Os Gêmeos Desconhecidos: As Escolhas De Uma Mãe romance Capítulo 1527

Ela tinha que ficar bem, claro que tinha que ficar bem.

Só ficando bem, ela poderia evitar que aqueles que a amavam sofressem e os que a odiavam se alegrassem.

Só ficando bem, ela poderia se vingar.

Astrid olhou para a mãe e a filha que choravam abraçadas e silenciosamente caminhou até Orlando.

Pelo menos agora ela conhecia a atitude de Maíra, essa viagem não tinha sido em vão.

"Vamos voltar."

"Claro." Orlando pegou a mão de Astrid e os dois se viraram para sair.

Assim que entraram no carro, Marcelo se aproximou e disse: "Chefe, senhora, encontramos o médico que vocês estavam procurando. Ele é médico do hospital e já está sob controle lá. Verificamos sua identidade, ele é apenas um médico com esposa e filha, a mãe está com câncer em fase terminal, e suas condições financeiras não são boas. Recentemente, não houve grandes transferências em sua conta ou na de seus familiares."

Marcelo fez uma investigação minuciosa.

Sabendo que Astrid suspeitava que o médico tinha sido pago para prejudicar alguém, ele até verificou as contas bancárias.

"Bom trabalho."

Não era de se admirar que Marcelo estivesse ao lado de Orlando há tanto tempo.

"Vamos dar uma olhada."

Quando Astrid e Orlando chegaram, o médico estava detido no escritório do hospital pelos homens de Orlando.

O médico estava extremamente assustado, seus olhos tremiam enquanto os observava. "Quem são vocês? Eu não fiz nada contra vocês, por que estão me segurando aqui?"

Astrid e os outros entraram e fecharam a porta.

Ela olhou para o médico, que parecia honesto, mas seus olhos inquietos davam a impressão de uma consciência pesada.

"Não se preocupe, só queremos fazer algumas perguntas."

"Perguntas? Que perguntas? É assim que vocês fazem perguntas? Me agarrando logo de cara?" o médico perguntou irritado.

Marcelo, com expressão séria, respondeu: "Se você não tivesse fugido, nós o teríamos agarrado?"

"Vocês vieram em um grupo, com um ar de vingança, como eu não fugiria?"

Astrid olhou para Marcelo e para os seguranças, todos corpulentos e realmente intimidadores; era normal que uma pessoa comum ficasse assustada.

Mas Astrid não disse isso, e voltou seu olhar para o médico. "Se você não tivesse feito nada de errado, por que teria medo de alguém vindo se vingar?"

O médico rapidamente respondeu: "Foi a atitude de vocês que me assustou, qualquer um teria esse instinto de pensar que fez algo errado e que alguém veio se vingar."

Astrid não refutou.

Ao ver a situação, o Diretor Tobias hesitou por um instante, mas logo recuperou a compostura e perguntou: "Com licença, senhores, o que está acontecendo? Algo ocorreu?"

Astrid virou-se. Já tinha visto aquele médico antes; ele foi quem tratou Arthur.

"Boa tarde, Diretor Tobias. Gostaríamos de fazer algumas perguntas, se for possível."

"Claro, podem perguntar."

O Diretor Tobias aparentava ter por volta de cinquenta anos, usava óculos e tinha uma aparência bastante calma e ponderada.

"Diretor Tobias, você se lembra de Arthur, que faleceu há três dias?"

"Claro que me lembro." O Diretor Tobias respondeu prontamente, sem hesitação.

Arthur tinha sido submetido a várias tentativas de reanimação, todas sem sucesso. Além disso, sua posição era particular, e a cirurgia foi realizada pelo próprio diretor do hospital, tornando impossível esquecer o caso.

"Vocês são familiares do Sr. Barros, correto?"

Astrid assentiu. "Gostaríamos de perguntar onde o senhor estava na hora do almoço no dia em que ele faleceu."

Ele franziu a testa, refletindo por um momento, e respondeu: "Naquele dia, fui acometido por uma forte dor de estômago. Não consegui suportar e fui ao banheiro. Depois, procurei o setor de gastroenterologia para um exame. Como precisava fazer a ronda e havia pacientes em estado grave, não podia atrasar por minha causa. Na ocasião, estava apenas com meu aprendiz, o Doutor Lima, então pedi que ele fizesse a ronda em meu lugar."

Isso era consistente com o que o Doutor Lima havia relatado.