— Vim encontrar um amigo. — Isabela disse enquanto tentava entrar, mas foi barrada pelo porteiro.
— Senhorita, qual o nome do seu amigo? Ele reservou qual sala? Ou então, você pode ligar para ele vir te buscar.
Isabela franziu a testa. Ela nunca tinha ido naquele lugar, e não esperava tanta burocracia.
Era só um restaurante, mas parecia mais uma agência secreta.
Ela tinha esquecido de perguntar a Wellington o número da sala. Pegou o celular para ligar, mas só então percebeu que estava sem bateria.
Tudo estava dando errado ao mesmo tempo.
Enquanto pensava em algum jeito de entrar, ela levantou os olhos e viu uma silhueta alta e familiar saindo do estacionamento do outro lado da rua.
O homem usava um terno preto que realçava ainda mais seus ombros largos e cintura fina.
Se não era Sérgio, quem mais poderia ser?
Sérgio levantou os olhos e lançou um rápido olhar em sua direção, mas desviou o olhar no segundo seguinte e continuou andando sem parar.
Isabela hesitou por um momento, mas no fim acabou indo até ele e o abordou.
— Precisa de algo? — Sérgio parou e olhou para ela de cima, com aquele jeito calmo de sempre.
Perto da pequena Isabela, seu porte parecia ainda mais imponente.
A diferença de tamanho entre os dois lembrava um lobo cinzento encarando um coelhinho branco.
Isabela deu um passo para trás, tentando aliviar a pressão que sentia só de estar perto dele.
— Então... Eu estou com uma urgência e preciso entrar no restaurante, mas não fiz reserva.
Sérgio arqueou uma sobrancelha:
— E daí?
Isabela ergueu o rosto e foi mais direta:
— E daí que eu preciso que você me leve lá dentro. — E ainda murmurou, num tom que ele certamente escutou. — Ontem mesmo você disse que eu podia pedir qualquer coisa como compensação...
O homem ergueu levemente a cabeça, com um sorriso meio sarcástico nos lábios:
— Não foi você que disse que estávamos quites?
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