O marido misterioso romance Capítulo 67

Edric estacionou o carro na frente de casa. Ao mesmo tempo, Margaret também havia chegado em seu próprio carro.

Ambos entraram na mansão, completamente furiosos. A empregada, Loraine Bush, ficou chocada ao ver o estado deplorável da patroa. Ela perguntou: "O que aconteceu?"

Margaret a ignorou. Ela atirou a bolsa no sofá e sibilou: "Vamos conversar!"

"Ok!" Cuspiu Edric, jogando-se no sofá. Ele olhou com frieza para a mãe e perguntou: "Sobre o que você quer conversar?"

A indiferença do filho fazia a mulher querer cuspir fogo. "Edric, como você pode ser tão insensível? Eu sou a sua mãe, mas você não fez nada quando aquela mulher jogou água em mim. Olha como ela é arrogante hoje em dia!"

"Mas foi você que pediu!" Disse ele com desdém. "Você é uma pessoa bem-educada, mas mesmo assim ousou interferir nos assuntos dos outros em público. Ainda por cima, atacou ela na frente do filho! Deveria pensar na sorte que teve por ter se safado só com isso!"

"Não fale comigo nesse tom!" Vociferou Margaret, furiosa. "O seu pai faleceu muito jovem. Sozinha, tive que dirigir a empresa e cuidar de você ao mesmo tempo por muitos anos. Acha que foi fácil pra mim?"

"Você fala isso desde que eu sou criança. Mãe, você não cansa, não?" Perguntou Edric. "Que mãe solteira tem uma vida fácil nesse mundo? Comparada com as outras, pelo menos o papai deixou a empresa pra você. Com ela, você teve uma fonte de renda e não precisou se preocupar em perder a casa nem em ficar sem dinheiro pra sobreviver. Pra ser sincero, você foi uma das mães solteiras mais sortudas, porque tem gente por aí que tá muito pior do que você."

Edric ficou emocionado. Quando pensava em como Irene havia passado por tantas dificuldades ao longo dos anos, ele se sentia bastante exasperado. Se não fosse pelo envolvimento de Margaret, que sempre o controlou com todas essas desculpas, ele e Irene não teriam se afastado tanto.

E, nesse caso, ele não viveria sentindo tanta culpa e tanta dor. Os dois teriam seus próprios filhos e passariam a vida juntos e felizes.

Ao pensar nisso, a raiva irrompeu de Edric como lava saindo de um vulcão. "Dizem que o amor maternal é altruísta e não pede nada em troca. Por que nunca concordei com isso na vida? Desde sempre, você me mantém acorrentado ao seu lado. Se eu não me comportasse exatamente como você queria, levava bronca. As outras mães querem que seus filhos sejam felizes, mas pra você só existem a empresa e o dinheiro; eu, não. Sempre quis te perguntar, eu sou mesmo o seu filho?"

"Edric? O que significa isso? Do que você tá falando?" Margaret fitava o filho. Era como se estivesse olhando para um estranho.

"Por que você tem que me torturar assim?" Os olhos de Edric ficaram vermelhos. "Eu preferia que você me tivesse me abandonado naquela época e tivesse encontrado outro homem, em vez de usar essas desculpas pra me fazer de refém pela minha vida inteira. Preferia que tivesse me jogado no orfanato, em vez de me forçar a viver essa vida que é pior do que a morte!"

Ao ouvir as palavras do filho, Margaret ficou chocada e arregalou os olhos. Que atitude era essa? Como ele ousava falar assim com a própria mãe? "Seu m*rdinha desobediente..."

Antes que ela pudesse dizer mais, ele a interrompeu no mesmo instante: "Desobediente? Se eu sou um filho desobediente, por que teria deixado você torturar a mulher que amo? Por que teria obedecido às suas ordens e forçado ela a sair de casa? Além disso, eu fingi não ver ela vivendo por aí sem um único tostão! Você usa a culpa pra me manipular há décadas, isso não te cansa?"

"Como... Como você ousa dizer isso pra mim?" Margaret tremia de raiva. Edric sempre foi obediente a ela, então a mulher nunca teve uma chance de refletir sobre o que estava fazendo. Afinal, sempre pensou que estava fazendo tudo para o bem do filho.

Essa era a primeira vez que Edric contava a ela o que ele pensava de verdade. Margaret não sabia o que fazer com essas informações.

Então, achava que o filho estava se opondo a ela por causa de Irene. "Como você pode levantar a sua voz pra mim por causa daquela mulher? Aquela desgraçada deve ter envenenado a sua mente! Você vai me abandonar, não é?!" Margaret gritou: "Se ela não tivesse me contrariado, acha que eu teria feito isso com ela?"

"Te contrariado? Você ainda tá vivendo naquele seu sonho estúpido, né? Acha que eu sou cego?" Edric estava desapontado além da conta com a mãe. "Desde que ela se casou comigo, você nunca gostou dela e sempre criticou ela. A Irene suportou tudo por mim, mas você começou a humilhar e torturar ela ainda mais. Você também é uma mulher e uma mãe. Por que não consegue se colocar no lugar dela?"

"Por que eu deveria me colocar no lugar dela? Aquela mulher é infértil! Eu saí com ela várias vezes pra procurar orientação médica. Pelos três anos em que vocês foram casados, eu nunca desisti dela. Foi ela quem te traiu! Pior ainda, ela foi violenta e empurrou a Lily no hospital, fazendo a coitada abortar! Você acha que eu iria tratar ela assim se não tivesse motivo?"

As veias na cabeça de Edric pulsaram de raiva quando ele viu como Margaret era teimosa. "De que jeito ela poderia ter um filho, considerando a sogra horrorosa que tinha? Você não dizia sempre que a Irene era infértil? O que me diz depois de ver aquela linda criança que tava com ela agora há pouco?"

Margaret ficou sem palavras.

"O que foi, mãe, não tem nada pra falar?" Edric lançou um olhar irônico à mulher.

"Eu..." Ela realmente não sabia o que responder.

"Você não quer saber que tipo de vida a Irene teve depois que eu expulsei ela? Pois eu te conto: ela foi forçada a se casar com outro cara depois de ser expulsa por um bilionário cruel como eu; ela não amava aquele homem nem um pouco, mas, pra sobreviver, não teve escolha a não ser casar com ele mesmo assim."

"Não fui eu quem forçou ela a fazer isso. Eu só queria que vocês se divorciassem, nunca disse que não daria dinheiro a ela", retrucou Margaret.

"Sim, fui eu que não quis dar dinheiro pra ela, mas você sabe por que eu fui tão cruel naquela época?" Vociferou o homem.

"Você me forçou! Você ameaçou se matar pra eu me divorciar da Irene. Mas eu não queria! Nunca quis me divorciar dela! Mas eu também não queria te ver morrer, então pedi pro advogado redigir o acordo. Deixei as condições o mais injustas possível, porque pensei que ela não assinaria o contrato nesse caso. Mas, na verdade, o meu plano fez ela se desesperar! Ela assinou o acordo sem nem hesitar! Tentei forçar ela a voltar pra mim de todos os jeitos possíveis. Garanti que ela não conseguiria encontrar um emprego, pra ela ter que vir falar comigo, só que nunca pensei que ela continuaria persistindo até hoje!"

Edric não se sentia melhor, apesar de ter revelado todos os segredos que sempre esteve escondendo. Na realidade, ele se sentia ainda mais sufocado.

“Pra sobreviver, ela escolheu se casar com aquele homem. Mas, antes da cerimônia, o marido dela sofreu um acidente e faleceu. O filho dela nasceu sem o pai. Ela cuidou do menino sozinha! Não consigo nem imaginar o quanto ela sofreu durante todos esses anos. Ela não tinha que ter passado por tudo isso, mas, por ter se casado com um covarde insensível como eu, ela acabou assim. Você tá me entendendo?"

Margaret, é claro, nunca demonstraria qualquer simpatia por Irene. "Não tem nada que a gente possa fazer pelo passado. O problema não se resolve se você só der um dinheiro pra ela?"

Ao ouvir a sugestão indiferente da mãe, Edric deu um soco na mesa na frente dela, quebrando-a. "Você acha que esse é um problema que pode ser resolvido com dinheiro? Hein??"

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