O Supremo. romance Capítulo 85

Rafael

- Pode trazer Jeremy aqui? – Eles me observam como se eu fosse louco.

Livro – Eu posso, se ele aceitar vim até vocês. – O livro se abre e as páginas estão em branco, ficamos esperando e vemos o livro começar a produzir um brilho, quando a imagem chega aos nossos olhos eu vejo o rosto do homem que um dia poupou minha vida, com seus 1,79 de altura, forte, com os cabelos compridos a altura dos ombros de um marrom claro quase mel, sua barba definindo seu rosto mostrando autoridade e seus olhos se abrem demonstrando o quão claro são.

Jeremy – Depois de tantos anos naquela árvore é bom esticar as pernas de às vezes. – Ele me olha e sorri. – Rafael, quantos anos se passaram você era um garoto e veja como está agora, como está o Rafael aí dentro? – Me avalia. – É os anos só passou para mim, você continua um garoto só que agora mais forte. – Sorrio.

- Jeremy, estamos bem e você continua tão falante quanto antes, suponho que continuará sempre assim e os anos lhe fizeram até bem. – Ele bufa.

Jeremy – Experimente ficar cem anos preso em uma árvore e me diga se não vai querer parecer uma matraca, não consegue calar a boca. – Todos riem.

- Jeremy esses são... – Sou interrompido pelo mesmo.

Jeremy – Os gêmeos Zeny e Collyn, os primeiros filhos da Deusa da Lua nascidos no século um são os primeiros vampiros da terra. – Eles abrem a boca. – Porém independentes. – Se senta no sofá. – Eu vivia fugindo de ser achados por ele ou a Deusa da Lua ia me mandar ficar de olho nos dois. – Sorri.

Collyn – Mas como pode saber de nós dois até hoje, todos souberam que somos filhos da Deusa há alguns meses. – Pega um livro em cima da mesa.

Jeremy – Eu sou uma árvore garoto, a terra sempre sabe de tudo. – Me encara. – De absolutamente tudo, até nos oceanos. – Suspiro.

- Me perdoe. – Ele se levanta e fica a minha frente me encarando.

Jeremy – Eu não te escolhi para essa posição de rei para você derramar tanto sangue em terra e sujar o mar de corpos. – Abaixo minha cabeça.

- Eu havia perdido o controle. – O ouço suspirar.

Jeremy – E quando retomou o controle decidiu limpar sua bagunça sujando o mar. – Ele sorri. – Tive que enterra-los por sua causa, ainda bem que isso só durou alguns dias. – O observo. – Mas onde nós estávamos?... Ah sim, o que querem comigo? – Volta a se sentar.

Zeny – Se sabe de tudo, com certeza sabe o motivo de te chamarmos até aqui. – Ele ri.

Jeremy – É eu sei sim, mas é bom ouvir as outras pessoas falarem de vez em quando. – Sorrio.

- Vai nos dizer tudo? – Ele nega.

Jeremy – Eu só posso dizer tudo que precisam saber e muita das vezes o que precisam saber não é o querem escutar. – Se levanta.

Collyn – Quando? – Se pronuncia.

Jeremy – Quando estiverem todos reunidos. – Ele se aproxima do livro. – Me chamem novamente e eu aparecerei e direi tudo que precisam saber. – Assentimos. – Agora é voltar para a árvore, viva!! – Diz com deboche e o livro o suga de volta se fechando novamente.

Livro – Mas alguma coisa?

Zeny – Não, obrigado.

- Pode voltar. – O livro desce e a mesa volta ao seu devido lugar.

Collyn – Ouviram a árvore. – O olhamos.

Zeny/ eu – Jeremy. – Dissemos juntos.

Collyn – Tanto faz, vamos nos juntar ao pessoal em treinamento para ouvir mais loucuras do que as que aconteceram agora. – Nós rimos, mas temos essa certeza também, que tudo aí ser muito louco.

- Estou só indo ver meu filho e estou indo pra lá. – Eles assentem e sorriem, saímos de lá conscientes que o nosso tempo já se acabou, chego no quarto do meu menino e vejo dona Iranir de olho nele. – Como ele está? – Ela me olha e sorri.

Iranir – Ele está bem, nada de dor e não chorou mais. – Me aproximo dele lhe fazendo um carinho na cabeça, vendo-o entubado desse jeito me aperta o peito, meu menino é tão frágil e teve que passar por tudo isso a poucos meses de completar um ano.

- Meu menino é tão frágil e já passa por tudo isso como um homenzinho. – Ela sorri.

Iranir – Puxou a você como Cris queria e é tão doce e fofo como a Ana. – Vou até a mesma lhe dando um abraço de lado.

- Obrigado por ficar com ele. – Ela sorri negando com a cabeça e retribuindo meu abraço. – Preciso descer e me juntar aos outros. – Ela assente, lhe dou um beijo em seus cabelos saindo do quarto.

Andando devagar pelo corredor lembrando de todo meu passado, mas o que será que Jeremy tem de tão importante para nós dizer? Desde que o conheci quando matava uma cidade inteira e eu era órfão ele nunca foi misterioso já que gosta bastante de falar, fala até demais para os meus ouvidos e me deu uma família que foi a mesma da Dafiny na época, não somos irmãos de sangue, mas crescemos juntos e aos meus 18 anos me passou a imortalidade junto com o poder de ser um rei assassino, nunca me esqueci do que ele me disse quando foi embora depois de me morder entrando na floresta.

‘’Jeremy: Ser um vampiro não significa ser um assassino, significa que você tem que ensinar e cuidar daqueles que estão em sua proteção que não podem se defender sozinhos de tudo, é dever de um rei é cuidar do seu povo, principalmente o povo mais perigoso da terra que também é o mais impossível de se controlar, mas não mate sem necessidade e não julgue ninguém sem provas daquilo que está dizendo, me promete? ‘’

Assim que ele deu dois tapinhas em meu ombro e saiu pela escuridão da mata me deixando sozinho sem experiência em ser vampiro, muito menos em ser rei, por isso, eu fugi para uma cidade vizinha e ataquei alguém pela primeira vez, era tão bom a adrenalina e a intensidade de tudo aquilo que não conseguir controle libertando o Rafael pela primeira vez em meu corpo quase acabando com toda a cidade, mas me lembrei de tudo que havia ouvido de Jeremy e mesmo não ter saído nada da minha boca eu já havia lhe prometido isso dentro de mim, então eu voltei decidido a governar aquelas pessoas que precisavam de mim, me lembro muito bem de quando eu pisei meus pés naquele reino imenso e a primeira pessoa olhou para mim, em seguida foram um por um chegando perto e parando na minha frente, pensei que iriam me atacar, mas quando meus olhos ficaram vermelhos cada um foi se curvando diante de mim, eram milhares se não milhões de pessoas curvadas diante de mim quando Rafael assumiu o controle do meu corpo rosnando alto e se curvando para as pessoas ali, desde aquele dia eu aprendi com ajuda de algumas pessoas a governar um território e com ajuda do Rafael aprendi a liderar um exército.

Ana – Rafa você está bem? – Nem percebo quando cheguei a todos, só saio dos meus pensamentos com Ana me chamando e vindo em minha direção quando todos estavam distraídos.

- Estou sim, apenas me lembrando de algumas coisas então acabei ficando muito pensativo até chegar aqui. – Sorrio.

Ana – Está pensando em Jeremy? – Afirmo.

- Desde que o conheci antes de ser árvore quando parti não sabia que ia se tornar uma árvore e descobri vários anos depois pela profecia escrita na própria árvore, me lembro de que chorei como uma criança quando encontrei a árvore e fiquei lá a madrugada toda. – Ana me abraça. – Sabe por que é difícil de achar ele? – Ela nega. – Porque a cada madrugada ele muda de local, quando ele entrou na árvore ele olhou para cima e falou: ‘’ Gostaria de andar por esse mundo a fora. ‘’, eu estava lá, ele não queria ficar parado em um lugar para sempre. – Ela assente.

Ana – Isso quer dizer que achou a profecia? – Eu a olho com cuidado e abaixo minha cabeça um pouco beijando seus lábios devagar aproveitando aquela sensação.

- Só as pessoas que estão envolvidas na profecia podem saber dela. – Me encara surpresa. – E é isso que vamos descobrir hoje. – Ela me encara ainda estática e lhe dou um selinho.

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