela estava preocupada.

Edric parou na porta, e a mulher se aproximou dele e disse com desdém: "Filho, onde você tava? A Lily tá te esperando já faz algumas horas".

"Ninguém pediu pra ela esperar!" Respondeu o homem, impaciente.

"Qual é o seu problema? O que aconteceu?" Ela o encarava.

Ele cambaleou até o sofá e se sentou. "Mãe, você me ama de verdade?"

"Meu filho, o que você tá dizendo? Claro que te amo!" Respondeu Margaret. Ela sentiu o cheiro de álcool e franziu a testa. "Por que você bebeu tanto se sabe que tem gastrite?"

Edric recostou-se no sofá e murmurou: "Se você me amava mesmo, por que não percebeu que eu tava sofrendo? Por quê?"

O homem não acreditava que a mãe não soubesse como foi a vida dele nos últimos três anos sem Irene. Ele já havia dado tudo de si para cumprir seu dever como filho, mas por que Margaret não conseguia aceitar a nora, mesmo sabendo que o filho a amava tanto? Ele tinha que saber.

"Edric, você tá bêbado!" Margaret ignorou as perguntas dele. Preocupada que o filho pudesse ter outro ataque de gastrite, apressou-se para instruir as criadas a prepararem uma sopa para ele.

Edric sabia que a mãe era especialista em evitar conversas indesejáveis. Ele observou enquanto ela dava ordens a torto e a direito.

Naquela noite, Irene estava se revirando na cama. Ela odiava Edric; odiava que o amasse tanto. Achava imperdoável que o homem a estivesse traindo depois de ter dito que a amava.

O coração doía quando ela tentava imaginá-lo junto com Lily na cama. Que casalzinho sem-vergonha! A raiva tomou conta dela; como queria matá-los!

Irene estava se esforçando ao máximo para curar sua infertilidade e agradar a sogra, mas o marido já havia pulado a cerca para tentar ter um filho por conta própria!

Ela se lembrou de como ele a abraçou e disse: "Eu só quero você! Não preciso ter filhos!" A mulher sentiu calafrios.

Que homem nojento. Ele era desprezível além da conta para ter mentido na cara dura desse jeito. Mesmo depois de ela ter descoberto, Edric ainda agia de forma tão cruel e sem coração.

Irene nunca poderia perdoá-lo. Nunca o deixaria saber que ele tinha um filho! Essa era a sua vingança pelo homem tê-la traído!

Provavelmente por causa do clima, Eden estava adoecendo com mais frequência nos últimos tempos. No momento, o menino estava com febre. A mãe dele o levou ao hospital, onde ele ficou internado por dois dias antes da febre abaixar.

No elevador, ela topou com Lily e Freya. Lily tinha vindo ao hospital porque acordou com dor de garganta nessa manhã. Por isso, ela pediu à amiga para acompanhá-la até lá.

Elas não esperavam encontrar Irene nesse lugar, então ficaram bastante surpresas. Incrédulas, olhavam para a criança que ela carregava nos braços.

A mulher era infértil. Por que estava acompanhada de um garotinho? De quem era esse menino? Não podia ser dela!

As duas se entreolharam. Freya apertou os lábios, pensativa. Com uma criança tão perto, Lily não atacaria a meia-irmã, mas a amiga ainda se sentia muito desconfortável.

A pele clara e delicada de Irene as deixava com muita inveja. A beleza da mulher era conhecida por todos, e a maioria dos meninos na faculdade a considerava uma deusa, de tão bonita que era.

Por causa de dela, Lily nunca recebeu a atenção dos garotos. Como era de se esperar, ela odiava a meia-irmã.

Agora, depois de tantos anos, ela havia enfim tomado uma atitude, enquanto Irene, por outro lado, tinha ido de mal a pior. Lily pensava que a meia-irmã teria uma vida miserável, mas a mulher continuava linda como sempre.

Com inveja, Lily zombou dela em seus pensamentos. E daí se Irene era bonita? Ainda era infértil, no fim das contas. Ao pensar nisso, ela se sentiu um pouco melhor.

Enquanto isso, Freya também tinha inveja da beleza da mulher. Ela ainda estava furiosa por aquela vez em que Irene jogou bebida na cara dela, e não conseguia perdoá-la.

Irene ignorava ambas. Freya era apenas alguém que sempre estava em volta de Lily e que não merecia sua atenção.

O elevador chegou e Irene entrou nele de imediato. As expressões das duas mudaram, e elas entraram logo em seguida.

Algumas pessoas eram simplesmente ignorantes e burras. Quanto mais alguém as ignorava, mais elas ansiavam pela atenção dessa pessoa. Freya precisava se vingar pelo que aconteceu da última vez.

Irene era infértil, e foi por isso que ela foi expulsa da família Myers. Talvez Freya conseguir colocar o dedo na ferida dela? Com desprezo, ela observou: "Lily, ser uma mulher que não pode ter filhos deve ser bem doloroso, não acha? Elas devem ter tanta inveja dos filhos dos outros!"

Por dentro, Lily sentia-se muito feliz. Freya era mesmo sua melhor amiga, parecia até que tinha lido sua mente. Ela não respondeu à pergunta, mas deu uma risadinha.

Vendo o sorriso da amiga, Freya se tornou ainda mais ousada. "Quem se importa com a beleza de uma mulher? Se ela for infértil, não passa de um lixo!"