LYRA
Um grupo de guerreiros apareceu do nada.
Aztoria e eu, prontas pra lutar se fosse necessário.
Eles caminharam até que as chamas iluminaram seus rostos, e percebemos que também havia algumas mulheres.
—Alfa Yeron? —o macho experiente que liderava o caminho deu um passo à frente, analisando os recém-chegados.
—Viram? Eu disse que era o velho Omar!
Em um segundo, a tensão no ar desapareceu.
Era outro grupo vindo pra trocar mercadorias, e já conheciam nosso guia de viagens passadas.
O Alfa era amigo dele, então decidiram se juntar ao nosso povo. No fim das contas, quanto mais gente, melhor.
Em poucos minutos, a beira do lago ficou animada e mais fogueiras foram acesas.
Notei que eram mais desenvolvidos que a tribo do Drakkar, com roupas mais bem feitas e até itens de cerâmica.
Fiquei olhando pras peças que começaram a mostrar pras outras mulheres da nossa matilha.
Não culpo elas por ficarem impressionadas... até eu fiquei babando um pouco por aquelas peles macias, bem tratadas, peludinhas e de cores bem vivas.
Nunca tinha visto um animal com aquele tipo de pelo, só aqueles feios escamosos e duros.
—Gosta da pele de Fyra? —a voz rouca de Drakkar falou no meu ouvido.
Estávamos sentados um pouco afastados do grupo principal.
—Bom, são bonitas... mas tudo bem, a gente vai poder caçar e trocar no festival —dei um sorriso pra ele.
A verdade é que minha roupa tava quase se desfazendo, mas fazer o quê... as peles da nossa matilha eram muito duras e desconfortáveis.
Logo os homens do nosso acampamento voltaram, cheios daqueles frangos esquisitos, e seguiram os passos que ensinei pra cozinhar.
Os novos chegaram curiosos.
Vi que eles olhavam de canto pra mim e pro Drakkar... acho que por causa dos elogios exagerados que nossa tribo soltava.
Eu tentava o tempo todo ignorar Verak, que do escuro não perdia tempo pra me secar com os olhos.
“Deusa, que cara chato... nem com a fêmea dele grudada feito mosca na merd4.” Aztoria bloqueava toda hora as tentativas idiotas do lobo dele de se aproximar.
—Já volto. Não se preocupa, Lyra —de repente, Drakkar se levantou e, sem me dar tempo de reagir, vi ele indo em direção ao grupo dos forasteiros.
Conversaram sobre algo, mas com a bagunça e os rugidos animados cavando o chão e abrindo buracos, nem entendi o motivo de tanto segredo.
“Lyra, seguimos ele?” Aztoria me perguntou quando o viu se afastando pra floresta.
—Seu macho pode ir buscar a presa. Era muito grande, não passou entre as árvores.
Quando falou isso com tanta naturalidade, os olhos se fixaram nele, cheios de incredulidade.
—Guerreiro, espero que não esteja brincando. Não gosto de fanfarrões —o Alfa se aproximou, sério.
—Drakkar, é bom você não me fazer passar vergonha na frente dos nossos aliados —rangeu Verak, o idiota.
—Só precisam ir buscar. Pesa bastante —Drakkar nem se mexeu, falou com a cara fechada.
O próprio Alfa, com o macho da mulher e mais dois, saíram na direção onde Drakkar tinha deixado o predador.
Eu não duvidei nem por um segundo que seria algo incrível—ele tinha uma arma secreta que eles nem imaginavam.
Fiquei ao lado dele, e ele me olhou intensamente. Arriscou caçar à noite sozinho só porque me interessei por aquelas peles.
“Aww Lyra, a gente tem que fazer algo bem gostoso pro nosso macho hoje.” Aztoria me enchia a cabeça de imagens provocantes.
O pior de tudo é que eu concordava com ela, ele merecia uma recompensa.
O som de arrasto se aproximava, junto com o fôlego pesado dos guerreiros.
—Caramba, Drakkar caçou sozinho um Stalodonte macho! —a exclamação veio logo, e os suspiros de admiração também, todo mundo olhando pro meu homem com olhos brilhando de respeito.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Rei Lycan e sua Tentação Sombria
Comprei o capítulo e não consigo ler porquê?...
Eu queria continuar lendo...