O Preço da Tentação romance Capítulo 427

— Quer se desculpar? Tem que mostrar um pouco de sinceridade, né?

Isabela percebeu que Sérgio estava realmente irritado e fazia aquilo de propósito. Ela sabia que, dessa vez, ele não ia se acalmar até extravasar o que sentia.

Mas jamais imaginou que o “jeito” dele de descontar seria aquele.

— Então... Não dava para ser de outro jeito? — Murmurou ela, meio sem jeito.

A risada debochada de Sérgio ecoou logo em seguida.

— Dá sim. Pode vestir aqui na minha frente... Ou na frente de mais gente.

Na hora, Isabela lembrou de coisas que preferia esquecer.

O coração apertou, mas ela já sabia o que fazer. Pegou a sacola e foi direto para o banheiro.

Depois do banho, quando vestiu a roupa que Sérgio tinha trazido, ficou toda vermelha, até a orelha, só de se olhar no espelho.

Seu corpo sempre chamava atenção, qualquer peça nela parecia ficar boa.

Mas aquilo... Era diferente.

Ela nunca tinha usado algo assim antes. Comparado com o que usava antes, aquela roupa fazia a anterior no Paraíso parecer uniforme escolar.

Ela pensou em mil palavras, mas nenhuma parecia servir. Só conseguia pensar numa: vergonhoso.

Ficou ali enrolando um tempão, até que, pelo espelho, viu Sérgio parado na porta, de braços cruzados, olhando para ela.

Ela se virou devagar, com o rosto pegando fogo.

Os olhos dele a percorreram de cima a baixo, sem pressa.

Isabela sentiu o rosto queimar, o coração disparar, uma vergonha subir pelo corpo inteiro.

Instintivamente, tentou se esconder.

— Eu... Acho melhor tirar isso... — Disse, tentando fechar a porta do banheiro.

Mas, antes que conseguisse, Sérgio segurou a mão dela e puxou com força. Num instante, ela estava presa entre ele e a parede.

Isabela se sentia como alguém se afogando, toda vez achava que ia morrer e então Sérgio a trazia de volta à vida, só para recomeçar tudo de novo, sem fim.

Era um ciclo sem fim de fôlego e exaustão.

Só na segunda metade da madrugada o quarto começou a ficar em silêncio.

Sem um fio de roupa no corpo, Isabela já não tinha forças nem para ir até o banheiro lavar as marcas que ele tinha deixado.

Mesmo depois de tudo, o corpo quente de Sérgio continuava colado ao dela, como se fosse um aviso silencioso, e Isabela nem se atrevia a se mover.

...

Na manhã seguinte, ela acordou com o barulho do despertador. Sérgio já não estava mais ali, e Isabela soltou um suspiro aliviado.

Ao olhar para o próprio corpo, coberto pelas marcas que ele tinha deixado, entendeu que ele, ao menos, parecia ter se acalmado.

Lembrou da reunião que teria na empresa e, assim que se levantou decidiu ir ao banheiro tomar banho, mas antes que conseguisse dar o primeiro passo, o celular começou a tocar.