— Me solte. — Isabela estava um pouco irritada.
Ela tinha acabado de se cansar por causa do Sérgio e naquele momento só queria descansar direito.
— Eu sou mais velha que você, precisava mesmo falar comigo com essa raiva toda?
Como Luciano não estava em casa, Lívia falava com ela sem aquela falsidade de sempre, sem a voz doce que usava na frente de Luciano.
Isabela virou e lançou um olhar para ela:
— Mais velha? Você merece isso?
— Você... — Ela levantou a mão e apontou para Isabela, querendo responder, mas ouviu passos atrás delas.
Assim que Luciano apareceu, Lívia mudou a expressão e a voz dela ficou trêmula, quase chorando:
— Isa, eu só queria conversar com você direito, por favor, não fique brava. Eu vi seu pai estressado demais com os problemas da empresa esses dias, e pensei que, se você tivesse dinheiro, poderia ajudar ele, porque assim ele não estaria...
— Não peça nada para ela! — Lívia nem terminou a frase, quando uma voz grave veio atrás dela.
Luciano apareceu devagar, olhando para Isabela com um olhar afiado, que não parecia de pai para filha, mas de inimigo para inimigo.
Isabela não disse nada, só puxou a mão de Lívia, fazendo um gesto de desgosto.
— Ele tem razão, nem pense em pedir nada. — Isabela lançou um olhar para Lívia e, ao se virar para subir as escadas, lembrou de algo e sorriu para Luciano. — Pai, o tempo está correndo, é melhor você pensar bem na minha proposta.
Ela sempre foi daquele jeito: num segundo, estava vermelha de raiva discutindo feio com alguém, e no instante seguinte, sorria como se nada tivesse acontecido. Ela tinha aprendido aquela habilidade com Lívia.
Dois dias depois, seria seu noivado.
Quando Isabela voltou para o quarto, recebeu uma ligação da Naomi, que disse que tinha mandado as roupas e joias para ela.
Quando viu a mensagem, Isabela apertou os lábios, sem saber o que dizer por um momento.
Na verdade, não importava como Gustavo fosse, a Naomi sempre tratou ela de um jeito que não dava nem para reclamar, parecia até que ela era filha dela.
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