VALERIA
"Isso não vai agradar nada ao chefe."
"O que você queria que eu fizesse? Que pegasse aquele cadáver nojento ou que esperasse o espectro?!"
"Essa mulher tem mesmo sorte. Com o rosto tão estragado, nem o espectro quis ela."
Eu ouvia a conversa de dois homens, ao que parecia.
Meu corpo inteiro estava exausto, como se tivesse passado por um esforço desumano. Eu estava confusa, não me lembrava direito do que havia acontecido.
Adele tentou me enganar, nós lutamos, aquela coisa apareceu e depois... o quê?
Deitada sobre o ombro de um dos meus captores, era levada a algum lugar desconhecido. Mesmo desperta, fingi estar desmaiada para ouvir fragmentos da conversa deles.
— Ponham-na no barco! – disseram antes de me jogarem numa velha embarcação.
Percebi que estava sendo levada cada vez para mais longe do Rei e tentei lutar como pude.
— Acordou já? Ah, maldit4 mulher!
— O que está acontecendo?!
— Ela me mordeu! Agora você vai ver quanto isso vai te custar!
A última coisa que vi foi um punho vindo direto contra meu rosto.
Quando abri os olhos de novo, estava sentada dentro de uma cela fria, com as mãos amarradas atrás das costas e acorrentada a uma parede de pedra.
Com um dos olhos inchados, observei o lugar ao meu redor. A náusea e a vontade de vomitar apertavam minha garganta, e o cheiro de mofo e decomposição só pioravam os meus enjôos.
Outras figuras estavam agachadas nos cantos da cela. Eram jovens, todas tremendo, chorando, com medo.
Onde eu havia me metido agora? E onde, exatamente, estava?
Logo vieram me buscar.
Ouvi passos ecoando no corredor escuro à frente da cela. A porta foi aberta, e dois homens me pegaram pelos braços, arrastando-me.
Não adiantava a minha fraca resistência nem os meus pedidos. Fui levada por uma escadaria e corredores, até uma porta. Ao abri-la, vi que era um escritório.
BAM!
Se tinham uma forma de provar que eu sabia ler aquelas inscrições, não importava o quanto eu negasse. Eles me descobririam.
Pouco tempo depois, um dos homens entrou pela porta com uma caixa preta misteriosa e a colocou sobre a mesa. Assim que a abriram, senti um puxão no meu coração.
"Venha até mim, minha filha. Venha até mim", sussurros soaram em minha mente.
Levantei um pouco o olhar e vi que retiraram da caixa, com reverência e luvas, um fragmento de uma pedra escura. Em suas rachaduras, havia pontos luminosos, como estrelas aprisionadas.
Era evidente que aquilo estava me afetando. Quando pegaram minha mão e a moveram na direção da pedra, senti o pânico tomar conta de mim.
Eles iam descobrir minhas peculiaridades. Mas então, lembrei-me da sensação que tive ao me esconder na escuridão certa vez.
Desejei intensamente desaparecer, esconder meus segredos, proteger aquilo que era estranho em mim. A "chamada" da pedra cessou.
— Aahhh! – gritei de dor ao tocá-la. Minha pele queimava intensamente.
Tentei puxar a mão, mas eles me forçavam a segurá-la.
— Maldit0s! – finalmente me soltaram. Puxei meu braço trêmulo para perto do peito, e lágrimas caíram pelo meu rosto.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Rei Lycan e sua Tentação Sombria
Comprei o capítulo e não consigo ler porquê?...
Eu queria continuar lendo...