Ovelha em Roupas de Lobo (Laika) romance Capítulo 44

— O cabelo dela é tão branco assim? É raro. — ouvi alguém comentar.

Ignorei os comentários enquanto seguia meu caminho. Mas em um cruzamento, a Sra. Zora caiu aos meus pés. Fiquei tão assustada que dei alguns passos para trás. Ela chorava amargamente.

— Por favor, por favor. — implorou, segurando a barra do meu vestido.

Fiquei constrangida com o espetáculo e os olhares fixos em mim. Isso tudo poderia ser um teste. Eles queriam avaliar minha capacidade de tomar decisões, ou era mais uma armadilha para eu cair.

— Por favor, o Alfa Karim só escuta você. Uma tragédia nos atingiu, deixe meu companheiro me consolar. Ele está morrendo nas masmorras. Estão deixando ele passar fome e fazendo ele trabalhar demais. Por favor, fale com o Alfa Karim, ele vai te ouvir. Por favor, sei que você está com raiva e quer sua vingança...

— Laika!

Os espectadores dispersaram ao ouvir sua voz poderosa. Virei-me e vi o Alfa Karim parado a alguns metros, me olhando com o cenho franzido. Olhei de volta para a mulher chorando no chão e tentei ajudá-la a levantar, mas o Alfa Karim logo estava ao meu lado, me afastando dela.

— Por favor! — a mulher gritou.

Mas o Alfa Karim me arrastou com ele. Só parou quando chegamos à sua tenda. Ele me levou para dentro e me desvencilhei de seu aperto.

— Por que você não tem piedade dela?! — gritei, me afastando alguns passos.

— Ele está cumprindo sua punição e você não deve interferir. Quantas vezes preciso te dizer isso? — A raiva era evidente em sua voz, mas a minha estava fervendo.

— Vou interferir o quanto eu quiser porque isso me envolve também. Fui eu quem sofreu seja lá o que fizeram! Tenho direito de dizer o que penso!

— Como ousa falar assim com seu Alfa? — o Beta perguntou, entrando furioso.

Não sei que força me tirou do chão. A próxima coisa que vi foi eu na pele, com o Alfa Karim sobre mim, sua mão em meu pescoço, seus olhos escuros de fúria e a madeira sob a pele rangendo com a força com que caímos.

— Como ousa falar assim de mim depois de tudo que fiz por você?

Seu peso já estava me sufocando. Estava difícil respirar, então não falei. Olhei para ele com medo nos olhos, e seu olhar suavizou. Ele se afastou e saiu da pele. Respirei fundo e exalei.

Ele não me disse mais nada. Pegou sua adaga da mesa e saiu cambaleando.

— Dispersar! — ouvi ele rugir para seus homens.

Este é mais um motivo pelo qual eu precisava sair daqui. O Alfa Karim estava ficando extremo agora. Está com raiva de mim e descontando em seus homens. Isso só faria o povo me odiar e conspirar sua queda, e eu não queria isso. Já ouvi histórias sobre ele e como era coordenado. Mas ele estava apenas exibindo seus instintos animalescos e isso nos causaria mais mal do que bem.