O tom daquela fala soava, de certa forma, um pouco assustador.
De manhã, ele tinha a recusado com tanta firmeza, e agora estava ali querendo almoçar com ela.
Isabela sentia que não conseguia entender Sérgio.
Mas, com Felipe e Pedro presentes, ela não podia dizer muita coisa. Só deu um leve aceno, cedendo por educação:
— Tá bom.
Ao ouvir isso, Pedro lançou um olhar atravessado para Felipe e, no instante seguinte, se sentou ao lado dele.
Felipe soltou um resmungo e virou o rosto, evitando encarar ele.
Como já estavam num sofá de canto, a única vaga que restava era ao lado de Isabela.
Sérgio a fitou de soslaio enquanto se aproximava e, com toda naturalidade, ocupou o lugar ao lado dela.
Assim que ele se acomodou, Isabela sentiu o aroma intenso de madeira que vinha dele.
Primeiro, havia o clima ruim entre Isabela e Sérgio pela discussão daquela manhã.
Segundo, com os comentários carregados de ironia entre Felipe e Pedro, a atmosfera na mesa caiu num silêncio estranho.
Sérgio acendeu um cigarro e quebrou o gelo:
— O Felipe conhece bem a Srta. Isabela?
Isabela abriu a boca para responder, mas Felipe se adiantou:
— Conheço sim.
Ele assentiu, com a expressão carregada de total sinceridade.
Sérgio soltou a fumaça devagar, lançou um olhar para Isabela e sorriu de canto:
— É mesmo? E quando foi que se conheceram?
Felipe pensou um pouco e respondeu:
— Faz tempo... Uns dez anos, eu acho.
Isabela ficou sem palavras.
Ela se virou instintivamente para Sérgio, e, como já esperava, encontrou o olhar sombrio dele.
Isabela respondeu rápido:
— Na... Nada... — Ela respondeu com um sorriso meio forçado. Nem precisava olhar para saber de onde vinha aquela sensação quente na coxa. O toque das mãos grandes de Sérgio era uma sensação que ela lembrava bem demais.
Só que a mão dele continuava deslizando pela perna dela, sem dar trégua.
Ela se forçou a não reagir, lançando olhares de lado para Sérgio, com certa dureza. Pouco antes tinha dito para Felipe que ela e Sérgio eram apenas amigos, e se ele descobrisse o que estava acontecendo debaixo da mesa, seria constrangedor demais.
Só que, diante do olhar irritado dela, Sérgio sorriu com um ar provocador.
— O que foi, Srta. Isabela? Está se sentindo mal? Quer que eu te leve no hospital aqui perto? — Perguntou Sérgio, com a voz carregada de falsa preocupação, mas as mãos dele não pararam.
Os dedos longos avançavam, subindo devagar... Mais e mais.
O espaço no sofá era apertado, e Sérgio, com aquele corpo grande, ocupava um lado todo. Ela, encurralada no canto, não tinha como escapar.
Mordeu o lábio, tentando aguentar o calor que vinha do corpo dele, enquanto por dentro se sentia sufocada.
E agora, sair dali era impossível.
Ela parecia um bichinho acuado, encurralado num beco sem saída, só esperando que Sérgio tivesse piedade e a deixasse em paz.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Preço da Tentação
O que houve que não lançaram mais nenhum capítulo?...
Muito chato ficar esperando capítulos,já desisti de outros livros por esse mesmo motivo,perde a emoção da leitura...
Não tem uma opção de pagamento por Pix pra quem não usa cartão.muito chato essa liberação de poucos capítulos grátis...
Qual o Instagram da autora? Para eu acompanhar...
Quais os dias que lançam novos episódios?...