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O primeiro beijo do Ryke romance Capítulo 6

Scarlett olhou nos olhos de Austin e sentiu vontade de se enterrar no chão, estava vivendo o pior dia de sua vida, mas nenhum tormento que passou antes poderia se comparar ao momento em que o homem que ela amava a olhou com desgosto e decepção.

Um gemido saiu dela, queria dizer algo, qualquer coisa que pudesse fazer aquele olhar no rosto dele desaparecer, mas quanto mais ficava ali, mais se convencia de que era uma causa perdida. Sabia que seu noivo era teimoso e ele obviamente já havia se decidido sobre ela. Chegar ali e encontrá-la agindo como uma fera no meio do restaurante também não ajudou muito a salvar seu caso.

"Me deixa explicar..." Ela suspirou, no entanto, com lágrimas em seus olhos.

Ela deu um passo à frente e engasgou, quando ele saiu de seu caminho para evitar seu toque, como se estivesse suja demais até mesmo para olhar.

"Austin..."

Ela viu, pelo canto dos olhos, Megan mover-se, e caminhou até Austin, segurando seu braço. Scarlett sentiu noja, ao ver a cad*la tocando seu noivo. Megan tinha um olhar triste em seu rosto, quando disse:

"Ouça ela, Austin... você tá sendo muito duro. Dê a ela uma chance de se explicar, pelo menos."

Ela forçou um olhar triste em seu rosto, fingindo ser altruísta o suficiente para defender a amiga, e Scarlett era a única que podia ver através daquele jogo perverso. Veneno escorria dela, e se perguntava por que todo mundo era tão cego para isso.

"O que ela poderia dizer pra mim?" A voz irritada de Austin soou, virando para mim: "Você dormiu com outro homem."

"Foi ela quem armou pra mim!" Respondeu Scarlett.

"Você tá mentindo!"

As lágrimas de Scarlett molharam seu rosto, as palavras afiadas eram tão mortais quanto verdadeiros punhais, e olhou para Austin, perguntando-se onde estava seu seu gentil noivo. Eles namoraram por quatro anos, e agora era como se nunca tivessem existido. Havia ele se esquecido de todos os seus sacrifícios e toda a dor que ela passou por ele?

Alguns anos atrás, ele se envolveu em um terrível acidente de carro que não acabou com sua vida, mas o deixou com uma perna machucada. Sua condição era tão grave que muitos pensaram que nunca se recuperaria e acabaria aleijado. Scarlett relembrou as longas noites sem dormir, em que teve que ficar ao lado dele no hospital. Mesmo a família dele não se preocupou tanto com a sua saúde, quanto ela.

Ela o levou aos melhores médicos e clínicas de Nova York, mesmo que significasse pausar sua própria vida por um tempo. Ela mesma preparava as refeições dele, levava-o a todos os tratamentos de reabilitação, segurava-o enquanto ele chorava todas as noites... Esteve ao lado dele a cada passo do caminho e agora, quando mais precisava, ele se foi.

O mínimo que ele podia fazer era dar a ela uma chance de se explicar. Mas quem ela estava enganando, afinal? Se seu próprio pai podia abandoná-la, não deveria ser tão surpreendente ver outra pessoa fazer o mesmo.

O referido pai estava parado na porta, com as sobrancelhas desenhadas mais perto da ponta do nariz, e falou:

"Já vi que não bastava você causar confusão em casa, tinha que vir aqui e fazer o mesmo de novo, ainda por cima em público."

"Papai…" Megan interveio. "Por favor… você deve falar com ela... eu implorei, mas não quer ouvir nada do que tenho a dizer. Scar está decidida a não voltar pra casa se formos pra lá. Por favor, tente convencê-la."

Se Scarlett não estivesse tão magoada, teria rido dos falsos atos de bondade de Megan. Mas as próximas palavras de seu pai foram suficientes para despojá-la de toda vontade de rir:

"Bem, Scarlett… Isso não importa mais pra mim. Se não quiser voltar pra casa, não precisa. Faça o que quiser."

Ela piscou, ao ouvir as palavras de seu pai, sentindo-se entorpecida de repente, como se tivesse se machucado tanto que não conseguia mais sentir a dor. Seus olhos se moveram de seu pai, para Austin e Megan, todos estavam irreconhecíveis aos seus olhos, e não passavam de estranhos.

Perdida em seus pensamentos, não notou um bando de seguranças entrando no restaurante, com um dos gerentes do hotel. O homem de meia idade parou na frente deles e falou com uma voz fria:

"Posso saber qual é o problema aqui?"

Austin virou-se para o gerente, apontando o dedo para Scarlett:

"Pedimos desculpas pelo barulho, senhor. É que, essa… mulher entrou aqui e fez uma confusão. Posso garantir que não participamos desse escândalo. Por favor, gostaríamos muito que a acompanhasse para fora do hotel, para que possamos fazer nossa refeição em paz."

O gerente olhou para ela, que se abraçava, tremendo de vergonha e desgosto. Seu noivo estava literalmente pedindo que ela fosse expulsa dali. Claro que doeu, mas talvez ela esperava que os guardas obedecessem ao pedido. Não achava que tinha forças para sair sozinha do restaurante.

No entanto, para sua grande surpresa, o gerente não pediu a segurança para expulsá-la. Em vez disso, voltou sua atenção para Austin:

"Senhor, devo pedir-lhe para sair, por favor."

Megan e Austin trocaram um olhar, não precisavam trocar uma palavra, já sabiam que pensavam a mesma coisa: por que o CEO da corporação Globex estava cuidando de Scarlett? Adorariam descobrir, mas os guardas os estavam empurrando novamente para fora do restaurante, desta vez com mais urgência, e xingaram e protestaram na frente de todos, constrangidos.

Quando foram embora, o gerente chamou um dos últimos seguranças e disse a ele:

"Certifique-se de que essas pessoas não sejam permitidas de entrar aqui nunca mais."

O guarda assentiu e saiu, murmurando algo em seu fone de ouvido. Scarlett seguiu o gerente, subindo as escadas, sob o olhar de todo o restaurante, onde os sussurros começavam a aumentar. Ela sabia com certeza que todas as conversas eram sobre ela.

Enquanto subia, muitas perguntas passaram por sua mente. Estava sendo protegida por um completo estranho e não tinha ideia do porquê. Seu dia poderia se tornar mais estranho?

A mesa para onde ela foi levada era provavelmente o local mais caro do restaurante. Ela podia literalmente se ver no chão de mármore limpo e a decoração parecia mais cara do que todos os seus pertences. A mesa era de madeira Bocote, fala sério!

Mesmo tendo crescido com riqueza, ela ainda não estava acostumada com tanto. Nunca tinha estado em uma cabine privada de restaurante antes e aquela superou todas as suas expectativas. Sentou-se em uma das almofadas de couro e uma garçonete lhe entregou o cardápio. Olhou para cima e viu o gerente sorrir para ela:

"Fique à vontade, senhora." Ele disse: "Esta noite, você é uma de nossas convidadas VIP e recebemos pedidos específicos para atender a todas as suas necessidades. Por favor, não hesite e me avise se houver algo que possamos fazer por você."

"Oh... M-muito obrigada. Hum... A quem devo mostrar gratidão por tudo isso?"

"Nosso chefe não deseja revelar sua identidade no momento, mas tenho certeza que ele entrará em contato com você, quando for a hora certa."

"Ah... Tudo bem, eu entendo. Mas, por favor, agradeça a ele por mim."

"Claro que sim."

O gerente sorriu mais uma vez e Scarlett o observou sair da cabine. Seus olhos se dirigiram ao cardápio que ela segurava e um pequeno sorriso apareceu no canto de seus lábios, antes que de repente começasse a chorar. O dia inteiro foi um inferno para ela, mas no final, alguém lhe mostrou alguma gentileza. Ela quase se esqueceu de como era ser cuidada e, lembrando-se de como Megan, seu pai e Austin foram expulsos do restaurante, seu choro se transformou em riso novamente.

Havia muitas coisas que não entendia, sobre o que estava acontecendo, mas, por enquanto, ela decidiu relaxar e aproveitar os luxos ao seu redor e se alegrar com a lembrança do rosto zangado de Megan, enquanto era escoltada pela segurança. Quem quer que fosse o dono do hotel Drunken Moon, ela esperava poder ter logo a chance de agradecê-lo pessoalmente por sua gentileza.

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