OS FILHOS DO SHEIK (completo) romance Capítulo 44

Nadia

Eu acabei de matar quatro homens. Não são os primeiros. Se me arrependo? Você se arrependeria de matar pessoas que ferem, que abusam ou que matariam você ou sua família por prazer? Não me julguem. Sou advogada e a terceira filha do Sheik Rajj e de minha querida mãe Helena. Sou eu quem apaga as merdas que todos fazem. Neste exato momento estou olhando para meu irmão Esam e sorrindo, pois eu fui mais esperta que o otário que eu acabei de matar. Nunca julgue a inteligência de uma mulher. E eu sou mais inteligente que meus irmãos, isso é fato. Mas eles ganharão o título de herdeiros e eu não, mas serei eu que estarei por trás dele cuidando de tudo.

- Ás vezes eu acho você uma psicopata irmã.

- É talvez eu seja mesmo – sorrio para meu irmão Esam.

- Como você conseguiu entrar aí sem que ninguém te visse?

- Com minha inteligência querido irmão – sorrio para ele – E a garota que caiu no mar não resistiu mesmo?

- Não, encontraram ela já sem vida, infelizmente.

- Eu tenho pena dessas garotas, que Deus a tenha, gostaria de ter salvo a vida dela também, mas ela se desesperou quando viu que não teria chance e que acabariam indo com o grandalhão.

- Sabe que se arriscou demais? A ordem era você seguir com o grupo e não ficar.

- Sim, mas eu tinha que fazer alguma coisa, quando conseguimos interceptar o primeiro grupo de garotas, e Cam foi ajudá-lo eu não entrei na van, corri para lá achei que tivessem mais homens e que vocês podiam estar correndo perigo. Eu vi quando o grandalhão conseguiu chegar até as meninas e as colocaram como escudo, foi aí que tive a idéia e entrei no barco dois homens esperavam para levá-los, eles estavam armados, mas não me viram.

´´ Eu ouvi eles conversando, que não iam se meter na briga com a gente e ia deixar o grandalhão se virar, pois o cara se dizia o bom em tudo e que ele que se virasse, e que iam aproveitar das garotas antes de entregá-las. Eu pude perceber que ali provavelmente seja uma rota e pela pouca quantidade de homens, é corriqueiro o tráfico naquela região por fácil acesso a europa e ao mar, e por isso poucos homens fazem a guarda ali naquele local.

Eles aguardavam o carregamento, e com os tiros eles ficaram de sobre aviso, e como viram que o grandalhão iria conseguir chegar até o barco ficaram esperando, um deles o mais velho, queria sair dali, o mais novo pediu para aguardar ou o chefe matariam os dois e travaram uma briga lá dentro foi ai que consegui entrar, sem ser vista. Pelo velho eles tinham zarpado no primeiro tiro, e eu ri de como era bunda mole, o rapaz queria diversão com as garotas e a luxuria o cegou. Foi o primeiro a morrer, odeio homem abusador e o velho depois de ver o rapaz morto, começou a chorar e implorar pela vida dele, mas não gosto de gente mole e matei ele também, quando vi que o grandalhão conseguiu entrar no barco com as mulheres e apontou a arma para você eu acabei com ele, quando vi a garota correr e ele atirar eu fiquei com mais raiva daquele idiota. Mas como papai diz não podemos nos envolver ou acabaremos loucos``.

- Eu fico um pouco assustado com sua frieza irmã.

- Eu não sou fria irmão – sorrio de lado - Quando você manda matar alguém lá no porão do seu clube eu não vou lá dizer nada pra você, somente limpo sua sujeira.

Estavam os membros da Cúpula que participaram da operação em um local que papai deixou as garotas, elas estavam em um local separado da gente, ás vezes eu aparecia para falar com elas e dizer que estava tudo bem, como elas me viram no barco, fui até a sala onde elas estavam depois de falar com Esam, e ver o olhar de que gratidão me encoraja a arriscar minha vida para ajudar mulheres que estão sendo traficadas. E o que me deixa mais triste é quando elas têm o olhar perdido de quem foi abusada por um ou mais homens, e perderam o gosto da vida. Quando as resgatamos temos dentro da organização algumas psicólogas que nos ajudam, dali elas ganham novas vidas e novos nomes para seguirem suas vidas, mas algumas dessas garotas acabam com a própria vida, infelizmente.

Papai sempre diz para que não nos apegarmos a ninguém, e assim nos fazemos. Elas ficam em um local seguro depois de resgatadas, comem, bebem, tomam banho e são acolhidas pela nossa equipe e quando estão bem psicologicamente tem vidas novas e se vão. Por isso não nos apegamos.

- Nadia – Cam vem em minha direção.

- O que você quer? – odeio quando ele tenta falar comigo.

- Queria conversar com você.

- Qual o assunto?

- Nós e... – ele tenta dizer, mas eu o corto.

- Não existe nós Cam – tento sair dali e deixá-lo antes que ele me veja por dentro.

- É sobre a Manuela.

- O que tem a garota? – ele sabe que gosto da menina e quer jogar sujo comigo?

- A avó dela, quer a guarda definitiva eu preciso de você – eu fecho os olhos e respiro – Vai levar ela de mim, por favor me ajude Nadia, não posso perder minha filha.

Meu irmão esta do outro lado do galpão, e vê o quanto estou afetada, ele sabe sobre Cam e o quanto esse maldito mexe comigo, e a filha dele Manuela uma linda garotinha de sete anos e que eu amo muito, que praticamente cresceu no palácio com a gente depois da morte da mãe, é muito apegada a mim, mesmo eu não suportando olhar para o pai dela amo aquela garotinha como se fosse minha. Então Esam faz um movimento com a cabeça, e olha para mim enquanto desvio dos olhares de Cam, e vejo que ele me pede com o olhar para que eu ajude o amigo dele, eu quero dizer não, não quero ter ele por perto, mas por meu irmão e pela garotinha que eu amo, digo rapidamente.

- Marque um horário com minha secretária, eu o ajudarei, mas que fique claro que é pela garota.

- Marcar horário? – ele me questiona – Poderiamos sair para jantar e eu explico...

- Você entendeu o que eu disse, é por ela e fora do meu escritório não quero ver você nem pintado de ouro – e assim sai deixei ele lá com cara de idiota, que era o que ele era.

Eu caminhei para longe dele, e não queria vê-lo, ter ele sobre meus olhos e perto de mim me trás mágoas antigas e me lembra que o amor dói. Vou até meu irmão que me olha e da um sorriso de lado.

- Sabia que não ia me decepcionar – Esam sorri debochado.

- Você vai me pagar caro – passo por ele que segura meu braço.

- Nadia é pela Manoela, faça o possível e o impossível, você é nossa única chance e ele esta desesperado, é a nossa garotinha.

- Eu sei farei por ela – fui até papai que também estava ali – Papai, vai precisar de mim?

- Não minha filha – não disse mais nada, e segui até meu carro.

Eu aluguei um carro potente e luxuoso para ficar em Portugal, peguei a estrada e não consegui me conter, as lágrimas vieram, Cam mexia comigo de uma forma que ninguém conseguia, ele trazia a tona uma Nadia que era fraca, chorona e que foi abandonada. Os olhos embaçados, a raiva por ter sido trocada, o ressentimento, tudo misturou-se em meu intimo, soquei o volante e gritei até que minha garganta doesse, tudo poderia ter sido diferente, segui para o hotel onde eu estava hospedada

Eu precisava de uma bebida. E foi o que eu fiz, fui para o bar do hotel e bebi feito uma louca, eu precisava esquecer quem eu era essa noite. Depois de um tempo ali, o garçom um rapaz novinho tatuado devia ter uns dezoito anos, perguntou se eu precisava de ajuda, eu estava bêbada como um gambá e não agüentava nem com minhas pernas. O jovem rapaz me ajudou a levantar e seguir até o elevador, ele me pegou no colo e eu sem travas na língua soltei a perola.

- Hum, você é tão novinho te olhando bem de perto – comecei a apertar o braço dele.

- Nem tanto assim.

– É gostosinho também e bonito – ele apenas sorriu – Essas suas tatuagens de deixam tão sexy.

- Ah você me acha sexy?

- Eu acho que podíamos passar a noite juntos, quero esquecer um canalha que me fez sofrer.

- E você quer que eu a ajude a esquecer?

- Sim, você é perfeito.

E eu continuei com as cantadas enquanto nós subíamos pelo elevador, e quando chegamos no quarto ele me deixou de pé com cuidado. Eu peguei o cartão para abrir a porta, e ele continuou me ajudando a ficar de pé, pois eu realmente tinha exagerado na bebida.

- Eu acho que você podia ficar comigo essa noite, o que acha?

- Eu acho que não é um bom dia para ficar com você – ele passou os dedos em meu rosto.

- Bobagem – eu ri – Eu estou ótima, olha até consigo fazer o quatro com as pernas, olha só - Então eu cai como uma abobora madura, e ele riu e foi me ajudar.

- Você é muito engraçada sabia.

- Você é único que diz isso, todos me chamam de megera ou de sem coração – eu estava de pé novamente – Eu quero você garoto – apontei para minha cama – Ali naquela cama ou em outro lugar que você quiser.

- Vamos deixar para outro dia, você não esta em condições hoje – como não gosto de perder e ser rejeitada o beijei.

Ele realmente tinha um ótimo beijo, as mãos grandes do rapaz magro, ele não era musculoso mas parecia forte, alto e tinha o cabelo raspado, o que mais me chamou a atenção foi a águia tatuada no pescoço, e pela camisa preta que ele usava de mangas longas que nas mãos também haviam tatuagens. O nariz fino e aboca carnuda que parecia fazer um convite para ser beijada por mim, mas uma vez.

O meu corpo doía e eu estava mal, dor de cabeça e o estômago revirava, mas eu tinha que me levantar e ir trabalhar, tinha muita coisa para fazer e ver pra que lugar do mundo eu iria hoje resolver os problemas da família. Eu olho para o lado e vejo um garoto, me assusto, meu Deus eu dormi com um menor de idade. E pior que não lembro de nada. Levanto o lençol devagar e vejo que ele esta usando apenas uma boxer preta.

- Merda - Levanto-me devagar para que ele não perceba.

- Vejo que esta melhor? – eu o olho com vergonha.

- Nós dormimos – fiz gestos – Juntos.

- Sim – ele respondeu.

- Só pra saber, você é maior de idade? – ele riu e mordeu o lábio.

- Sim, eu sou maior de idade.

- Menos mal – suspirei aliviada - Eu não me lembro de quase nada, você pode refrescar minha memória.

- A nossa noite foi ótima – ele se levantou da cama, e eu resmunguei por que não me lembrava de nada – Você quis passar a noite comigo, fez o quatro com as pernas para eu ver que você não estava tão bêbada, depois você me beijou e passou a mão no meu corpo – ele passou a mão no corpo e meus olhos fixaram ali – Depois você vomitou em mim e dormiu, então eu tirei sua roupa suja e te dei um banho, e coloquei você na cama por que você não me deixou embora porque não queria ficar sozinha, não queria que eu te deixasse igual o tal Cam te deixou, e dormiu – ele pegou o telefone do hotel e ligou perguntou das roupas – E como você vomitou em minhas roupas, eu pedi para lavá-las e por isso estou de cueca no seu quarto, e para seu desgosto não fizemos sexo, você dormiu – ele abriu a porta do quarto – Tchau linda, da próxima vez se não bebe tanto alguém pode se aproveitar de você, e o tal Cam é um babaca de ter te deixado – fechou a porta e foi embora e eu fiquei ali parada olhando, e poucas vezes na vida eu fiquei sem palavras.

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