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Ovelha em Roupas de Lobo (Laika) romance Capítulo 48

O guerreiro me olhou como se eu tivesse enlouquecido de repente, e eu o entendi. Ele estava certo. Como eu poderia procurar alguém para quem eu desejava a morte?

— Não sou obrigado a responder essa pergunta. Você deve ir embora.

Virei-me para entrar e pegar minhas pequenas coisas que ele tinha conseguido para mim.

— Você não deve sair da tenda com nada.

— Ah. — eu disse.

O guerreiro gesticulou em direção à porta, e eu saí sem hesitar. Ele estava me mandando de volta aos lobos. Desta vez, ele tinha dado a eles uma oportunidade de me devorar. Eu não devia chorar, mas as lágrimas se acumularam em meus olhos e, em questão de segundos, escorreram pelo meu rosto.

Uma vez do lado de fora, sob os olhares das pessoas, elas começaram a falar novamente. Desta vez, estavam tão altas que eu ouvia cada uma delas.

— Eu sabia que ela era uma bruxa desde que pus meus olhos nela.

— Ainda bem que ele caiu em si agora.

— O Alfa Karim lutou pela prostituta errada. Eu diria que ele mereceu isso se ela não o tivesse enfeitiçado.

— Exatamente, porque como um homem da grandeza dele escolheria e aceitaria uma coisa amaldiçoada.

Os cochichos e olhares ficaram tão intensos que minha cabeça girou. Senti tontura enquanto caminhava e mal conseguia manter meus olhos abertos. Acho que também cambaleei porque ouvi pessoas correndo e gritando de terror. Não sei o que estava acontecendo comigo.

Meu estômago estava embrulhando, e não era fome. Caí para trás e, em vez de desabar no chão, caí em braços fortes e apaguei.

Acordei debaixo de uma árvore e fiquei olhando para os galhos por um tempo. O som da água corrente me fez virar e percebi que estava perto do riacho. Meu coração saltou quando pensei que fosse o Alfa Karim. Ele era o único que poderia me trazer aqui. Foi aqui que nos conhecemos.

Sentei-me e olhei ao redor. Quando senti o cheiro de Sekani fiquei desapontada, mas feliz que ele estivesse aqui por mim. Logo ele apareceu detrás de uma árvore com algumas frutas.

— Você acordou. — disse ele e me entregou as frutas.

— Você não pode mais vir aqui à noite, há bestas estranhas vagando por aqui durante a noite e, até agora, apenas o Alfa Karim conseguiu derrotar uma delas. Parecem criaturas mágicas e são feras noturnas. — Ele me estendeu a mão e eu a peguei. Ele me ajudou a levantar. — Se precisar de um lugar para dormir, pode ir aos estábulos à noite quando não houver ninguém lá, descansar e sair ao amanhecer antes que os donos cheguem.

— Sekani?

— Sim?

— Como posso deixar este bando sem ser notada?

Sekani me olhou surpreso. — Você quer partir? Vai se tornar uma renegada? A vida sem um bando é difícil.

Não respondi. Era melhor estar lá fora sem um bando e enfrentar as torturas da natureza do que ficar aqui e suportar tortura e humilhação de um bando.

— A única maneira de você sair é indo por baixo d'água. Esse é o único jeito que consegui sair sem ser detectado.

Fiquei grata por saber nadar.

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