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O Rei Lycan e sua Tentação Sombria romance Capítulo 108

VALERIA

— Lamento muito, parece que... tive um sonho — disse, envergonhada, enquanto limpava as lágrimas com a manga do vestido e me levantava da cadeira de balanço.

— Um sonho? — Alondra me olhou com incredulidade, segurando um pequeno frasco na mão. — Muito estranho, porque aqui dentro do meu espaço não é possível sonhar.

— O quê? Mas eu...

— Aqui está o remédio para sua amiga. Ele vai apenas mantê-la estável por um tempo, mas, princesa, a cura para essa híbrida está nas mãos de seu companheiro — interrompeu minhas palavras confusas e explicou:

— Quando ela receber a mordida de seu mate, seja um vampiro ou um lobisomem, o equilíbrio será restaurado.

Fiquei surpresa ao saber que a cura de Celine nem sequer estava em minhas mãos. Encontrar o mate dela parecia ainda mais complicado.

— Eu... não quero abusar de sua generosidade. Na verdade, não tenho como pagar, mas havia uma criança, ele parecia estar morrendo. A senhora poderia me dar algo para ajudá-lo também? — pedi, envergonhada, mas não conseguia deixar de tentar.

— Não é que eu não deseje curá-lo, mas você sabe que isso pode trazer problemas. Não foi apenas a maldade do Rei Vampiro que afundou este Reino, princesa. Havia muita escuridão no coração das pessoas. Ele apenas a trouxe à tona — suspirou, mas inclinou-se novamente sobre a mesa e despejou um pouco mais de poção em outro pequeno frasco de vidro.

— Dê este tônico para ele, mas escondido. Ninguém pode saber. Não sei como você vai conseguir fazer isso.

Peguei o frasco nervosamente e o guardei no bolso interno da saia.

— Ninguém saberá. Não colocarei a senhora em risco.

— Não é a mim que você coloca em risco, mas a si mesma — respondeu, colocando a mão sobre meu ombro.

— Cuide de sua filhinha. Ela será a nova Selenia do futuro. E aqui está algo para pagar à curandeira Augusta, que, diga-se de passagem, não entende nada de medicina.

Arregalei os olhos, surpresa. Como ela sabia o sexo da minha pequena? Olhei para minha mão, onde ela havia colocado um lindo prendedor de prata.

— Obri... obrigada. Eu... não sei como retribuir sua generosidade... — levantei o olhar e encontrei seus olhos gentis, com um sorriso nos lábios, enquanto tudo ao meu redor começava a desaparecer.

— Continuarei esperando que você nos liberte da calamidade, princesa Valeria. O Reino Sombrio conta com você — sua voz etérea ressoou no ar, e o peso sobre meus ombros aumentou ainda mais.

Me vi novamente no mesmo beco, sozinha, confusa e cheia de dúvidas.

Toquei os pequenos frascos escondidos no bolso e, com passos apressados, retornei à casa da tal Augusta. Não sabia quanto tempo havia passado.

— Trouxe o pagamento para Madame Augusta — informei aos guardas na porta. Eles indicaram que eu podia entrar.

Segui o caminho de pedras, e, antes que eu pudesse bater na porta, ela apareceu na entrada.

Mobilizei meu poder para ocultar a magia das poções, garantindo que ela não pudesse detectá-las.

— Calma, vai ficar tudo bem, Quinn. Preciso que você vigie a porta, rápido — pedi. Apesar de hesitante, ele não questionou e imediatamente posicionou-se junto à parede, espiando por uma fresta.

Sentei-me ao lado de Celine e a abracei contra meu peito. Seu corpo tremia, sua pele estava vermelha e febril, e a temperatura era insuportavelmente alta.

— Aguente firme, amiga, por favor, resista — sussurrei, suplicando.

Tirei o frasquinho de Alondra e o observei por um momento. Decidi confiar nela, porque não havia outra escolha.

Levei o líquido escuro até os lábios pálidos de Celine e o despejei em sua garganta.

— Vamos, Celine, beba, beba tudo — fechei sua boca para evitar que cuspisse. Ela engasgou um pouco, quase tossindo, mas insisti. Finalmente, ela engoliu com uma careta de desagrado.

— Esse é o remédio daquela mulher? Esse maldit0 Rei te deu o dinheiro? — Quinn perguntou, indignado. Sua impotência era evidente.

— Não, Quinn, algo extraordinário aconteceu — expliquei mentalmente, contando-lhe de forma resumida tudo o que havia acontecido.

— Agora, não sei o que fazer com isso. Tenho medo de que seja venenoso. Será que vão nos descobrir se eu simplesmente jogá-lo fora? — perguntei, segurando o frasco que Augusta me deu, considerando as possibilidades.

— Me dê isso aqui — Quinn o pegou da minha mão, segurando-o. — Como está Celine?

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