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O Preço da Tentação romance Capítulo 426

Ainda era o mesmo quarto da noite anterior. Quando Isabela entrou, as luzes principais estavam apagadas. Só as duas luminárias amareladas ao lado da cama estavam acesas, deixando o quarto amplo com um ar meio turvo, quase provocante.

Ela olhou para a cama, já arrumada, e não conseguiu evitar que a lembrança da loucura de Sérgio na noite passada lhe viesse à mente.

“Esse homem...”

Ela levou a mão à cintura, sentindo um leve incômodo.

— Então... Já pensou bem?

A voz repentina a fez sobressaltar. Isabela se virou e viu Sérgio parado a poucos metros dela.

Ele tinha acabado de sair do banho, o cabelo ainda molhado, com gotas escorrendo pelos fios.

Na cintura, só uma toalha branca, pendendo de um jeito provocante, como se fosse de propósito.

Isabela apertou os lábios e desviou o olhar.

— Olha... Ontem eu estava meio de mau humor... — Murmurou ela. — Falei besteira, não fica bravo.

Sérgio semicerrava os olhos, claramente nada satisfeito com aquela desculpa.

— Hã... — Soltou um riso frio e se aproximou, segurando o queixo dela com firmeza. — Sabe que é péssima mentindo, né? Quando quiser fingir, finge direito, pelo menos.

Isabela forçou um sorriso, tentando descontrair.

— Claro, quem conseguiria enganar o Sr. Sérgio, né?

Ele observou a expressão dela, como uma gatinha tentando se safar, mas não pareceu muito convencido da bajulação.

Sentindo o olhar dele, ela engoliu seco e murmurou:

— Tá bom, tá bom, eu falo...

De qualquer jeito, ela sabia que teria que encarar isso mais cedo ou mais tarde.

— Foi o Bryan... — Disse ela, hesitante. — Ele falou que você tinha passado a noite com outra mulher. E como você não negou... Eu achei que...

Ela não terminou a frase. Falava olhando para o chão, sem coragem de encarar Sérgio. Depois de um momento, levantou o rosto, tentando parecer sincera:

— Mas pode ficar tranquilo, não foi ciúme, tá? Só... Sei lá, me deu um certo incômodo.

A expressão de Sérgio, que até então era neutra, começou a escurecer aos poucos. Demorou um instante, e ele deixou escapar um riso gelado:

— É mesmo? — Murmurou ele. — Só um incômodo?

Sérgio apertou os lábios. Pensou em se levantar e ir embora, mas Isabela, apesar de parecer frágil, sem saber da onde tirou tanta força, o puxou pela nuca e deu um beijo nele.

O perfume dela o envolveu de imediato, o mesmo de sempre.

Sérgio parou os movimentos, entreabriu os olhos e a observou.

— Tem certeza? — Perguntou ele, com a voz baixa.

Isabela não entendeu direito o que ele quis dizer com "tem certeza", só sabia que, naquele momento, o melhor era concordar com ele. Então respondeu, decidida:

— Tenho.

Sérgio saiu logo em seguida. Meia hora depois, voltou com uma sacola de papel na mão.

— O que é isso? — Perguntou Isabela, confusa.

Quando abriu, o rostinho dela quase ficou tão vermelho quanto um tomate.

Sérgio, no entanto, permaneceu sério, sentado no sofá, segurando um cigarro entre os dedos.

Os olhos, por trás da fumaça, pareciam ainda mais sombrios e indecifráveis enquanto a observavam.

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