Os Gêmeos Desconhecidos: As Escolhas De Uma Mãe romance Capítulo 1526

Maíra levantou levemente as sobrancelhas, "É só isso?"

"E você mesma não vai beber? Acho que envenenar-me seria mais direto e mais satisfatório para você do que abortar meu filho. Então, se você realmente quer fazer isso, entre abortar meu filho e me envenenar, deveria escolher me envenenar."

Maíra soltou um riso curto, sem responder, serviu-se de mais uma xícara e bebeu.

"Na verdade, eu queria mesmo te envenenar, mas, infelizmente, agora tenho alguém que odeio mais." Maíra olhou para Orlando e continuou, "Hoje eu também posso morrer. Se eu morrer, minha mãe não vai sobreviver, e meu pai terá morrido em vão. Então, não posso morrer."

Maíra tomava chá como se fosse cachaça, uma xícara após a outra.

Ela odiava Astrid, mas entre o ódio por Astrid e o ódio por Valentino, ela odiava ainda mais a traição de Valentino, que queria usar ela para matar Astrid e depois usar o ódio de Orlando para matá-la.

Por isso, mesmo odiando Astrid, não conseguiria machucá-la.

Ela precisava viver, precisava vingar-se, precisava fazer com que Valentino nunca mais sorrisse.

Então, ela não machucaria Astrid.

"Minha mãe veio avisar você também, não é?" Maíra puxou os lábios em um sorriso irônico, "Veja, até minha mãe não confia mais em mim."

"Foi você que assustou ela com suas ações anteriores."

Maíra assentiu, "Sim, eu matei meu pai, transformei minha mãe de uma rica senhora despreocupada em alguém que vive com medo todos os dias."

Maíra apertou a xícara de chá com arrependimento.

"Ontem Paloma veio me procurar e me contou que você estava grávida. Eu sabia qual era a intenção dela, e ela sabia que eu sabia. Ela achou que eu não resistiria e tentaria machucar você. Ela estava certa, mas errou em um ponto: eu odeio mais eles do que você. Prefiro vê-los sofrendo."

Astrid olhou para Maíra, sem dizer nada, indicando para que ela continuasse.

"E além disso..."

A voz de Maíra enfraqueceu, "Se eu te machucar, não restará ninguém para enfrentar aquela família. Eu não posso deixá-los vencer."

Cada um deles foi responsável pela morte do meu pai, e eu preciso ver cada um deles sofrendo, ajoelhando-se diante do túmulo do meu pai, pedindo perdão."

Astrid Cecília assentiu, "Você finalmente está pensando com clareza."

"Desde o momento em que meu pai morreu, eu clareei as ideias, mas infelizmente... tarde demais. Meu pai nunca mais voltará, nunca mais..." Maíra puxou os lábios amargamente, piscando os olhos secos. As lágrimas que tinha já haviam secado.

"O que você pretende fazer?" Astrid perguntou.

Maíra levantou a cabeça para olhá-la, "Está perguntando para me ajudar?"

Astrid não confirmou, e Maíra sorriu um pouco, sem revelar a Astrid o que planejava.

Ela não machucaria Astrid, mas também não confiava o suficiente nela. Preferia cuidar das coisas sozinha, vingar-se por conta própria.

Enquanto conversavam, Xuxa entrou abruptamente pela porta.

Ao ver Astrid sentada ali, tomando chá, parecia que Astrid já tinha terminado sua bebida.

Orlando estava preparado naquele dia; se Maíra tivesse feito qualquer coisa para machucar Astrid, Maíra teria problemas naquele instante.

"Mãe, você não confia em mim?"

Xuxa soltou Astrid e foi até Maíra, segurando-a.

"Mãe só está com muito medo, Maíra. Eu realmente não posso mais ver você fazendo besteiras, não posso perder você também."

Xuxa começou a chorar.

Ela estava verdadeiramente assustada.

Arthur já se foi, e ela só tem Maíra agora. Se Maíra continuasse a agir de forma imprudente, isso seria o fim para ela.

Ela não podia suportar isso.

Maíra abraçou Xuxa, "Mãe, me desculpe... eu estava errada antes, eu não deveria ter agido daquela forma, eu... me desculpe..."

As lágrimas de Xuxa caíam como pérolas de um colar rompido.

"Não diga essas coisas, mãe já não te culpa por isso, e você não deve se culpar também. Seu pai... ele também não te culparia, desde que você viva bem daqui para frente."

Maíra respirou fundo.