O Melhor de Mim romance Capítulo 70

Ponto de vista da Tanya:

Surpresa e espanto cruzam o meu rosto enquanto olho para o documento, extremamente confusa. Por que ele iria querer se casar comigo de novo se estava tão chateado comigo? Eu olho para ele com curiosidade: "Mas, por quê?"

Observo o príncipe tossir, tentando de alguma forma adiar a resposta enquanto limpa o rosto de qualquer expressão emocional. O tom frio e direto indica que ele não sente nada por mim: "Não tire muitas conclusões disso." Diz ele. "Eu não te amo. O amor não coexiste entre nós a partir de agora, pois não posso te perdoar."

Marco fala sobre o amor como se fosse uma questão de lógica, um interruptor que pode ser ligado e desligado com um movimento rápido. Então, ele explica: "Se eu não agir rapidamente, a Árvore da Lua Azul será derrubada e uma represa será construída em seu lugar devido à economia fraca da Alcateia Lua Azul. Sim, o Eric fez a proposta novamente e faltam apenas quinze dias para o fim do prazo. Então, eu arranjei uma solução. A Princesa Isabella do reino vizinho, conhecido como Reino da Fauna, tem uma irmã mais nova, a Princesa Peyton, que está gravemente doente há muito tempo."

Eu permaneço em silêncio enquanto ele continua a explicar: "A Isabella está procurando médicos de longe, mas a Peyton ainda não foi curada. Então, a Princesa Isabella emitiu um decreto real. Qualquer um que conseguir curar a irmã dela receberá uma recompensa de sua escolha. O que a pessoa desejar… A Alcateia Lua Azul tem abundância de matérias-primas naturais, só faltam canais de comunicação e compradores estáveis de fora da alcateia para gerar lucro. E então, é aí que você entra."

O Marco parece metódico em seu processo de pensamento, como se realmente tivesse planejado tudo, até os detalhes. Ele continua dizendo: "Se você conseguir curar a doença da Princesa Peyton, a Isabella estará disposta a conectar a Alcateia Lua Azul a bons compradores e pode até fornecer o financiamento inicial, dando à alcateia uma fonte de crescimento econômico de longo prazo, resolvendo o problema e, por sua vez, protegendo a Árvore da Lua Azul."

Agora tudo isso parece fazer sentido, exceto a parte em que ele quer que eu seja a esposa dele, e então eu pergunto: "Mas o que o fato de sermos casados tem a ver com isso?" Ele levanta a mão, sinalizando para eu parar, como se dissesse que está prestes a chegar a esse ponto.

"Você não é médica, então preciso de um motivo para apresentá-la à princesa. Além disso, você precisa causar uma boa primeira impressão nela antes que ela permita que você se aproxime da irmã dela. A Isabella é uma mulher altamente devotada à família e particularmente atraída pelo amor e pela lealdade. Ela gosta de casais felizes, então acho que se formos casados temporariamente, isso pode ser usado a nosso favor."

Eu pisco para ele, um tanto atordoada com o quão estranha é a ideia. No entanto, de alguma forma, faz sentido. "Eu sei que você se preocupa com a Árvore da Lua Azul, Tanya, e eu também. Temos o mesmo objetivo, e este contrato é simplesmente um método para alcançá-lo. É simples. Não tem nada a ver com amor. Então, por favor, não pense muito. Tome a sua decisão agora, pois precisamos fazer isso o mais rápido possível."

"E a Claire?" Eu digo, em um sussurro hesitante.

"Eu trouxe a Claire aqui para registrá-la em meu nome. O Oliver cuidará dos documentos relevantes para que ela seja reconhecida como minha filha. Mas, enquanto estivermos no reino vizinho, ela ficará segura e será cuidada pelo Oliver e pela Cathy."

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Não demoro muito para decidir o que vou fazer. Assino o contrato e me despeço da Claire antes de partirmos cedo na manhã seguinte para o Reino da Fauna. O Marco convida o Caspian, o Alfa da Alcateia Lua Azul, para ir também.

Chegamos ao entardecer e o céu está de um rosa suave quando o sol começa a se pôr atrás do castelo, que é magnífico, não tão grande quanto o palácio da capital, mas ainda assim expressivo e espaçoso. As cores são o verde sálvia e um rosa malva e a bandeira ondula para nós do alto, exibindo um cervo com chifres pintados em ouro como símbolo.

O Marco já havia avisado à Princesa Isabella que estávamos chegando, e ela nos recebe ansiosamente na entrada, antes de nos conduzir para dentro para jantarmos com ela. A sala de jantar tem um ar rústico, com mesa e cadeiras de madeira esculpida. Uma toalha de seda verde repousa sobre a mesa, com comida em abundância no topo.

O jantar começa com as formalidades e o Marco se apresenta e apresenta também o Caspian e eu. Os dois membros da realeza falam um pouco sobre política e como cada uma de suas famílias está indo, bem como a economia dos diferentes reinos. Observo que, ao longo dessa conversa, os olhos da Isabella sempre se voltam para o Caspian com uma curiosidade faiscante. Reparo que ele também lança olhares na direção dela.

"Então, hum, você é o Alfa da Alcateia Lua Azul?" Ela finalmente se dirige ao Caspian diretamente. Com a atenção nele, ele imediatamente endireita a postura:

"Sim, sou, meu nome é Caspian."

A princesa ri alegremente: "Eu já sei o seu nome, bobo." A risada dela continua, e eu observo como a postura do Caspian permanece rígida, o que não é característico da sua natureza relaxada e animada.

Enquanto o Marco claramente tenta compreender o que está acontecendo, volto-me para a minha refeição, soltando murmúrios fracos enquanto finjo lutar para cortar a fatia de bife no meu prato: "Marco..." Chamo novamente. "Querido... preciso que você corte isso para mim. Eu não tenho força."

Faço um beicinho para ele e novamente pisco os meus cílios em sua direção. E, mais uma vez, me deparo com um olhar curioso. "Por favor." Eu adiciono.

Até mesmo o Caspian vira a cabeça em minha direção, perplexo com as minhas ações que parecem estranhas. Os dois homens sabem que eu tenho a fala mansa e sou reservada, deixando a afeição para aqueles com quem me importo. Eu nunca seria tão ousada assim na frente dos outros, mas aqui estou, fazendo isso porque preciso.

Vejo uma faísca de compreensão nos olhos do Marco quando ele finalmente percebe o que estou tentando fazer e uma risada inesperada finalmente se dispersa dos seus lábios. "Claro." Ele pega os próprios talheres e começa a cortar o meu bife, que depois mergulha no molho e leva até a minha boca.

Eu tento não hesitar e abro a boca enquanto ele me alimenta com o pedaço de carne. O Marco está sorrindo, quase satisfeito com a minha situação e não posso deixar de sorrir de volta pretensiosamente.

Isabella limpa a garganta ruidosamente e as nossas cabeças se voltam na direção dela. "Eu entendo que vocês dois estão muito apaixonados." Diz ela. "Mas prefiro não observar o romance, se não se importarem."

Ela não está tentando ser rude, mas percebo que ficou entediada com a nossa exibição, o que me confunde. Eu abaixo a cabeça timidamente e digo: "Desculpa. Ouvi dizer que a senhorita gosta muito de casais que demonstram afeto e que gosta de casamentos cheios de devoção."

Isabella pisca, e então pisca novamente, e um olhar perplexo surge em suas feições, o que me surpreende. Então, sinto o Marco enrijecer ao meu lado. "Onde diabos você ouviu isso?"

Eu pareço surpresa e reflito sobre a confusão enquanto gaguejo, tentando formular uma resposta. De repente, o Marco se levanta da sua cadeira: "Ah, por que não vamos todos ver o jardim agora?" E assim, ele encerra abruptamente a nossa conversa.