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O Preço da Tentação romance Capítulo 91

— O que diabos você está dizendo?! — Luciano encarou Isabela com raiva. — Então era assim que você me enxergava todos esses anos, é isso?

Isabela fechou os olhos por um instante.

A raiva que antes fervia dentro dela pareceu se dissipar com aquele tapa. Ela passou a língua pela lateral da bochecha.

Na mesma hora, sentiu o gosto metálico de sangue na boca.

Ela deu uma risadinha, baixa:

— Considere que eu estou só falando besteira.

Depois de falar, ela virou as costas e subiu as escadas.

Quando chegou no corredor, deu de cara com Hanna, que a olhava com um ar ressentido.

Isabela lançou um olhar indiferente, passou direto por ela e entrou no próprio quarto, fechando a porta com um estrondo.

O noivado já estava próximo, então ela pegou uma bolsa de gelo para tentar desinchar o rosto.

Ainda estava com o gelo pela metade do rosto quando Laura bateu na porta.

— Senhorita, o Sr. Luciano pediu para eu te entregar esse remédio para tirar o inchaço.

Isabela franziu a testa, sem esconder o desagrado:

— Não faço questão da falsa bondade dele.

Laura suspirou, entrou no quarto e puxou ela com delicadeza para se sentar diante da penteadeira. Com um tom calmo e sincero, ela disse:

— Senhorita, eu sei que até hoje você não superou a morte da Sra. Rosana, mas ficar batendo de frente com o Sr. Luciano também não vai te levar a nada. No fim, quem sai por cima é aquela dupla de mãe e filha, com pose de boazinha.

Isabela não respondeu. Deixou Laura mexer em seu rosto como quisesse.

— Tá bom, não toque mais nesse assunto.

Depois de um silêncio, Laura comentou:

— Senhorita, eu reparei que a Hanna está meio estranha esses dias.

Isabela levantou os olhos para ela, e viu que Laura se inclinou um pouco, falando num tom quase conspiratório:

— Ela está há dois meses sem menstruar... e, ultimamente ela mal consegue comer. Acha que...?

Isabela não esperava que Laura fosse tão atenta. Deu um leve sorriso e disse:

— Relaxa. Deve estar vindo uma surpresinha aí.

Na manhã seguinte, Isabela se levantou cedo, se arrumou e se preparou para ir à empresa.

Ela parou o que estava fazendo e perguntou:

— Por que essa pergunta?

Do outro lado da linha, Wellington coçou o nariz, meio sem jeito:

— Acabei de ouvir seu pai ligando para o meu avô. Pelo que entendi, ele quer vender ações. E não é pouca coisa, viu... Por isso resolvi te ligar.

— Eles marcaram algum horário para se encontrarem? — Perguntou Isabela.

— Marcaram sim, hoje no almoço, lá na Casa da Estrela.

Isabela olhou rapidamente o relógio no pulso. Já estava na hora.

— Tá certo, obrigada. Já sei o que fazer.

Ela desligou e saiu às pressas, indo direto para o tal restaurante.

A Casa da Estrela era um restaurante de culinária autoral, daqueles mais exclusivos e com bastante privacidade.

Como já esperava, foi barrada logo na entrada:

— Me desculpe, senhorita. Sem reserva antecipada, não podemos deixar você entrar.

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