Nathalia
Durante a nossa discussão ele recebeu um telefonema e disse que tinha que sair, e pediu para que o motorista me levasse para o apartamento dele e ficasse lá até ele voltar. E fiz o que ele pediu, fui para lá e para minha surpresa minha mala e minha bolsa estavam em cima da cama. O Enzo estava lá.
- Boa noite, Enzo.
- Olá Senhorita Nathalia, o patrão disse que se quiser ir para algum lugar eu posso levá-la ou se a senhora quiser continuar aqui e esperar ele voltar, ele ficaria muito feliz - e deu um sorrisinho de lado.
- Eu vou tomar um banho – a minha cabeça estava uma confusão só, eu que sempre fui uma mulher que sabia o que fazer dessa vez estava totalmente perdida – Prepare o carro para me levar até o aeroporto.
- Tem certeza?
- Sim.
Depois de pronta pedi a ele que me levasse ao aeroporto, e foi o que ele fez. Quando cheguei, desci do carro e pedi que não me acompanhasse, pois o mesmo já estava descendo do carro para me levar lá para dentro.
- Enzo, pode ficar aqui no carro mesmo.
- Mas o patrão disse para acompanhá-la.
- O patrão não manda em mim e eu vou esperar você ir embora para entrar no aeroporto, ou vou ficar aqui na porta até você sair.
- Mais...
- Sem mais – eu segurei no braço dele - Abre o porta malas que vou pegar minha mala e sair daqui, e você continua aqui e vai embora, entendeu.
E assim ele fez, eu sai e peguei minha mala, e o carro de Enzo foi para fora do aeroporto. Respirei fundo e pensei no que iria fazer da minha vida, o homem que eu amei é um assassino. Eu também me sentia um lixo por tudo que fiz. Resolvi pegar um táxi e ir para algum hotel até saber para onde ir e resolver a tempestade dentro de mim. E foi o que eu fiz durante dias.
Meu telefone toca e é minha mãe dizendo que Emhre tinha levado um tiro e estava mal e que eu precisava ir para casa.
DIAS ATUAIS
O Deputado estava em uma videoconferência, e eu fiquei na área da piscina deitada olhando para o mar e lembrando de tudo que passei. E de tudo que fiz. Eu me arrependi de ter ido ao clube, ou talvez fosse melhor assim e tirar Esam da minha cabeça de vez.
- O que minha princesa tanto pensa nessa cabecinha linda?
- Nada demais, e você já terminou sua reunião.
- Já sim, vou ter que voltar para Brasília depois de amanhã, podemos ficar aqui até amanhã e depois voar para lá – ele me beija – Depois da votação podemos ir para a fazenda meus pais eles vão adorar conhecer você, já posso até imaginar a cara da minha mãe.
- Calma ai João, vamos devagar – fiquei incomodada com a pressa dele - Um passo de cada vez.
- Claro, claro, me desculpe por querer atropelar as coisas – ele baixou o olhar, parecia decepcionado.
- Quem sabe outro dia – disse para que ele não ficasse tão triste - Eu preciso ir para casa também, eu vim para ficar só um dia e acabei me evolvendo com você e ficando mais do que deveria, mas preciso voltar tenho trabalho na usina – eu ri de mim mesma – Afinal a princesinha do açúcar tem que produzir ou perco o meu trono.
- Mas vamos passar a noite aqui? – o olhar era de esperança dessa vez.
- Eu acho melhor a gente voltar hoje para o hotel lá no Rio.
- O que aconteceu? – ele pareceu preocupado – Eu sai daqui e te deixei feliz, animada e quando voltei você esta triste e querendo ir embora.
- Não é nada João, eu só queria ir embora mesmo estou cansada.
- Eu pensei que poderíamos – ele beijou meu pescoço e queria sexo – aproveitar o fim do dia.
- João eu não estou bem – eu me levantei – Estou com dor de cabeça e gostaria de ir para o Rio, vamos ir antes que fique a noite.
E fui para o quarto que eu tinha deixado minha roupa e ele ficou lá sentado com a cabeça abaixada. Mas eu não estava bem, pensar no Esam me deixou para baixo. E o só o que eu queria era ir embora e ficar sozinha, não seria uma boa companhia para ninguém.
Nossa volta para o hotel foi praticamente feita em silencio, tanto por mim quanto pelo deputado. Eu via de canto de olho que ele me olhava e seu semblante estava triste, não queria me envolver com alguém, para que a pessoa não criasse expectativas de relacionamento, pois meu coração já tinha um dono mesmo que eu não quisesse ele ali, ele o tomava a força.
- Eu tomei a liberdade de pedir que fechassem sua conta para que você fosse para minha suíte – eu ia dizer algo, mas ele continuou – Eu pensei que iríamos ficar em Angra e que nos tínhamos nos acertado, peço desculpas por ter me precipitado.
- Ah João, eu que peço desculpas, não estou muito bem.
- Você quer que eu a leve a um médico?
- Não – pobre Deputado se soubesse que Esam é minha doença – Não precisa, eu fico com você na suíte, mas se caso sairmos novamente eu quero ser avisada antes que você tome alguma decisão – eu queria falar mais coisas, mas não era o momento.
- Me desculpe mais uma vez – nossa conversa se deu no elevador do hotel enquanto nos dirigíamos para a suíte dele.
- Só nos conhecemos em uma época ruim da nossa vida.
Ao sairmos do elevador, andamos pelo corredor e de longe vi o carrinho de limpeza parado no corredor e parecia a senhora do outro dia, ela estava debruçada no carrinho, então decidi ir lá ver se ela estava passando mal.
- João eu vou ver o que está acontecendo com a senhora ali e já voltou.
- Ok – ele me olhou com estranheza – Serio que você vai lá?
- Sim eu vou.
- Você é mais humana do que eu pensava.
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