KLAUS
Faltando um dia para o julgamento eu perco o sono.
Estudei o caralho de asa que eu poderia encontrar nesse país e minha cabeça está fervendo com tantas informações. Mas eu não vou perder esse julgamento.
Ah, não vou.
Estudei principalmente as atualizações mais recentes nas leis, principalmente as questão relacionadas a crimes de homicídio e memorizei cada artigo em minha mente.
- O senhor não perde por esperar, promotor.
A polícia tentou prender meu cliente mas eu fiz uma petição espetacular para o juiz,pedindo que ele aguardasse em liberdade até o julgamento e meu cliente teve que pagar uma quantia generosa de fiança para ficar solto.
DIA DO JULGAMENTO
Acordo cedo e vou me arrumar. Jade acordou junto comigo e se arruma também.
Ela olha pra mim e fala:
- Boa sorte, meu leão, eu confio na sua capacidade. Você vencerá, meu leão.
- Obrigado, minha joia preciosa.
Ao chegar no tribunal, vários jornalistas correm até mim, querendo conhecer o jovem advogado que enfrentará o promotor mais temido do estado do Arizona.
Um deles se aproxima e me faz uma pergunta:
- Senhor Klaus Westrauss, como o senhor classifica o dia de hoje? Está com medo?
Eu paro e o encaro, enquanto todos olham para mim e falo:
- Classifico como o dia que o senhor Sean McCalister terá sua primeira derrota. E respondendo a sua pergunta, a palavra medo não existe em meu vocabulário. Eu tenho sangue viking. É mais fácil o medo ter medo de mim. Com licença.
O burburinho aumenta e eu vou entrando segurando a mão de Jade e guiando até lá dentro.
Os jornalistas se amontoam ao meu redor, ensandecidos, fazendo perguntas e uma multidão se forma do lado de fora.
Chegando na sessão, Jade me beija, me abraça e fala:
- Boa sorte, meu amor. Saiba que você pode tudo!
- Obrigado meu amor, eu te amo. Agora só observe seu homem ganhar essa porra! - eu a beijo todo apaixonado.
- Simmmm! - ela fala animada, me dando forças.
Coloco minha beca preta, a qual os advogados usam nos julgamento e a sessão inicia.
Sala de tribunal
Ao fundo, o juiz bate o martelo iniciando a sessão. A seu lado está o júri formado por um pequeno grupo de homens e mulheres, ao todo 12. À frente estou eu, advogado de defesa, o promotor Sean McCalister e o réu, meu cliente. A audiência conta com cerca de 200 pessoas no recinto.
O juiz começa a falar:
- Declaro aberta a sessão, onde está sendo acusado, Jeffrey Reynolds, dos assassinatos de sua esposa, Annie Marie Johnson e o homem que estava com ela, Andrew Steverson, aqui na cidade de Phoenix, no estado do Arizona. Que se manifeste primeiramente a defesa do réu!
- O meu cliente é inocente, Meritíssimo. - eu falo.
- Discorra sobre a sua declaração, senhor advogado de defesa. - o juiz pede.
Começo a falar sobre todos os passos do meu cliente e coloco uma dúvida na cabeçados jurados:
- O que queria reiterar aqui, é que é nítido o racismo nesta acusação leviana contra o meu cliente. O fato dele ser negro, neste país onde o racismo estrutural é exacerbado,conta como principal ponta de acusação, tendo a promotoria e a própria polícia dúvidas e um fraco material acusatório.
O promotor se levanta possesso e começa seus ataques:
- Protesto meritíssimo! O advogado do réu está a princípio,desenhando justificativas envolvendo o racismo!!
- Protesto negado. Prossiga a defesa.
Sean McCalister arregala os olhos puto da vida e se senta inconformado.
Continuo falando e demonstro todas as provas que consegui juntar nas últimas semanas e vejo que todos ficam impressionados com minha oratória. O juiz só falta deixar o queixo cair impressionado comigo.
- A arma do crime de nada incrimina meu cliente, a acusação carece de uma denúncia robusta, infelizmente. - eu digo de forma impassível.
O promotor fica vermelho de raiva e se levanta mais uma vez, quase gritando:
- Protesto meritíssimo!!!!! O ilustre colega agora tenta banalizar o crime e tira da prova material, toda a gravidade ! Data vênia, meu colega está traçando um caminho perigoso para obter êxito em sua defesa! Peço, meritíssimo, que aceite o meu protesto
O juiz olha com receio para o promotor e fala:
- Protesto aceito. Doutor Klaus, limite-se aos fatos e argumentos sem a generalização perigosa ou inconveniente.
Encaro por uns segundos o promotor e falo:
- Por ora, excelência, dou-me por satisfeito. Prefiro me manifestar após os depoimentos das testemunhas.
Eu me sento e o juiz fala:
- Com a palavra, o excelentíssimo senhor promotor.
Sean vai até a frente e começa seu espetáculo. Eu o observo de forma fria e calculista e percebo o quanto ele é fodástico. Mas não vou me iludir com isso agora, eu preciso vencê-lo.
- Não devemos dar valor a barbárie, meus caros! Nada justifica esse assassinato brutal e infame. As provas estão mais que estampadas em nossos rostos!!! Não sejamos condescendentes com esse criminoso ou estaremos sendo pior que ele, aplaudido a impunidade!!!! - ele fala querendo acabar comigo.
Eu me levanto puto e falo:
- Eu protesto,meritíssimo!! A acusação agora se vale da generalização!!!! Há crime e há atenuantes!!!!
O juiz olha pra mim e fala:
Protesto negado. Continue a promotoria.
Sean olha pra mim com um sorrisinho debochado e continua acabando com meu cliente:
- A promotoria sabe que há atenuantes, pois a própria lei maior o prevê! No entanto, onde está aquele artigo que atenua a perda??? Onde está previsto que o mau exemplo seja evitado? A dor dessa família é infindável meus caros e este homem que aqui se encontra, matou a sangue frio essas vítimas! Que ninguém compactue com a violência que tanto desumaniza o homem!
O promotor destroça o acusado com palavras e todos o olham muito admirados.
Em seguida ele olha para o juiz e fala:
- Meritíssimo, deixo minhas considerações para que os jurados reflitam sobre elas.
Ato contínuo, o juiz pede que entre no recinto as testemunhas que se tratam dos policiais e dos homens das ambulâncias.
O promotor fica sorrindo achando que já ganhou mas ele nem sonha que eu tenho uma carta na manga, talvez duas.
No discorrer do julgamento, os policiais, todos brancos, acusam o meu cliente de ser o assassino mesmo se valendo somente de o terem visto na cena do crime.
Após isso, peço para chamarem uma testemunha de defesa e o Juiz a chama:
- Por favor, adentre no recinto, a testemunha de defesa, o policial Jeremy Scott.
O promotor fica possesso e se levanta quase gritando:
Protesto!!!!! A testemunha é parcial!!!!
- Protesto negado. Senhor Jeremy, jura dizer a verdade e nada mais que a verdade sob pena de perjúrio? - o juiz diz.
- Sim, senhor. - o policial jura.
- Promotoria, se manifeste.
Sean se aproxima do policial e começa a intimidá-lo:
- O senhor esteve presente na cena do crime?
- Sim, senhor.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O viking bruto
Nossa demora demais para atualizar....