O Preço da Tentação romance Capítulo 40

Assim que ele se aproximou, o cheiro frio e marcante do homem invadiu suas narinas.

Isabela se jogou mole nos braços de Sérgio, como uma tentação viva:

— Afinal, a gente já dormiu junto algumas vezes, né? Será que o Sr. Sérgio pode parar de me olhar desse jeito assustador da próxima vez? Vou acabar ficando com medo.

Na verdade, ela não costumava falar daquele jeito. Estava fazendo aquilo só para irritar o Sérgio mesmo. Aquilo era puro suco de provocação.

A voz dela já era naturalmente doce e suave, e quando ela fazia charme de propósito daquele jeito, poucos homens conseguiam resistir.

Sérgio baixou o olhar e seus olhos escureceram.

Ele soltou uma risada baixa e, de repente, a puxou para dentro do abraço. Com uma das mãos segurou a cintura dela e a levantou com facilidade, colocando os dois na mesma altura.

Isabela se assustou com o gesto e, antes de conseguir reagir, deu de cara com o sorriso leve nos olhos dele.

— Pelo visto ainda não está satisfeita...

Assim que terminou de falar, Sérgio a prensou contra a parede e a beijou com uma intensidade que a fez perder o fôlego.

Ela não era páreo para ele e só conseguia se arrepender, por dentro, de ter provocado aquele homem.

...

Quando Isabela chegou correndo na empresa, o expediente já estava rolando há mais de uma hora.

Suzana veio ao seu encontro:

— O que houve? Seu celular estava desligado!

— Nem me fale... — Suspirou Isabela.

Enquanto servia um café para amiga, Suzana foi direto ao ponto:

— Hoje tem um cliente que... — Ela parou de falar de repente e franziu a testa. — Nossa... O que aconteceu com a sua boca?

Isabela pegou o espelhinho da mesa, deu uma olhada rápida e revirou os olhos:

— Nada demais. Fui mordida por um cachorro.

Suzana ficou sem palavras.

Ela se apoiou na mesa dela, com a cabeça na mão, e a encarou de canto:

— Foi o tal "compromisso urgente" ontem, né? Você saiu com o seu crush ontem à noite, não foi?

Entre adultos, fingir que não percebeu aquilo já era exagero.

Isabela era até bem cara de pau, mas ainda assim ficou um pouco vermelha:

— Vamos falar de trabalho. Vida pessoal a gente fala depois.

Ela não disse nada, baixou o olhar para folhear os papéis nas mãos. Quando tirou os documentos da pasta, algumas fotos, preto e branco, caíram no chão. Isabela não se apressou para pegar, ficou olhando fixamente para elas.

O homem do outro lado falou baixo:

— Se não tiver mais nada, vou indo.

Então, ela voltou à realidade. Olhando para o detetive particular, que não chamava atenção, Isabela disse com a cara séria:

— Tem mais uma coisa que preciso que me ajude.

O detetive sorriu e respondeu:

— Pode falar, Srta. Isabela.

— Tenho uma mansão no sul da cidade. Quero que você investigue se houve alguma compra, venda ou transferência recente dessa casa.

O detetive deu uma risadinha:

— Moleza. Pelo que você já pagou, isso aí eu faço de graça para você.

Isabela não respondeu, só depois que o detetive foi embora é que ela se agachou para recolher as fotos do chão.

Nas fotos, claramente estavam Luciano e Lívia.