VALERIA
Os olhares de desprezo não demoraram a chegar quando elas se levantaram animadas esperando pelo Rei, mas encontraram apenas a sua feia criada.
— Onde está sua majestade? — perguntou uma delas, olhando para a porta que já havia se fechado.
— O Rei não pode vir pessoalmente, eu farei a seleção — não sei nem como consegui pronunciar essas palavras enquanto estava me afogando em mil pensamentos negativos.
— Sério? Que pena, que gosto ela pode ter?
— Talvez escolha as mais feias só por inveja.
— Quem é você para fazer algo tão importante quanto selecionar a possível futura Rainha? — uma ruiva de traços exóticos me perguntou de forma altiva.
Ela era muito mais alta do que eu e intimidante, parecia uma Beta. Todas ali eram lobas superiores, mas minha raiva era tanta que eu não liguei para o pedigree delas.
— Se tiver alguma insatisfação, pode reclamar diretamente com o Rei, foi ele quem me enviou — respondi, empurrando minha irritação para o fundo do peito, não daria o prazer de me verem com ciúmes.
— Minha identidade não lhes interessa, mas acho pouco inteligente ofender a pessoa que vai lhes dar a chance de abrir as pernas para sua majestade esta noite — falei olhando para todas. Elas parecem ter entendido que suas ambições agora dependiam da minha seleção.
Formaram uma fila resignadas, bufando lado a lado. Parecia que já tinham sido instruídas ou talvez não fosse a primeira vez que faziam aquilo.
Então mergulhei em outro nível de humilhação e comecei a escolher as amantes perfeitas para o mesmo homem que havia jurado que não estaria com mais ninguém enquanto nosso acordo durasse.
É incrível o show de ciúmes que ele fez na frente de Quinn para agora me fazer isso.
Passei pela fila, uma a uma, enquanto abriam seus vestidos para me mostrar suas “qualidades”.
Todas perfeitas, com curvas que provavelmente agradariam qualquer macho.
Eu nem sabia realmente quais eram os gostos dele. Escolhi três, e, no fundo, eram as menos atraentes.
— Isso não é justo! — começaram a protestar por minha decisão.
— M*****a feia, sabia que você faria de propósito!
Me xingaram, mas saí da sala em silêncio e informei minha decisão ao servo que esperava.
Caminhei pelo corredor de volta ao meu quarto, já havia terminado a maior parte das minhas tarefas por hoje.
Abri a porta do meu quartinho e a fechei atrás de mim, ficando em silêncio, encostada na madeira, olhando para a parede branca.
Algo molhado escorreu pela minha bochecha machucada. Passei os dedos para limpar e percebi que era uma lágrima.
A limpei com raiva.
Não continuaria com isso. Eu mesma buscaria uma solução, como sempre.
Parece que a parte onde eu disse que não faria parte das orgias dele não ficou muito clara.
Fiquei grata por não vê-lo mais tarde. Ele ainda estava no salão do trono, então apenas servi o jantar e o deixei tampado sobre a mesa.
Até meus ouvidos chegaram risadinhas e palavras vindas do "quarto da f***ção", como eu o havia nomeado.
Tentei ignorá-las, mas o ciúme maldito estava me consumindo.
Me chamei de idiota mil vezes, queria voltar ao momento em que isso não me afetava, mas agora era impossível.
— Não! Não diga essa bobagem! — ele me segurou pela cintura, controlando-me com força, agarrando minha nuca.
Lutei irritada, querendo que ele me soltasse, que não me tocasse, que eu nunca tivesse cedido a esse absurdo.
— Lute o quanto quiser, mas eu não vou te soltar. Olhe para mim, Valeria! Olhe nos meus olhos, maldição! — Levantei meus olhos azuis desafiadores para ele.
Por um segundo, esqueci que ele era o Rei, que era muito superior. Só via um homem traiçoeiro, enquanto as lembranças do meu passado surgiam, confundindo minha mente.
— Pena não faz um homem ficar excitado com uma mulher, ao ponto de se transformar em uma besta e se meter entre suas pernas para sugar seu orgasmo.
— Talvez você não se lembre muito bem, mas eu me lembro de tudo. Está tudo aqui, Valeria! — ele tocou a própria têmpora com força, e suas palavras caíram como um bálsamo no meu coração destroçado e cheio de desamor.
— O que aconteceu hoje, nunca mais vai se repetir. Eu te vejo exatamente como você é: uma bela fêmea capaz de enlouquecer qualquer macho de desejo. Não me compare com aquele idiota que te desprezou. Eu não sou ele.
— Eu daria qualquer coisa para repetir a noite passada. Apenas você e eu, e desta vez, ir até o fim.
Seu dedo desceu e acariciou meus lábios, sua boca se aproximava da minha enquanto me seduzia com palavras quentes.
A mão em minha cintura deslizou para minhas nádegas, apertando e acariciando, amassando e subindo minha camisola de dormir.
Contra meu ventre, senti a dureza de sua ereção despertada de forma selvagem.
Um nó se formou em minha garganta enquanto eu me embriagava em vinho e promessas. Mas desta vez, não facilitaria as coisas para ele.
Com seus olhos cinzentos semicerrados me observando como uma presa e sua boca sexy quase tocando a minha, virei o rosto para o lado.
— Sinto muito, sua majestade, mas hoje não estou sob os efeitos do feitiço. Aceito suas desculpas. Pode voltar para o seu quarto.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Rei Lycan e sua Tentação Sombria
Comprei o capítulo e não consigo ler porquê?...
Eu queria continuar lendo...