— O que diabos você está dizendo?! — Luciano encarou Isabela com raiva. — Então era assim que você me enxergava todos esses anos, é isso?
Isabela fechou os olhos por um instante.
A raiva que antes fervia dentro dela pareceu se dissipar com aquele tapa. Ela passou a língua pela lateral da bochecha.
Na mesma hora, sentiu o gosto metálico de sangue na boca.
Ela deu uma risadinha, baixa:
— Considere que eu estou só falando besteira.
Depois de falar, ela virou as costas e subiu as escadas.
Quando chegou no corredor, deu de cara com Hanna, que a olhava com um ar ressentido.
Isabela lançou um olhar indiferente, passou direto por ela e entrou no próprio quarto, fechando a porta com um estrondo.
O noivado já estava próximo, então ela pegou uma bolsa de gelo para tentar desinchar o rosto.
Ainda estava com o gelo pela metade do rosto quando Laura bateu na porta.
— Senhorita, o Sr. Luciano pediu para eu te entregar esse remédio para tirar o inchaço.
Isabela franziu a testa, sem esconder o desagrado:
— Não faço questão da falsa bondade dele.
Laura suspirou, entrou no quarto e puxou ela com delicadeza para se sentar diante da penteadeira. Com um tom calmo e sincero, ela disse:
— Senhorita, eu sei que até hoje você não superou a morte da Sra. Rosana, mas ficar batendo de frente com o Sr. Luciano também não vai te levar a nada. No fim, quem sai por cima é aquela dupla de mãe e filha, com pose de boazinha.
Isabela não respondeu. Deixou Laura mexer em seu rosto como quisesse.
— Tá bom, não toque mais nesse assunto.
Depois de um silêncio, Laura comentou:
— Senhorita, eu reparei que a Hanna está meio estranha esses dias.
Isabela levantou os olhos para ela, e viu que Laura se inclinou um pouco, falando num tom quase conspiratório:
— Ela está há dois meses sem menstruar... e, ultimamente ela mal consegue comer. Acha que...?
Isabela não esperava que Laura fosse tão atenta. Deu um leve sorriso e disse:
— Relaxa. Deve estar vindo uma surpresinha aí.
Na manhã seguinte, Isabela se levantou cedo, se arrumou e se preparou para ir à empresa.
Ela parou o que estava fazendo e perguntou:
— Por que essa pergunta?
Do outro lado da linha, Wellington coçou o nariz, meio sem jeito:
— Acabei de ouvir seu pai ligando para o meu avô. Pelo que entendi, ele quer vender ações. E não é pouca coisa, viu... Por isso resolvi te ligar.
— Eles marcaram algum horário para se encontrarem? — Perguntou Isabela.
— Marcaram sim, hoje no almoço, lá na Casa da Estrela.
Isabela olhou rapidamente o relógio no pulso. Já estava na hora.
— Tá certo, obrigada. Já sei o que fazer.
Ela desligou e saiu às pressas, indo direto para o tal restaurante.
A Casa da Estrela era um restaurante de culinária autoral, daqueles mais exclusivos e com bastante privacidade.
Como já esperava, foi barrada logo na entrada:
— Me desculpe, senhorita. Sem reserva antecipada, não podemos deixar você entrar.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Preço da Tentação
Muito chato ficar esperando capítulos,já desisti de outros livros por esse mesmo motivo,perde a emoção da leitura...
Não tem uma opção de pagamento por Pix pra quem não usa cartão.muito chato essa liberação de poucos capítulos grátis...
Qual o Instagram da autora? Para eu acompanhar...
Quais os dias que lançam novos episódios?...