Os Gêmeos Desconhecidos: As Escolhas De Uma Mãe romance Capítulo 1600

Cleiton apertava os dentes com força, e cada palavra que Rafaela proferia fazia seu peito doer ainda mais, como se uma mão invisível estivesse apertando seu coração, prestes a esmagá-lo.

"Rafaela, tudo vai melhorar, você vai ficar bem. Quando você melhorar, ainda vamos ao casamento da Astrid, vamos ver o bebê da Astrid nascer, e depois vê-lo crescer. Você vai ficar bem... por favor, não desista, não desista..."

Essas palavras Cleiton repetia a ela todos os dias, tentando incutir nela a esperança de seguir em frente.

Mas nenhuma expectativa poderia aliviar o sofrimento causado pela doença.

Rafaela sorria enquanto as lágrimas rolavam pelo seu rosto, exausta tanto física quanto emocionalmente. Mesmo que quisesse sonhar e ter esperança, realizar o que Cleiton descrevia, ela simplesmente não conseguia.

O futuro que Cleiton pintava era belo, tão belo que parecia um sonho.

Rafaela sentia uma tristeza profunda, uma pena imensa, pois tantas coisas boas ainda a aguardavam, mas ela não conseguiria alcançá-las.

Se ao menos seu corpo estivesse saudável, como seria maravilhoso.

Rafaela acenou para Cleiton, esboçando um sorriso.

Ela concordou, mesmo que de forma hesitante.

"Está bem..."

Cleiton sorriu e beijou a mão dela suavemente. "Vamos voltar."

Rafaela assentiu.

Era raro, mas desta vez, Rafaela concordava com tudo que Cleiton dizia. Depois de uma vida toda de idas e vindas, Rafaela finalmente cedeu.

Ela pensava que, afinal, não havia como escapar de Cleiton nesta vida. Nos últimos dias, ela poderia ser gentil com ele.

Astrid estava escondida mais atrás, seu corpo tenso enquanto ouvia a conversa deles. Ela queria sair e confrontar Rafaela, perguntar por que não lhe contou sobre a gravidade da doença, por que esconderia algo assim, por que as coisas chegaram a esse ponto.

Mas suas pernas estavam como que presas, ela não conseguia se mover.

Astrid tentou se mexer, percebendo que suas pernas estavam dormentes. Estendeu a mão para se apoiar em algo, mas não percebeu a presença de um objeto afiado, machucando a palma da mão.

Uma dor aguda a atingiu, mas Astrid parecia insensível a ela, sem nem franzir a testa.

As pessoas à frente já haviam partido, deixando apenas ela e Orlando naquele espaço vazio.

Astrid encostou-se à parede e lentamente se agachou, seus olhos abertos sem piscar.

Orlando estendeu a mão, mas Astrid a afastou.

"Não me toque, deixe-me ficar sozinha um pouco..." Ao pronunciar essas palavras, parecia que Astrid gastava todas as suas forças.

Orlando abaixou o olhar, observando Astrid encostada na parede. Seus olhos estavam vazios, e as lágrimas teimavam em não cair.

O coração de Orlando apertou; ele temia ver Astrid daquele jeito.

Orlando se agachou à frente dela.

"Astrid, a mamãe já está em tratamento, ela vai se recuperar aos poucos..."

"Qual é a doença dela?"

Astrid não olhou para Orlando, perguntando de maneira distante.

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