Ela não era de ficar fazendo drama, e depois do que já tinha acontecido, fingir ser aquela santa na frente do Sérgio era piada.
Além disso, ela também achava nojento, então decidiu ir direto ao ponto e acabar logo com aquilo.
Mas o Sérgio era perigoso demais, só de provar já era o bastante. Ficar presa a ele não era uma opção.
Podia acabar se dando mal, afinal o Gustavo não era flor que se cheirasse, e o Sérgio então, muito menos.
Se ele dizia que não queria dever nada a ninguém, melhor deixar tudo acertado na hora, sem pendências.
— Guarde esse cartão, o resto a gente dá por encerrado.
Sérgio levantou a cabeça e olhou para ela, sem dizer uma palavra.
Isabela ficou um pouco inquieta com o jeito que ele a olhava. Depois de um instante, ela pegou as coisas que tinha comprado e se levantou:
— Então, se não tiver mais nada, eu vou indo. Adeus.
Dito daquilo, Isabela virou e saiu direto.
Sérgio ficou observando suas costas através da parede de vidro, os dedos longos batiam devagar na mesa, fazendo um som de "tum tum".
Ele sempre foi um cara que não demonstrava emoções, mas naquele momento, uma figura apareceu de repente bem na frente dele.
— Sérgio, que coincidência! — Tomas apareceu do nada, olhou para os lados e perguntou. — Estava vendo a tal Isabela aqui agora pouco, e por quê de repente sumiu?
Sérgio desviou o olhar.
— Você viu errado.
Tomas se sentou relaxado do outro lado da mesa, levantou a mão e cutucou o canto da boca com o polegar, dizendo:
— Sérgio, você exagerou demais na bebida, viu? Eu acabei de ver a Isabela aqui, foi agora a pouco.
Sérgio lançou um olhar para ele:
— Algum problema?
Tomas deu um sorriso maroto:
— É que eu achei que você e a Isabela estavam mais próximos, sabe? Para ser sincero, Isabela merecia coisa melhor que o Gustavo, uma pena mesmo. Aquele cara é um canalha que só parece ser bom.
Ele sempre falava umas besteiras, e o Sérgio nem ligava.
— E daí? — Perguntou Sérgio.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Preço da Tentação