O Melhor de Mim romance Capítulo 98

Ponto de vista da rainha:

Estou confinada e restrita aos meus aposentos há mais de um mês. Ninguém veio me ver, nem pedi para que ninguém viesse. Permaneço na solidão e aceito o meu destino, pois enquanto os meus filhos sobreviverem, pouco me importo com a minha própria existência. Meus filhos continuarão o meu legado, eles viverão.

Apesar da minha aceitação, essa realidade ainda me assombra. Me vejo recorrendo aos livros como um método para superar a minha tristeza. Pelo menos o Joseph me permitiu isso. Ele poderia facilmente ter me deixado dentro de quatro paredes vazias e estéreis, mas ele permitiu que eu tivesse acesso à algo que amo, os livros.

Eu me afogo na variedade de gêneros que colecionei ao longo dos anos. Livros sobre ciências, filosofia, bibliografias e os meus favoritos, os de ficção. Mas hoje não é dia de leitura, pois, sentada ao lado da janela, as minhas mãos são forçadas a largar as páginas. Meu quarto dá para o portão principal e vejo os guardas se agitarem e correrem como loucos. Algo está errado.

Até os guardas estacionados na minha porta parecem distraídos e murmuram uns aos outros em sutil desconforto e tensão palavras que não consigo ouvir . 'O que diabos aconteceu?' Eu me pergunto. Nesse momento, reconheço a voz da minha empregada mais capaz e fiel gritando com eles.

"O que vocês estão fazendo aqui? Vocês sabem que a situação é grave! Precisam de vocês nos portões da frente!" Posso imaginar os rostos confusos deles e as armaduras batendo contra si mesmas enquanto ele correm para onde for necessário. Eu sorrio, sabendo o quão inteligente a Penelope é.

Desloco-me do parapeito da janela e levanto a bainha do meu vestido enquanto me apresso em direção à porta. Eu ouço um barulho vindo de trás antes que a pequena janela esculpida na extremidade superior da porta se abra. É tão pequena que só consigo ver os brilhantes olhos castanhos dela olhando para mim.

"Diga-me o que está acontecendo!" Eu sussurro apressadamente, sabendo que há pouco tempo para formalidades.

Sem hesitar, Penelope me conta como o Eric foi derrotado pelo Marco e, embora imediatamente eu tema a morte do meu filho, ela me garante que o Eric está vivo e formou algum tipo de aliança com o Marco. Eu pareço confusa, até que ela elabora:

"O Dorian é filho do Joseph."

"O quê? Ele não é meu filho."

"Não. Ele não é... Sinto muito, majestade."

Parece que uma faca acabou de ser cravada no meu peito, e essa faca invisível só se enterra mais fundo quando a Penelope explica como o Dorian capturou a Cathy e usou magia negra sacrificial nela para tentar destruir a família real. Embora o Dorian esteja morto agora, a Cathy está em coma e a única maneira de acordá-la é que um dos seus familiares morra voluntariamente em seu lugar.

Minhas pernas querem dobrar embaixo de mim, mas o que me impede de desmoronar no chão é a minha mão que está no pequeno olho mágico retangular. A minha criada compreende a minha dor e junta os dedos aos meus. "Você tem que encontrar uma maneira de me ajudar a escapar." Eu apelo, desesperada. "Mesmo que seja apenas por um tempo. Você tem que me ajudar."

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Ponto de vista da Tanya:

Todos os dias desde que descobrimos a situação da Cathy, tenho me preocupado muito, especialmente quando sei que a sobrevivência dela está tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe. A Cathy está ao nosso alcance, seu corpo está esperando por nós, não mais aprisionado por um monstro. Mas a alma dela… está em um reino que não consigo ver, viajando lentamente para a frente. E, se não formos rápidos o suficiente, podemos perdê-lo.

A expressão do Eric quando soubemos do prognóstico da Cathy ainda me assombra. Não consigo nem quero imaginar a culpa e o tormento que ele deve estar sentindo. Uma bolha escura de ansiedade inevitavelmente que se instala dentro de mim, como um sinal de que algo terrível está para acontecer.

É quase meia-noite e ainda não consigo me sentir confortável o suficiente para adormecer. Enquanto o meu peito continua subindo e descendo com grande esforço, como se algo pesado fosse pressionado contra ele, tento me concentrar, contar, fazer qualquer coisa para entediar a minha mente e permitir que ela descanse.

Eventualmente, sinto as minhas pálpebras ficarem pesadas, apenas para que elas se levantem quando a cama sacoleja embaixo de mim!