O marido misterioso romance Capítulo 94

Na manhã seguinte, quando Irene desceu as escadas, deparou-se com Steven e Deborah sentados no sofá da sala de estar. Assim que viu a filha, o homem deu um sorriso afável e perguntou: "Irene, você dormiu bem na noite passada?"

"Sim." Ela foi curta e grossa.

"Vamos tomar café da manhã!" No momento em que Steven se levantou, Deborah fez o mesmo. Com um sorriso estampado no rosto, ela explicou: "O Steven pediu pra Maisy fazer a sua comida preferida. Ele ficou te esperando pra vocês comerem juntos".

"Obrigada!" Irene se obrigou a agradecer. A verdade era que ela não se sentia nem um pouco grata por esses gestos gentis. Na realidade, odiava ver os sorrisos hipócritas deles. Se não fosse por Eden, não teria energia para interagir com eles, nem interesse.

Como a filha havia enfim retornado, Steven decidiu não ir trabalhar. Nunca havia feito isso antes, mas ficou em casa para fazer companhia a ela. Mesmo assim, ele ainda estava ocupado atendendo a várias ligações, uma atrás da outra.

Como estava entediada, Irene foi ao escritório do pai. A princípio, queria pegar um livro para ler, mas acabou notando um monte de documentos sobre a mesa. Tratavam de um torneio de esportes que ocorreria em San Fetillo.

A mente dela de imediato começou a traçar um plano. A realização do torneio de esportes com certeza seria precedida por uma licitação. Edric sem dúvida participaria, e ela não o deixaria atingir seu objetivo. O único oponente que poderia derrotá-lo era o Golden Age Group. Irene pegou a bolsa e foi com pressa encontrar Jordan.

Ao sair de casa, correu para o ponto de ônibus ali perto. No entanto, apesar de ter esperado por mais de dez minutos, não viu nenhum ônibus. Um homem, que também estava ali esperando, apontou para um carro estacionado por lá. Ele perguntou a ela: "Esse cara tá te encarando faz um tempo. Você conhece ele?"

A mulher virou a cabeça e ficou surpresa ao ver Edric dentro do carro. Ele estava olhando fixamente para ela.

Irene não esperava encontrá-lo ali. A primeira coisa em que pensou foi que Edric tinha vindo buscar a noiva, por isso ela virou a cabeça para o outro lado. Porém, logo ouviu o barulho da porta se abrindo. Um cheiro familiar estava se aproximando, e logo Edric já estava ao lado dela.

"Vamos conversar", disse ele.

Irene continuou olhando para a frente, fingindo não ouvi-lo. O silêncio dela o deixou ansioso. O homem tinha vindo na noite anterior porque não conseguia dormir.

Edric queria perguntar muitas coisas para Irene. Ele estacionou perto do ponto de ônibus e ligou para ela, mas a mulher não atendeu, então imaginou que ela tivesse desligado o celular. O que o homem não sabia era que Irene havia bloqueado o número dele.

No entanto, isso não foi o suficiente para fazê-lo ir embora. Ele teve uma noite difícil e inquieta dentro do carro. Ficava se perguntando por que ela havia retornado para a casa da família Cook justo agora.

Ainda conseguia se lembrar de todas as memórias lindas e doces que eles tiveram juntos nos três anos de casamento. Ele sempre acreditou que os dois eram honestos um com o outro. Mas agora, foi forçado a ver como isso era ridículo e não passava de um pensamento unilateral e otimista. Se Irene o tivesse amado pelo menos um pouco, não teria escondido a verdadeira identidade dela.

Durante o casamento, ela nunca mencionou a relação que tinha com Steven. Após o divórcio, também não havia contatado o homem. Sendo assim, por que decidiu voltar para a casa da família Cook bem quando ele ficou noivo de Lily?

Ao ver Irene enfim aparecer no ponto de ônibus, os sentimentos de Edric se tornaram confusos. Ele ficou sem reação quando ela passou pelo carro dele sem nem mesmo olhar. Foi estranho, mas isso o lembrou de algo que a mulher disse no passado: "Eu tenho um radar em mim. Sempre que você tá a quinhentos metros de distância, sinto a sua presença na mesma hora".

No momento, ele não estava a menos de dois metros dela, mas a mulher não tinha sentido a presença dele. Edric achou que estava sendo infantil. Por que ele acreditava em tudo o que ela havia dito?

Quando Irene foi embora, ele jurou que pararia de acreditar nela. Todavia, tudo o que ela tinha dito parecia ter criado raízes no coração dele. Eram palavras que ele ouvia sempre que fizesse sentido.

Talvez ele tivesse passado muito tempo encarando Irene, pois o homem que esperava o ônibus avisou-a da presença de Edric. Então, ela virou a cabeça e olhou com indiferença para o veículo antes de desviar o olhar. A frieza da mulher o fez sair correndo do carro e agarrar a mão dela sem pensar.

"Vem comigo!" Pediu ele.

"Me solta!" Irene se debateu porque não queria entrar no automóvel dele. Desde que ele a rejeitou com crueldade naquele dia, o último resquício de afeto que ela sentia por ele havia desaparecido. A partir de então, os dois seriam somente estranhos.

O homem a arrastou para o carro e trancou as portas. Irene não conseguiu abri-las e olhou feio para ele. "Edric Myers, você tá louco?"

"Irene, a gente precisa conversar!" Ele ignorou a fúria dela. "Você tem que ser honesta comigo."

"Quem você pensa que é?" Com um olhar de desprezo no rosto, ela o encarava.

Desconsiderando a resposta hostil dela, ele perguntou: "Por que você voltou justo agora?"

"Porque eu quis. Por acaso não posso fazer isso?" Retrucou Irene.

"Você deve ter um objetivo. Afinal, se recusou a ficar com o Steven mesmo na situação em que você tava naquela época. Por que voltou agora? E por que me ligou de noite naquele dia? Eu quero saber o motivo!" Ordenou ele.

Como Edric era um homem tolo. Ele não percebia que, nesse momento, já era tarde demais para conseguir uma resposta dela?

"Eu não tava pensando com clareza naquela hora", respondeu ela.

"Você tá tentando se vingar da Lily? É esse o seu objetivo?"

Lily? Vingança? Irene virou a cabeça; o olhar dela era gélido. "E daí se for esse o caso?"

"Você não vai conseguir, porque eu não vou deixar. É melhor não pensar em fazer nenhuma besteira." Edric fulminou-a com o olhar e a avisou: "Não vou deixar ninguém machucar ela!"

Essas eram as mesmas palavras que ele tinha dito a Irene um dia. Nesse momento, o homem havia feito a mesma promessa a outra mulher. Ela achou isso engraçado, mas patético. Com certeza devia estar cega antes. Como pôde se apaixonar por um homem desses? Como pôde acreditar que ele a faria feliz? Ainda bem que estava tudo no passado.

"Edric Myers, não vou mais fugir da dor que você me causou. A partir de agora, juro que vou pegar de volta tudo o que eu merecia!" Pensou Irene, de dentes cerrados.

"Quero ver você me impedir", cuspiu ela. Em seguida, apontou para a porta. "Abre que eu quero descer!"

O homem permaneceu imóvel. "Irene, a Lily não teve nada a ver com isso. Se quer se vingar de alguém, se vinga de mim!"

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