O Pai Encantado do Meu Bebê romance Capítulo 12

Capítulo 11

Não acho certo escutar a conversa deles.

Decido voltar para a mesa de Jace.

“O que aconteceu, srta. Cabello? Por que você voltou?”, pergunta ele.

“O Ulisses está com visita, não acho certo incomodá-lo. Além disso, vocês iam vir comigo para a reunião, não iam?”, digo.

É a verdade, eles deveriam ter ido comigo, mas estavam ocupados conversando.

Vejo-os corar, e ergo a sobrancelha. Tem alguma coisa suspeita acontecendo entre esses dois.

Apenas balanço a cabeça. Não é da minha conta, os dois estão solteiros.

“Desculpe, srta. Cabello, esqueci que o sr. Hearst estava lá. Vou avisar o sr. Escarrer que você já está aqui para a reunião", diz Jace.

"Não, tudo bem. A gente espera, ninguém está com pressa. E por falar nisso, quem é o sr. Hearst?", pergunto curiosa.

"É o nosso parceiro exclusivo. Todas as nossas filiais aqui na Ásia estão vinculadas exclusivamente ao Hearst Restaurant Group”, explica.

“Além disso, o sr. Hearst é o melhor amigo do sr. Escarrer. Bom, eles ficaram próximos por causa dessa parceria”, acrescenta ele.

Faço que sim com a cabeça. Então eles são melhores amigos? Não é à toa que pareciam ter tanta intimidade.

De repente, me lembro do que ouvi. Por algum motivo, fiquei desapontada com aquilo.

Fiquei triste que Ulisses estava se usando da minha gravidez para se livrar do casamento arranjado, apesar de entender um pouco o lado dele. Ninguém hoje em dia quer isso, é muito antiquado.

Mas a situação me faz questionar sua afeição por mim e pelos gêmeos. Ele só está fazendo isso por conveniência?

Sinto pena pelos gêmeos se eu estiver certa. Não ligo se seu carinho por mim for falso, mas, se for pelos bebês, sim.

Eles vão ficar magoados quando descobrirem que o pai só lhes dá atenção e carinho para se livrar dos próprios problemas.

O que devo fazer?

Estava de volta à realidade quando ouço a porta do escritório de Ulisses abrir.

Acho que a reunião com o sr. Hearst acabou.

"Ellie?"

Ergo o rosto para encará-lo e dou um sorriso forçado.

"O que você está fazendo aqui? Por que não veio ao escritório em vez de esperar?, questiona.

Jace está prestes a responder, mas eu o impeço.

“O Jace disse que você ainda estava em reunião com o sr. Hearst, e eu falei que podíamos esperar até que acabasse. Não estávamos com pressa.”

Não quero que dê a entender que ouvi a conversa dele com o amigo.

"Ok, mas ainda assim você devia ter ido para o escritório."

Sorrio para ele.

“E, por falar nisso, Ellie, queria que você conhecesse o Nicholas Hearst, CEO do Hearts Restaurant Group. Nick essa é a Penelope, presidente e CEO da Cabello International Corporation.”

Nick me oferece a mão.

"Oi, srta. Cabello, prazer em finalmente conhecê-la. Pode me chamar de Nick", diz ele amigavelmente.

“Prazer em conhecê-lo também, Nick,” digo num tom formal.

“Vamos entrar, o Nick vai se juntar a nós na reunião. Você vai precisar da opinião dele em relação à área do restaurante, que eles vão ocupar”, diz Ulisses.

Só concordo, e todos entramos no local para dar início à reunião.

***

Depois desse encontro, fico distante de Ulisses. Não sei. Só estou muito decepcionada com ele, mesmo.

Paro de ligar sempre que tenho vontade de comer alguma coisa e começo a considerar se estou tomando a decisão certa, se ter Ulisses na vida dos meus filhos é o correto.

No entanto, sei que agora é tarde demais para me arrepender.

Mas não posso evitá-lo para sempre. Hoje, por exemplo, ele vai me acompanhar em mais uma consulta de rotina.

Ele me busca na minha cobertura para irmos juntos.

Estamos há algum tempo no carro quando o ouço pigarrear.

"Ellie, tem alguma coisa de errado entre a gente?"

Franzo a testa. "Como assim?"

Ele balança a cabeça. “Você não me liga mais, não pede mais para eu comprar coisas para você nem para eu te fazer companhia."

“Não tem nada de errado. Só parei de sentir vontade das coisas", minto.

“Sim, mas você não me contou da sua consulta hoje. Se não fosse a Luna, eu não ficaria sabendo" diz.

"Eu sei, só esqueci”, minto mais uma vez.

"Tudo bem."

Quando vê que a luz do semáforo está amarela, Ulisses para o carro. Noto isso todas as vezes.

Já chegamos ao hospital quando resolvo perguntar sobre isso.

“Ulisses, por que você sempre para quando o sinal fica amarelo? É sim um alerta, mas você ainda pode ir", pergunto com curiosidade.

Ele suspira alto. “Acho que tenho trauma.”

Arregalo os olhos. "Como assim? Trauma? O que aconteceu?"

“Há quase sete anos, sofri um acidente. Eu estava com pressa, quando vi o sinal amarelo, entrei em pânico e acelerei antes de ficar vermelho. Estava quase no meio do cruzamento quando a cor mudou. É difícil parar ou voltar.

“Não vi o carro e sofri um acidente”.

Suspiro.

“Fiquei em coma por três meses, Ellie.”

Tiro o cinto de segurança e o abraço.

"Sinto muito, Ulie."

Ele sacode a cabeça.

“Aceitei meu destino, Ellie. A culpa foi minha. Mas sabe o que eu não consigo aceitar?! Que alguém morreu por causa de um erro meu.”

Ulisses começa a chorar enquanto eu o abraço para consolá-lo.

“Alguém morreu por minha causa, Ellie.”

Não sei o que dizer — ele ainda não superou esse acidente. Eu também não esperava esse lado dele, que estava sempre feliz. Por algum motivo, me sinto tocada.

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