O marido misterioso romance Capítulo 68

Embora Loraine fosse a empregada da família Myers, ela era muito impiedosa com o próprio patrão. Lily sentiu calafrios. Depois que o assunto estivesse resolvido, ela esperava que a mulher só fosse embora com o dinheiro, mas Deborah discordava. A mãe dizia que Loraine ainda poderia ser útil, e agora parecia que ela estava certa.

"Você não pode se livrar de uma pessoa útil quando o trabalho ainda tá pela metade. É assim que planeja fazer as coisas no futuro? Antes de você se tornar um membro oficial da família Myers, a Loraine não pode ir embora. Além disso, a gente pode usar o filho dela a nosso favor. Já que temos algo pra usar contra ela, a traição não vai acontecer do nada", bufou Deborah.

"Mãe, é melhor você pensar em uma maneira de lidar com o Edric e a Irene. E se eles se casarem outra vez? Ai, eu tô tão ansiosa!"

"Você só precisa se certificar de que o filho não é do Edric. Nada vai acontecer nesse caso." Deborah não estava muito preocupada.

"O menino com certeza não é dele. Se fosse, a Margaret não teria brigado com ele. Ela quer tanto um neto. Por que rejeitaria a Irene se aquele garotinho fosse mesmo filho do Edric?" Lily estava preocupada com Margaret. E se a mulher não conseguisse controlar o filho? "A Loraine disse que a Margaret ameaçou tirar a própria vida, mas ele não se importou."

"Eu já te disse que ele não é um capacho. Dessa vez, não vai deixar a Margaret controlar ele. Mas é bem fácil resolver isso se o filho não é dele", disse Deborah com desdém.

"Você encontrou uma solução?"

"Acha que a Margaret vai deixar o Edric cuidar do filho de outra pessoa? Tenho certeza de que ela vai encontrar um jeito de impedir isso", murmurou a mulher.

"Mas o que ela pode fazer? Agora, ele nem liga mais se a mãe tá viva ou morta. Por que escutaria o que ela tem a dizer?"

"É porque ele sabe que a Margaret não vai mesmo tirar a própria vida. Uma ameaça dessas só funciona uma vez. Só um idiota acreditaria na mesma ameaça várias vezes", riu Deborah com maldade. "Se ela não conseguir convencer o filho, é bem provável que vá mudar de estratégia e vá atrás da Irene. Quando isso acontecer, a gente só precisa botar lenha na fogueira."

Depois de discutir com Margaret, Edric se sentia bastante culpado. Ele estava vagando sem rumo e, sem que percebesse, dirigiu até a nova casa de Irene.

Não muito longe, avistou uma pessoa familiar. Quando deu uma olhada, reconheceu-a de imediato. Ele acelerou e estacionou perto dela.

A mulher andava com pressa. De repente, ela ouviu alguém batendo a porta de um carro. Antes que pudesse reagir, uma pessoa agarrou o braço dela.

"Irene!" Ela ouviu uma voz familiar.

Tentou se livrar das garras dele, mas a força dela não era páreo à de Edric.

Furiosa, gritou: "Edric, me solta!"

"Eu preciso te falar uma coisa." Ele a arrastou para dentro do carro, ignorando a resistência da mulher. Depois, trancou as portas do veículo.

"Não quero saber o que você tem pra dizer." Irene se debatia. Tentou abrir a porta, mas ela estava trancada. O homem segurou a mão dela e disse com a voz rouca: "Irene, por favor, fica um pouco comigo. Eu te imploro!"

A voz dele demonstrava uma tristeza indescritível. Irene ficou tensa e  inconscientemente parou de resistir. Em seguida, virou-se e olhou para ele. Os olhos de Edric brilhavam de desespero. Quando ela viu toda aquela tristeza, de repente sentiu o coração se partir em mil pedaços.

Antes, pensava que o coração dela, que esteve dormente por tanto tempo, nunca mais sentiria dor. Mas agora, ele estava doendo muito. Irene desviou o olhar e se soltou da mão de Edric. Tentando manter a calma, perguntou: "O que você quer me dizer?"

Com um olhar intenso, o homem a encarou em silêncio. Ela refez a pergunta, mas só recebeu um longo suspiro como resposta. "Irene, sua vida tem sido difícil nesses últimos anos, né?"

"Já me acostumei!" Respondeu ela, em um tom seco como o deserto.

Edric olhou para o perfil perfeito dela, sentindo-se desolado. "Irene, eu sou um m*rda. Um grande m*rda. Me desculpa..." disse ele de modo incoerente.

Por causa dele, ela foi forçada a se casar com outra pessoa. Desde que descobriu isso, ele percebeu o quanto se divorciar dela foi um erro enorme.

O homem não parava de pensar no passado. Toda vez, as memórias o assombravam, e ele entrava em desespero. Não passava de um m*rda, da mais desprezível pessoa. Como ele pôde fazer tal coisa com a mulher que jurou que protegeria para sempre?

O pedido de desculpas de Edric fez Irene virar a cabeça. Infelizmente, o homem tinha cometido alguns erros que um pedido de desculpas não era capaz de consertar. Ela perguntou com indiferença: "Você veio aqui só pra me dizer isso?"

"Irene, eu não quis esconder de você que a Lily tava grávida. Queria te contar, mas não tive coragem. Tive medo de que você não conseguisse aceitar..."

"Não tem sentido falar essas coisas agora. Já acabou tudo!" Interrompeu-o Irene.

Que mulher aceitaria que o marido tivesse um filho com outra mulher? Edric era muito engraçado. Depois de tantos anos, ele de repente queria se explicar para ela. Esse era o tipo de coisa que poderia ser perdoada com uma simples explicação? Ele não sabia que não era possível mudar o que já havia acontecido?

"Sr. Myers, na verdade, você não precisa dizer nada disso pra mim. A gente se divorciou, e o passado não importa mais. Nenhuma explicação é necessária." Ela cruzou os braços.

"Irene, eu sei que você me odeia muito, e eu também me odeio." Os olhos de Edric brilhavam de remorso. "Se eu soubesse que as coisas teriam acabado assim, não teria te deixado ir embora..."

"Se você queria pedir desculpas pra eu te perdoar, tá perdendo o seu tempo. Nunca vou aceitar as suas desculpas. É melhor me deixar sair desse carro! AGORA!" Interrompeu-o Irene outra vez.

"Não tô só pedindo desculpas. Eu também quero me redimir com você. Por favor, me dá uma chance de consertar os meus erros!"

"E como você faria isso?" Zombou ela.

"Deixa eu cuidar de você e do seu filho. Juro que nunca vou te deixar se machucar de novo!" Respondeu Edric com sinceridade.

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